O estudo sobre a redução da jornada de trabalho semanal – por Michael Almeida Di Giacomo
As mudanças nas relações de trabalho já tem exemplos inusitados no mundo
As interrogações impostas ao mundo, face à guerra da Ucrânia, e as mudanças no ambiente laboral, além de temas como Inteligência Artificial, Metaverso, e inflação – que está a assombrar o preço dos alimentos e dos serviços em muitas nações – foram debatidos no Fórum Econômico Mundial, realizado na Suíça, na última semana.
Na gélida Davos, o debate sobre como estão a ocorrer as relações interpessoais, em meio ao mundo digital, numa sociedade que se vê ainda impactada pelos efeitos nocivos da pandemia, deixa um tanto nítido que as mudanças ocorridas no último período ainda são causas de muitas incertezas.
Um dos temas que me chamou a atenção – pois é debatido há muito tempo no mundo real – foi a apresentação do estudo “Perspectivas de Emprego”, pela consultoria ManpowerGoup, que tem sede nos EUA. Entre as tendências apontadas pela consultoria, tem-se como destaque a redução dos dias de trabalho, com uma semana de quatro dias.
A demanda, segundo o estudo, além de ter fundo na ideia de ampliar as condições de decisão sobre o modo e o tempo de realização de seu labor, tem relação com a busca dos trabalhadores por mais equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
É certo, e sabido por todos nós, que desde o início da pandemia, em 2020, novos meios de trabalho, como o home office e o expediente híbrido, ganharam força nas relações laborais, nos contratados entre empresas e seus colaboradores. Em relação à semana de quatro dias, a adaptação – por parte dos empregadores, é vista como um processo em evolução, e que já tem resultados positivos em algumas nações.
A Bélgica é um dos exemplos, onde uma reforma na legislação aprovou que os trabalhadores, de forma opcional, podem ter mais horas de labor durante a semana, para, assim, ter um final de semana de três dias. O empregador pode rejeitar o pedido do funcionário, mas terá que fundamentar sua decisão.
Na Islândia, entre 2015 e 2019, foi realizado uma experiência com 2,5 mil trabalhadores que, sem redução salarial, passaram a trabalhar somente quatro dias na semana. Um dos pontos positivos observados durante a experiência foi a melhora na relação entre satisfação pessoal e produtividade. O setor de serviços, tanto em meio aos funcionários públicos, quanto privados, escolas e hospitais, concentrou boa parte do projeto. Entre os resultados a ser destacados, destaca-se a diminuição no número de reuniões e tarefas outras que se mostraram de pouca utilidade.
A experiência no pequeno país nórdico serviu de inspiração para a Bélgica e para outras nações do continente europeu. Em algumas, como por exemplo a França, há mais de 20 anos já foi adotado o regime de trinta e cinco hortas semanais de trabalho.
O estudo realizado pela ManpowerGoup aponta que esse tipo de flexibilização tem impacto direto nos resultados da produção, uma vez que os funcionários passam a ter mais atenção durante o horário de trabalho.
Um exemplo foi a experiência realizada pela Microsoft, no Japão, ao implantar uma semana de quatro dias, e constatar um ganho de 40% na produtividade e no aumento do bem-estar de seus colaboradores.
No Brasil, algumas profissões têm carga horária diferenciada, com menos dias laborais na semana. Contudo, para que seja uma opção disponível a todos os trabalhadores, penso que ainda falta um bom tempo. E é sempre uma matéria interessante de se debater.
(*) Michael Almeida Di Giacomo é advogado, especialista em Direito Constitucional e Mestre em Direito na Fundação Escola Superior do Ministério Público. O autor também está no twitter: @giacomo15. Ele escreve no site às quartas-feiras.
Nota do Editor: a foto (sem autoria determinada) que ilustra este artigo é uma reprodução obtida na internet. Você pode encontrá-la AQUI.
Noruega é um Estado de bem estar social. Muita coisa estatal. Historia, ao contrario do que alguns pensam, não tem catraca. Mais da metade da economia do pais é financiada com petroleo e gas. Aluminio e pesca ocupam os lugares seguintes. Num planeta mudando de matriz energetica. Como vai ficar? Resumo da opera? Comparações entre paises são invariavelmente erradas. É como chegar na oficina mecanica e o mecanico falar ‘seu Marea precisa trocar uns cilindros do motor; não tenho as peças aqui, mas vou instalar uns cilindros do motor da Variant; não se preocupe, vai funcionar, “la garantia soy yo”.
Finalmente a tal produtividade. PIB dividido por hora trabalhada (é um valor médio, obvio). ‘Our world in data’. Para cada hora trabalhada de um belga o valor em 2017 era pouco menos de 60 dolares. Para um brasileiro pouco mais de 16. Ou seja, a produtividade de um belga é quase quatro vezes a de um tupiniquim. Islandia 48 dolares. Japão 43 dolares (deve ser menor este numero, mas é o oficial). Argentina, pouco mais que 21. Chile mais que 25.
Temos as comparações de praxe. Islandia tem população pouco maior que Santa Maria. Vivem da exportação de aluminio e da pesca basicamente. Microsoft é empresa de software. Ou seja, ‘catação de milho’. Mais, Japão tem algo, como na França e no Brasil. ‘passe o crachá e continue trabalhando se quiser manter o emprego’. Logo, uma coisa é o legal outro o real.
‘De cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades’ é o principio marxista que os vermelhinhos defendem. Obvio que não funciona, no que eles gritam ‘egoistas’, ‘sem empatia’ e outras bobagens. Como se alguém estivesse preocupado com o julgamento moral deles. Obviamente sempre tem a boa e velha saida, basta ‘ser menos capaz’, cruzar os braços. Quem não achar bom pode continuar achando, não tem problema nenhum.
Quem não ve o outro lado, só ve o lado do trabalhador, comete erros. Se o afegão medio paga 10 para o funcionario tem que dar uns 8 (jogando por baixo) para o Estado. Ou seja, o trabalho da criatura tem que ‘render’ mais do que isto. Num ambiente altamente competitivo, com intervenções estatais atabalhoadas, com choques economicos internos e externos. Não é ‘vitimização’, o risco faz parte das regras do jogo. Alás, numa empresa media/grande do nivel gerencial e acima já acontece planejamento tributario (também não tem sabado ou domingo, é plantão permanente na maioria dos casos ao contrario do que pensam alguns). Depois dos 30 mil mensais (pouco mais, pouco menos) a remuneração já compreende o leasing do carro (e o combustivel) que a criatura utiliza, um emprego (real ou ficticio) para a esposa, bolsa da escola particular para os filhos(as), opções de ações, maior participação nos lucros, etc. Executivos são empregados também. E para receber um salário alto tem que mostrar serviço. Quanto mais alto maior o tombo.
Bom, começo de conversa. O fórum é economico e não juridico. Causidicos vivem metendo o bedelho onde não devem. Cabe lembrar que um dos piores ministros da fazenda que o Brasil já teve, e já teve uns bem ruinzinhos, chamava-se Rui Barbosa. Jornada de trabalho para os reles mortais é 44 horas semanais (servidores publicos ‘trabalham’ 40, se não for ponto facultativo e se estiverem de bom humor; alás queria saber a taxa da sindrome de burnout no serviço publico). Se reduzem a carga horaria 4 horas equivale a um aumento de salario de 10%. Repassar o custo para os preços é muitas vezes inviavel. Alguém ‘dança’. Obviamente o pessoal da esquerda, do copo sempre cheio para vermelhices, vai dizer que ‘as pessoas terão mais tempo, gastarão mais, alguma magica acontecerá e tudo dará certo’.