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Uma baita notícia para as escolas da região! – por João Luiz Vargas

Luciano Schuch já chegou na reitoria da UFSM fazendo um golaço na gaveta: anunciou a possível volta do PEIES e do Vestibular como forma de ingresso na instituição. O projeto, bem verdade, está tramitando nos escaninhos desde o ano passado, quando Paulo Burmann era o reitor. Com isso, Schuch, com uma cajadada, acerta três coelhos: o comércio local, que fica faceiro com aquele movimento dos dias de provas; os estudantes e professores, que têm um apego pelo estilo das provas da UFSM; mas principalmente as escolas da região. É por esse último motivo que palpitei de alegria com a notícia. Sim, com uma bateria de provas locais, principalmente se vierem seriadas tipo o PEIES, haverá a tradicional interação entre universidade e escolas. Há uma troca de conteúdo, uma necessária atualização, tudo com a interferência necessária e bem treinada da universidade.

Se não me engano, o PEIES nasceu quando o Paulo Sarkis era reitor. Que baita ideia: mais do que uma ferramenta de acesso ao ensino superior, as provas do PEIES, aplicadas durante todo o Ensino Médio, eram cavalo de batalha para avaliação permanente e treinamento das escolas. A Educação da região é fomentada pela prova local e a própria UFSM, junto com as Secretarias Municipais de Educação, monitora o desempenho, constrói estratégias para qualificação do processo de ensino. É ótimo! Quando eu entrei na UFSM, no início da década de 70, já se discutia um método de melhorar a interação entre a Academia com a base de escolas. Tarso Dutra, que foi Ministro da Educação no tempo da Ditadura, trouxe as universidades para a implantação do MOBRAL, o tão criticado Movimento Brasileiro de Alfabetização. Aumentar a relação entre universidades e escolas é a chave. Onde isso aconteceu, como no caso do estado nordestino do Ceará, os estudantes dão de relho em sabedoria nos outros. Até porque a virada de chave não vai se dar na formação superior, o nosso gargalo é a educação no Médio e no Fundamental. Por isso, que se faz necessário que a universidade invada as escolas, com conteúdo, treinamento e inspiração.

Uma ação simples, mas com impactos que beneficiarão toda a região e enfrenta uma das principais vulnerabilidades do nosso País. O centro dos problemas do Brasil é a baixa qualificação do aparato produtividade e dos nossos processos, fazemos mal porque em geral as pessoas são pouco capacitadas. Essa é a reclamação dos empresários, dos industriais, daqueles que precisam do serviço público. Nós estamos afundando no primarismo produtivo e educacional. Essa é a tragédia. O desafio é conciliar a gestão local das escolas, pelas Prefeituras e pelo Estado, com padrões nacionais de qualidade e de investimento, que tem a as universidades, por exemplo. Só venceremos essa etapa aplaudindo ações como a da UFSM, que mais uma vez não se esconde e chama para si a responsabilidade de participar do processo de melhoria da Educação na região. Que baita notícia esse retorno do PEIES e do Vestibular. Foi um golaço na gaveta já no primeiro minuto do jogo.

*João Luiz Vargas, prefeito de São Sepé (ex-deputado, presidente da Assembleia Legislativa, e ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado), escreve no site às sextas-feiras.

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Um Comentário

  1. Golaço? Vai desfazer a c@g@da que Burmann fez. Copiando o que já se faz na UFRGS desde o inicio do SISU. Alás, Burmann tirou um coelho da cartola num conselho aparelhado e depois levou uma invertida no judiciario. Compromissos politicos e motivos ideologicos. Setores da academia com nivel de racionalidade baixo. Obvio que setores da economia chiaram, o que virou motivo de desqualificação. Mentiras, meias verdades, teorias da conspiração, desqualificação, assassinato de reputações, esquerda tem poucas ferramentas na caixa. Mudança não é de todo inocente. Cavalão ameaçou tirar a ideologia podre do Enem lá, agora pode voltar no vestibular aqui. O lado positivo é de fato a UFSM poder atuar no que é ensinado nas escolas da região. Enem é uma copia de outros exames que perdem a força lá fora. Colocaram uma ‘interdisciplinaridade’ marketeira que levou a uma superficialidade muito grande. Cotas serão renovadas este ano, discurso já se sabia, ‘foi muito bom, mas ainda não chegamos lá’. O mesmo vai acontecer daqui 10 anos (tipo de lei fácil de passar). Daqui 20 anos idem.

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