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ELEIÇÕES 2022. Beto Albuquerque vai a Brasília, papeia com direção do PSB e volta pré-candidato

Militante confirma aval partidário para concorrer ao Piratini em 2 de outubro

Beto Albuquerque teve encontro com a direção nacional do PSB e, na volta, confirmou que é pré-candidato ao Piratini (Foto Reprodução)

Reproduzido do Site do Correio do Povo / Texto da repórter Flavia Bemfica

Terá desdobramentos durante toda a semana o anúncio feito pelo ex-deputado Beto Albuquerque pelo twitter na manhã desta terça-feira (confira postagem do Twitter, no final deste texto), após participar de reunião da cúpula nacional do PSB na noite de segunda. Beto informou que o PSB nacional confirmou a manutenção de sua pré-candidatura ao governo do RS, e a garantia de estrutura para a mesma. E, além disso, que está autorizado a formar coligação com partidos do chamado campo ‘progressista’, que faça oposição ao presidente Jair Bolsonaro (PL). O ‘campo progressista’ é utilizado para abarcar diferentes siglas de centro-esquerda e esquerda, e inclui, por exemplo, o PDT.

O anúncio pegou de surpresa dirigentes do PT, integrantes do PDT e uma parcela do próprio PSB gaúchos, que apostavam em outro desfecho para a reunião dos socialistas. Nas últimas semanas, havia crescido o entendimento de que o encontro em Brasília selaria o fim da candidatura própria do PSB e o encaminhamento para apoio à pré-candidatura do PT ao Piratini (a legenda está em uma federação partidária com PCdoB e PV). Potenciais aliados e parte significativa do próprio PSB no Estado baseavam seu entendimento em dois fatores decisivos. O fato de o PSB nacional ter sinalizado anteriormente que a candidatura ao Executivo no RS não teria prioridade na destinação de recursos financeiros. E o alerta do presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, de que estava bloqueado o palanque do PSB no RS para o pré-candidato do PDT à presidência, o ex-ministro Ciro Gomes, visto que o partido tem o vice, Geraldo Alckmin, na chapa encabeçada pelo pré-candidato petista, o ex-presidente Lula, na corrida presidencial.

A questão dos recursos se confirmou em parte, já que, conforme as informações da nacional, uma das definições da reunião de segunda foi que 80% dos recursos serão investidos nas candidaturas proporcionais, ou seja, na disputa de cadeiras para os Legislativos. Isso significa que candidatos aos Executivos, como Beto, ficarão com apenas 20% dos valores. Nesta terça, após o anúncio de Beto, o presidente estadual do PSB, Mário Bruck, confirmou que está mantida a demanda do partido no RS pela candidatura própria. “Primeiramente, queremos fazer uma candidatura única de esquerda, com o Beto na cabeça de chapa. Está mantido nosso canal de diálogo com a federação formada por PT, PCdoB e PV em relação a isso. Mas não vamos apoiar a pré-candidatura do Edegar (o deputado estadual Edegar Pretto, pré-candidato do PT ao governo). Se não avançar a conversa com a federação, retomamos o diálogo com o PDT”, elencou Bruck.

Beto, que lançou seu nome ao governo em setembro do ano passado, pretendia inicialmente uma aliança com o PT, mas após a sigla insistir também em uma candidatura própria, passou a articular uma coligação com o PDT gaúcho. As negociações entre PT e PSB chegaram a ser interrompidas, e só foram retomadas por pressão das direções nacionais das siglas, após roteiro de Lula e Alckmin no RS, no início de junho. O PDT, por sua vez, lançou a pré-candidatura do ex-deputado Vieira da Cunha ao governo, mas os socialistas acreditam que os pedetistas estão abertos à negociação.

A mudança de rumo adotada pela direção nacional do PSB que beneficia a candidatura própria no RS, conforme socialistas gaúchos, está diretamente atrelada às negociações entre PT e PSB em São Paulo, onde ganhou força a possibilidade de o PT manter a pré-candidatura de Fernando Haddad ao governo, com o ex-governador Márcio França (PSB) ficando com a vaga ao Senado na chapa. Por enquanto, contudo, oficialmente os dois seguem pré-candidatos ao governo. Uma nova reunião dos presidentes nacionais dos partidos está marcada para esta quarta-feira, 29. A ideia inicial era de que fosse batido o martelo sobre as composições nos estados. Mas, também conforme as informações do PSB nacional, outra decisão tomada na reunião dos socialistas na segunda à noite foi a de que o prazo para finalizar as negociações nos estados e tomar uma decisão em bloco, ou seja, uma composição que leve em conta todos os palanques regionais, é 19 de julho, véspera da abertura do período para a realização das convenções partidárias que oficializarão os nomes dos candidatos e as alianças.

O PSB nacional também confirmou o aval para a negociação de uma aliança com o PDT no RS caso não ocorra um acerto com o PT. O argumento que venceu foi o de que o próprio PT entabula conversações com o PDT em outros estados para a formação de coligações estaduais, mesmo que os dois partidos tenham diferentes candidatos na eleição para a presidência da República. Os casos do Paraná e do Rio Grande do Norte estão entre os que foram citados nominalmente.

A convenção do PSB do RS está marcada para 23 de julho e a do PSB nacional para 29 de julho.

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