ELEIÇÕES 2022. Convenção confirma Ciro Gomes, do PDT, como o primeiro candidato presidencial oficial
Ex-governador do Ceará vai para sua quarta tentativa de chegar ao Planalto
Reproduzido do Portal Terra / Com informações d’O Estado de São Paulo
O PDT lançou nesta quarta-feira (20), a candidatura do ex-ministro Ciro Gomes na disputa pelo Palácio do Planalto. A convenção, em Brasília, foi a primeira entre os presidenciáveis e oficializou a quarta tentativa do ex-governador do Ceará de chegar à Presidência da República. Sem ter conseguido até agora o apoio de nenhuma outra legenda, Ciro tenta romper a polarização da política nacional entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que estão à frente nas pesquisas de intenção de voto.
O ato político contou com a participação do presidente nacional do partido, Carlos Lupi, do líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), da senadora e pré-candidata ao governo do Distrito Federal, Leila Barros, cotada também para ser vice de Ciro, dos ex-ministros Aldo Rebelo e Miro Teixeira e do presidente do partido em São Paulo, Antônio Neto, que vai concorrer a uma vaga na Câmara.
O ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, escolhido pelo PDT para concorrer ao governo do Ceará, também foi à convenção. A decisão do partido de apoiar Cláudio levou o PT a romper a aliança com os pedetistas no Estado. A legenda de Lula defendia a reeleição da governadora Izolda Cela (PDT) e agora decidiu, em conjunto com MDB e Progressistas, lançar outra candidatura a governador para rivalizar com o PDT. O nome apoiado pelo PT ao Estado ainda não foi definido.
Apesar da decisão de lançar Ciro à Presidência, diversos candidatos do PDT nos Estados tentam associar suas campanhas com a de Lula. Exemplos disso são o senador Weverton Rocha (MA), o ex-prefeito de Niterói (RJ) Rodrigo Neves, ambos pré-candidatos a governador, e o ex-prefeito de Natal (RN) Carlos Eduardo, pré-candidato ao Senado. Os três estavam presentes na convenção nacional do partido. Antes de anunciar o resultado que sacramentou a candidatura de Ciro, Carlos Lupi negou haver dissidências. “As aves de rapina vão cultivar traição em muito terreno, aqui não”, declarou.
Ciro tenta chegar ao Planalto pela 4ª vez
Com 64 anos, Ciro tem um histórico de posicionamentos à esquerda, já foi próximo ao PT, mas rompeu com o partido e concentra suas críticas tanto em Bolsonaro, quanto em Lula. Nascido em Pindamonhangaba (SP), mudou-se ainda criança para Sobral (CE). No Estado nordestino, foi deputado estadual, prefeito de Fortaleza e governador.
Em 1994, como ministro da Fazenda no governo Itamar Franco, participou da consolidação do Plano Real, que acabou com a hiperinflação no País. No primeiro governo Lula, atuou como ministro da Integração Nacional, de 2003 a 2006. Depois, foi deputado federal. Além da candidatura ao Planalto em 2018, tentou chegar à Presidência em 1998 e 2002.
Em entrevistas recentes, Ciro defendeu o fim da reeleição para presidente e a criação de uma renda mínima no País. O ex-governador também já falou em acabar com o teto de gastos – a regra que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior -, taxar grandes fortunas, tributar lucros e dividendos e revisar a reforma trabalhista de 2017.
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