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Tragédia

KISS. “Eu não tinha nem a chave da boate”, disse Mauro Hoffmann, o terceiro acusado a depor no júri

Réu afirmou que não se sentia como dono. Era um investidor, “eu era sócio”

Mauro Londero Hoffmann foi o terceiro réu a ser interrogado no julgamento que acontece na capital (Foto Juliano Verardi/TJRS)

Por Janine Souza / Da Coordenadoria de Comunicação do Tribunal de Justiça do RS

Mauro Londero Hoffmann foi o terceiro réu interrogado no júri do caso Kiss. O empresário informou que, do pouco mais de 1 ano em que atuou efetivamente como sócio de Elissandro Callegaro Spohr (Kiko) na Boate Kiss, seu papel foi apenas de investidor. Kiko era o sócio administrador e quem tomava todas as decisões. “Ele era o Kiko da Kiss. A minha mãe não sabia que eu era sócio da Kiss. Eu não me sentia dono, eu era sócio”.

Mauro ressaltou que condicionou a Kiko ingressar na sociedade apenas se a documentação da casa noturna estivesse em dia. E que aguardou a conclusão da reforma que tinha por objetivo resolver o vazamento acústico (objeto do Termo de Ajustamento de Conduta firmado com o Ministério Público) para entrar de fato no negócio. Isso ocorreu em 16 de dezembro de 2011.

Sociedade
Mauro também era proprietário de um restaurante e de uma lancheria. A Boate Kiss surge na noite santamariense em 2009. Elissandro Callegaro Spohr também era músico e tocava na Absinto. Era um jovem comunicativo. Quando Kiko assumiu o comando da Kiss, a boate passa a fazer sucesso. Nessa época, Mauro teve um problema com o local onde a Absinto funcionava e surgiram propostas dele se associar à Kiss e à Ballare (outra boate concorrente). “Optei pela Kiss, pela parte estrutural, mas, principalmente, porque eu não tinha tempo para nada. E lá eu não precisaria me envolver. Kiko seria o sócio administrador”.

De acordo com Mauro, Kiko pediu R$ 200 mil para colocar as contas em dia, pagos em parcelas em dinheiro e por meio de negociação com fornecedores. Isso era setembro de 2011. Ele disse que exigiu a regularização da documentação da casa noturna. “Não tinha alvará de bombeiros, mas Kiko disse que estava por vir”. A licença veio no final de agosto daquele ano. “Não foi pela parte financeira, mas como medida de segurança. Se me tiram da Absinto, eu preciso sustentar a minha família”, explicou o empresário sobre os motivos que o levaram a investir em outra casa noturna. Mauro disse que tinha planos de construir, no futuro, uma nova estrutura para a Absinto e que já havia adquirido o terreno.

Ele costumava ir na Kiss nas quintas-feiras. Semanalmente se reunia com Kiko e Ângela Spohr (uma das gerentes da casa) sobre demandas de ordem financeira do estabelecimento. “Todo e qualquer fato administrativo da boate eu não fazia parte. Eu não tinha nem a chave da Boate Kiss”. Havia um grupo de trabalho formado por dirigentes e funcionários, no Facebook, e Mauro não fazia parte. O investimento rendia em torno de R$ 15 mil mensais a ele.

Acústica
Kiko informou ao novo sócio que o problema de vazamento acústico estava com o Ministério Público. Isso fez com que Mauro quisesse abrir mão da sociedade. “Teve uma noite em que eu saí de casa e o Kiko estava com os funcionários em casa, comendo churrasco. A ideia era desfazer o negócio”. Elissandro disse que não tinha dinheiro para devolver, mas que o pai poderia auxiliar financeiramente.

Kiko pediu uma chance e deu garantia de que resolveria a questão com a ajuda do Engenheiro Samir. “Fiquei acompanhando de longe. Não paguei mais nada nesse tempo, até dia 22 de novembro, quando eles assinam o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MP. Eu entro na boate mesmo em 16 de dezembro de 2011. Fiquei lá pouco mais de 1 ano”.

Ele negou a afirmação de uma testemunha, que disse que ele ajudou a carregar sacos de cimento na reforma da Kiss.

Mauro também informou que, na Absinto, não havia espuma porque o estabelecimento estava localizado no subsolo de um shopping. “Não tínhamos problemas com acústica”. E que ele não foi comunicado da aplicação do produto na Kiss.

Pirotecnia
A banda Gurizada Fandangueira já tocou na Absinto Hall. Mas, de acordo com o relato do réu, “nunca constou em contrato nenhum que a banda fazia uso de fogos de artifício”. Falou sobre algumas regras que a casa tinha durante as apresentações musicais, como não tocar hino de time de futebol, e que não fazer uso desses recursos também era uma dessas condições.

27 de janeiro
Quando soube do incêndio, Mauro correu para a boate. Os táxis estacionados em frente atrapalharam a saída, na avaliação do empresário, mas eles também ajudaram no transporte das vítimas. Esse pode ter sido o motivo de tantas vítimas fatais encontradas nos banheiros. “Porque não conseguiam sair”.

“Era cena de horror”, definiu. “As pessoas ainda saíam vivas de lá. Pouco tempo depois, a gente tomou a proporção (da gravidade dos fatos)”.

Mauro lembra que ficou no local até por volta das 5 horas de domingo e que se apresentou na Delegacia de Polícia posteriomente.

Empreendedor
Formado em Administração de Empresas, Mauro Londero Hoffmann tem 56 anos, é casado e tem duas filhas. Ao falar sobre a sua trajetória como empresário, disse que entrou no ramo do entretenimento noturno ainda muito jovem, com um amigo, “por acaso”. Depois disso, teve vários tipos de negócios. O retorno para as casas noturnas foi em 1999, a Absinto.

Mauro teve os bens bloqueados e encerrou os negócios. “Tive que fugir com a minha família, pois, nas redes sociais, diziam que iam queimar a nossa casa”. De acordo com o empresário, até funcionários seus foram ameaçados. “Sempre tive vontade de ajudar (as famílias). Aqui só temos perdedor. Ninguém ganhou nada”.

“A sociedade não apoiou os pais. Deram um falso apoio a eles. Santa Maria buscou se desenvolver e considerava os pais um ‘calo'”, criticou Mauro. “Acreditei nos órgãos públicos. Só entrei no negócio porque o Ministério Público autorizou a boate a funcionar. A fé pública de um TAC de um Promotor me fez entrar nisso”, afirmou o empresário, que ficou preso por 4 meses. “Eu quero pedir perdão. Ninguém queria isso. Sou forte, vou recomeçar a minha vida”.

Mauro citou um áudio onde o Promotor de Justiça de Santa Maria teria afirmado que não havia provas contra o empresário. “Esse júri provavelmente não iria acontecer se esse áudio fosse liberado”, acusou.

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