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SAÚDE. Husm realiza transplante inédito de medula entre doador e receptor parcialmente compatível

Procedimento durou cerca de 4h, entre coleta da doadora e infusão no paciente

“Essa modalidade é nova aqui no Hospital Universitário de Santa Maria. Com certeza, vamos fazer vários outros. O serviço vai aumentar e o HUSM vai voltar a ser o que era há 20 anos – uma referência no Estado e no país”, disse o médico Gustavo Brandão Fischer. Foto Ebserh / Divulgação

Por Assessoria de Imprensa da Ebserh

A equipe do Centro de Transplante de Medula Óssea (CTMO) do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) realizou, pela primeira vez, na manhã de sexta-feira (18), um transplante haploidêntico. Nessa modalidade de transplante, doador e receptor são 50% compatíveis. O procedimento durou cerca de 4h – entre coleta da medula da doadora e infusão no paciente. Pai e filha passam bem.

O diagnóstico de leucemia do técnico administrativo João Paulo Pasa, 65 anos, há cerca de 3 anos e meio, transformou a vida do funcionário da Prefeitura de Santa Maria. De lá para cá, foram 8 internações no HUSM para realizar o tratamento de quimioterapia e radioterapia. Em 2020, após a doença retornar, a notícia: teria que fazer um transplante. Pasa conta que não queria realizar o procedimento, porque não tinha familiares para fazer o teste de compatibilidade. A esperança renasceu após contar o problema para a filha – cuja paternidade reconheceu quando já adulta.

“Eu achava que não iria conseguir doadores. Quando ela soube, se propôs a fazer o teste. Nessa necessidade ela veio me salvar”, disse o pai enquanto aguardava a filha a fazer a coleta no bloco cirúrgico do hospital universitário.

Naiana Munarini Pasa internou na manhã da última segunda-feira (14). Na sexta (18), na sala 5 do bloco cirúrgico, cerca de 15 profissionais – médicos e enfermeiros – participaram do procedimento. A filha foi anestesiada e posicionada de bruços para coletar a medula do osso da bacia.

“Os médicos fazem a punção e as aspirações para a coleta. E passam a medula, em seringas, para os enfermeiros, que preparam ela ali mesmo, em campo. A medula sai filtrada pronta, para a infusão no paciente”, explica a enfermeira Simone Nunes.

No leito, no Centro de Transplantes de Medula Óssea, Pasa aguardava a bolsa de sangue na expectativa de uma vida nova.

Pasa ficará, em média, 30 dias internado para acompanhamento clínico e a filha teve alta no sábado (19).

“Eu não tenho mais pai, não tenho mais mãe. Era sozinho. Agora eu quero viver porque, de novo, eu tenho família. Quero ficar perto da minha filha e acompanhar minha neta crescer”, revelou Pasa.

O Hospital Universitário realiza transplantes de medula desde a década de 90. No total foram 326, os últimos 14 foram realizados após a contratação do médico Gustavo Brandão Fischer, que coordenou o procedimento de Pasa. O transplante Haploidêntico é um transplante relativamente novo no mundo, vem sendo realizado na última década.

“Essa modalidade é nova aqui no Hospital Universitário de Santa Maria. Com certeza, vamos fazer vários outros. O serviço vai aumentar e o HUSM vai voltar a ser o que era há 20 anos – uma referência no Estado e no país”, afirmou o médico.

Equipe envolvida no procedimento
Equipe médica

Dr. Gustavo Brandão Fischer
Drª Juliana Chiodele Salvador
R2 md Gabriela Belaver

Equipe de enfermeiros na coleta de medula
Enfª Patricia dos Passos Broilo
Enfª Caroline André Silva
Enfª Simone dos Santos Nunes
Enfª Jaqueline Scalabrin da Silva
Enfª Rogério Pozzati
R2 enfª José Victor Eiroz dos Santos
Técnica de Enfermagem Leonice Venturini

Equipe do centro de transplante para infusão da medula
Enfª Luciana Morales Bisogno
Enfª Aline Scolari Deprá

Contagem de células das amostras enviadas
Liliane Zimmermann de Oliveira, Bioquímica do Lab. da Hemato
Carine Meinerz, Técnica do Laboratório da Hemato

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