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Só um monte de perguntas – por Daiani Ferrari

Hoje, foi um daqueles dias em que eu sentei e me perguntei o porquê. Estamos há uma semana em uma onda de “acorda Brasil”, #vemprarua, “o gigante acordou” e tem gente que nem sabe o porquê. Tenho usado a expressão bobo alegre para definir aqueles que nunca na sua própria história levantaram a bunda do sofá para lutar por alguma coisa que não fosse um telefone melhor e o ingresso pra balada. E não estou dizendo que eu esteja fora desse grupo. Posso estar nele também.

Talvez a geração Y esteja comprometida somente com o crescimento profissional, independência dos pais, morando longe ou com eles, e com o uso das tecnologias. Quem sabe essa gurizada de 18, 20 anos esteja menos ligada ainda. Os rótulos são muitos, mas o fato é que, agora, essa gente acordou. É o que ouvimos. É como se definem (nos definem). Eu acordei? Eu dormia? É certo dizer que um país inteiro acordou somente agora?

Para onde estamos indo? Não está na hora de definir um foco e partir para as ações mais direcionadas ao invés de ir pra rua carregar cartazes e protestar contra tudo? Quem está certo, os que se sentam no chão e cantam o hino ou os manifestantes que viram vândalos e cobram seus anseios na porrada? Há uma corrente que diz que obediência às forças não é uma forma de revolução.

Nunca fui em uma manifestação. No fora Collor eu era criança, mal lembro disso. Meu envolvimento mais antigo com política do qual lembro foi uma brincadeira em cima do muro em que fingíamos ser candidatos em comícios. Eu era o Lula e no final do discurso caí do muro e quebrei o braço. Eu não tinha a menor ideia sobre quem ele era, qual partido representava, tampouco as ideias. E falando em partidos, você concorda com essa antipartidarização nos protestos? Lembrando que apartidário é diferente de antipartidário.

Esse monte de perguntas vai levar a alguma coisa?

Sinceramente, me perguntem amanhã o que eu acho disso tudo, porque hoje eu só consigo pensar na imagem da minha amiga dentro de uma urna, menor que uma caixa de bombom. Nossa vida é efêmera. No plano das ideias, concepções, modelos e exemplos, podemos ser tudo. Amigos, boas pessoas, apaixonados, alegres, lutadores, idealizadores, empreendedores, muitos ores. Mas no final das contas, a gente cabe numa caixa. Maior ou menor.

Como escrevi essa semana, “ficam a saudade e os bons momentos”. E o resto em uma caixa.

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