CÂMARA. Vereador desiste de projeto que proíbe o uso da linguagem neutra em escolas de Santa Maria
Discussão sobre a proposta de Vargas provocou discussão sobre diversidade
![](https://claudemirpereira.com.br/wp-content/uploads/2022/06/maiquel-vargas.jpg)
Por Maiquel Rosauro
O vereador João Ricardo Vargas (PP) retirou de tramitação o projeto de lei que vedava o uso de linguagem neutra na Educação Básica do Município. A proposta, protocolada ainda no ano passado, gerou debates sobre formas de ensino e aceitação da diversidade.
Vargas explica que barrou o avanço da própria iniciativa no Parlamento para evitar atritos, uma vez que o debate da proposição tomou um rumo inesperado.
“Durante as discussões do projeto fui chamado de homofóbico. Quem me conhece sabe que jamais agi desta maneira. Sempre respeitei a todos e não vou ser taxado de algo que não sou”, relata o vereador.
O projeto buscava garantir o ensino da norma culta da Língua Portuguesa, proibindo, por exemplo, o uso de termos como “querides”, “alunes” ou “todes” nas escolas.
A Comissão de Educação da Câmara realizou uma reunião pública, em 8 de abril, para tratar do tema. Na ocasião, ficou evidente que a matéria estava longe da unanimidade. O Plenário da Casa recebeu lideranças favoráveis e contrárias ao projeto.
O deputado estadual Giuseppe Riesgo (Novo) ressaltou que, de forma alguma, criticaria o uso de termos considerados neutros quando utilizados na linguagem coloquial. O parlamentar apontou que o assunto não deve ser tratado de forma banalizada e que é necessário compreender todos os pontos de vista.
“Acredito que existe um debate ideológico por trás de toda essa história de utilização de linguagem neutra, que não é na defesa das pessoas de toda a comunidade LGBT. Acredito que é uma questão um pouco mais complexa do que isso. Temos que respeitar e tratar da melhor forma possível as pessoas que têm diferença conosco, independentemente do local, para que todos sejam tratados de maneira igual, respeitosa e responsável. No entanto, a mudança e deturpação da norma culta da Língua Portuguesa, no meu entendimento inicial, não é algo que deva ser feito”, disse Riesgo.
Na sequência, a presidente da Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil de Santa Maria (OAB/SM), Renata Quartiero, explicou que o projeto é inócuo, pois veda algo que não existe. Ela destacou que o ensino da norma culta da Língua Portuguesa já é garantido por lei e sequer é discutido.
“Não podemos vedar nada que não existe. Aqui estamos falando de forma coloquial. Na Justificativa (do projeto) abarca direito a educação, que vai além das escolas e do que estamos vendo de regras de Português, e sim a forma como a pessoa se identifica. Estamos falando de forma coloquial. Se eu gostaria de ser chamada de “todes”, eu posso dizer obrigado a todos, todas e “todes”, mas escrever não, pois não existe essa linguagem na Língua Portuguesa”, disse Renata.
A íntegra da reunião pública pode ser conferida no vídeo abaixo:
ATENÇÃO
1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.
2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.
3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.
4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.
5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.
OBSERVAÇÃO FINAL:
A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.