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O agronegócio luta até o fim – por Roberto Fantinel

Se no ano de 2018, alguém me perguntasse: – Beto, quais serão os desafios para o agronegócio nos próximos anos? Mesmo com a minha experiência e história de vida, nascido e criado no campo, digo com toda a certeza que nunca imaginei que a nossa agricultura passaria por tantos percalços. Confesso que se soubesse, ainda assim, não acreditaria. Olhar para o nosso Rio Grande e prever que está terra seria assolada por uma pandemia mortal e por estiagens severas é dolorido demais até para os mais céticos. No entanto, passamos por tudo isto. O povo gaúcho sobreviveu.

Em tempo, não obstante da dor a estiagem nos traz perdas irreversíveis. Possivelmente seja a maior perda na história de produção de grãos na Região Central.

Em Tupanciretã, segundo a Emater, a realidade em relação à estiagem, que atinge a região como um todo, em específico o município, onde nas lavouras de milho grão não irrigadas as perdas médias foram de 80%. Na cultura de soja, até o momento as perdas médias na região estão estimadas em 40% em relação à estimativa inicial de rendimento, sendo que a maior parte da lavoura já entrou nas fases críticas para o déficit hídrico (floração e enchimento de grãos – 71%), podendo aumentar drasticamente este percentual caso as chuvas não se reestabeleçam.

Em Santa Maria, o decreto de situação de emergência em razão da estiagem, casou mais de R$ 70 milhões de prejuízos à agricultura e à pecuária do município. Todos estes dados assustam e os números não mentem, mas algo ainda cresce em nosso meio rural: a esperança.

“A força do trabalho move o agronegócio”. Importante destacar esta frase sendo ela umas das que mais me utilizo diariamente. Acredito que de fato é agronegócio, individualmente, o setor mais relevante da economia brasileira, tendo importante papel na geração do produto interno bruto (PIB), no mercado de trabalho e nas exportações do país. Nosso trabalho diário, de acordar cedo e cuidar da nossa terra. Olhar para a semente que cresce em uma plantação sofrida e que ainda assim sobrevive.

O agronegócio move a economia, cria emprego e renda e da uma vida digna a cada cidadão que faz da terra o seu sustento. Nesse momento, após enfrentarmos os efeitos da covid-19, o agronegócio respondeu por 48% das exportações brasileiras. O valor exportado pelo setor, em plena pandemia, foi o segundo maior de toda a série histórica, de acordo com o Cepea, ficando atrás somente de 2018, quando o setor chegou a quantia de 101,2 bilhões de dólares.

Não desistimos! Estamos reerguendo a economia gaúcha, e os números mostram que somos fomentadores do desenvolvimento. Os produtores e suas famílias não deixaram de trabalhar por um só dia, evitando situação graves como a falta de abastecimento de alimentos, por exemplo.

O agronegócio luta até o fim, sobrevive a grandes batalhas, mas perpassa as dificuldades e jamais deixa de levar a comida até a mesa de cada brasileiro / gaúcho. Nosso estado deve se orgulhar. Nossos produtores devem levantar a cabeça e se sentirem-se homens de honra e fé, pois não permitiram que o pior acontecesse.

O Rio Grande do Sul orgulha-se dos seus agricultores e faz jus ao nosso hino mostrando valor, constância, nesta ímpia e injusta guerra. “Sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra”.

*Roberto Fantinel é deputado estadual pelo MDB. Oriundo de Dona Francisca, onde foi vereador, é ex-presidente da Juventude do MDB/RS, integrante do Diretório Municipal do MDB/SM e ex-assessor do governo gaúcho, na gestão de José Ivo Sartori. Ele escreve no site, semanalmente, aos sábados. 

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