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ELEIÇÕES 2022. Aos 81 anos, depois de perder a sua parceira, Olívio diz por que aceitou voltar a concorrer

As razões que passam pelo histórico de militância no PT e pela vida privada

Militante (e ex-governador gaúcho) Olívio Dutra recebeu a reportagem em seu apartamento, na zona norte de Porto Alegre, falou sobre a campanha e, entre outras coisas, disse não querer vender ilusões durante esse processo (Foto Luiza Castro/SUL21)

Do jornal eletrônico SUL21 / Entrevista a Luís Gomes

Olívio Dutra (PT) já havia comunicado a intenção de não participar mais de campanhas eleitorais. Na verdade, já havia participado da disputa pelo Senado em 2014 em uma decisão de última hora, atendendo à “pressão do partido”. Agora, mais uma vez a pedido do PT, Olívio aceitou voltar a disputar uma vaga no Senado, mas numa proposta diferente, com a intenção de dividir o eventual mandato com suplentes.

Sul21 conversou com o ex-prefeito de Porto Alegre e ex-governador do Rio Grande do Sul sobre o que o levou a participar novamente da disputa pelo Senado no dia 3 agosto. Olívio recebeu a reportagem em seu apartamento na zona norte da Capital. Em cerca de uma hora de conversa, ele explica que vinha nos últimos anos instigando o partido a formar novas lideranças e que não tinha a intenção de voltar a disputar eleições. Contudo, pondera que, devido ao momento que o País vive e por considerar que não é possível deixar o cenário eleitoral de 2018 se repetir, aceitou mais uma candidatura.

“Em todos os momentos, eu fui sempre avaliando, reavaliando, contra argumentando, indicando outros nomes, porque eu sempre achei que nós temos que instigar quadros novos para irem assumindo responsabilidade nas instâncias partidárias e nas ocasiões de campanha, então sempre tenho isso na cabeça e continuo insistindo nisso. Mas o quadro que está colocado para nós, ou se colocou, me fez refletir e assumir, mesmo com os meus 81 anos já completos, essa tarefa”, diz.

Ao longo da conversa, ele também explica como a proposta de mandato coletivo está relacionada com as próprias origens do Partido do Trabalhadores e como deve ser implementada, caso seja eleito, mas ressalvando que não há uma fórmula pronta a ser seguida.

“Eu não tenho formulazinha pronta, acabada, uma receitinha já aqui no bolso ou na manga do colete. Não, é a proposta e evidente que a gente sabe que tem propostas parecidas, não só aqui no Brasil, mas em outros países. Nós não queremos imitar, nem transplantar, mas achamos que é muito importante para nós, que estamos com a democracia ameaçada, a democracia sempre debilitada, por conta de o povo sempre estar longe dos espaços onde se decidem a formulação das leis, a sua execução e a sua fiscalização. Nesse momento, é muito importante defender a democracia, não só a formal, a que já existe, mas não deixar que ela retroceda conforme querem os atuais governantes, principalmente o senhor esse que é o presidente da República”, afirma.

Olívio também fala sobre a derrota de 2014, sobre como está enxergando a disputa deste ano, seus principais adversários, suas principais propostas, entre outras questões. A seguir, confira a íntegra da entrevista:

Sul21 – A última campanha que o senhor participou foi em 2014 e o anúncio de sua nova candidatura pegou muita gente surpresa. O senhor ainda tinha ideia de participar de outra eleição ou foi uma circunstância especial que lhe levou a isso?

Olívio Dutra: Eu não tinha essa ideia, né? Já tinha transmitido, inclusive, aos companheiros de partido e a todas as instâncias que estaria militando, mas não necessariamente postulando mandatos legislativos e executivos. Mas, evidente, é um quadro político que ninguém pode ficar deixando as coisas acontecerem assim. Para quem já teve uma uma experiência ou participa da luta sempre, é o meu caso, junto com tantos outros companheiro e companheiras, é uma preocupação grande. Uma possibilidade de o País, por falta de um bom debate, de esclarecimento, de instigação à militância, deixar que se repita o quadro que nós estamos sofrendo com esse governo. Isso pesou bastante. Evidentemente que também a conjuntura política regional, a candidatura do Lula e do Edegar Pretto aqui, então essas coisas foram entrelaçando e eu fui sendo pressionado, fui sendo instigado, fui sendo convidado. Em todos os momentos, eu fui sempre avaliando, reavaliando, contra-argumentando, indicando outros nomes, porque eu sempre achei que nós temos que instigar quadros novos para irem assumindo responsabilidade nas instâncias partidárias e nas ocasiões de campanha, então sempre tenho isso na cabeça e continuo insistindo nisso. Mas o quadro que está colocado para nós, ou se colocou, me fez refletir e assumir, mesmo com os meus 81 anos já completos, essa tarefa. Portanto, assumo com responsabilidade, com consciência, não estou ali para preencher um espaço. Não, é porque tenho responsabilidade, fui um dos fundadores do partido, sou um militante de esquerda, do socialismo democrático e acho que não podemos vacilar dentro de um quadro que seria um desastre maior do o que o que já aconteceu deixar se repetir esse governo…”

PARA LER A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA, CLIQUE AQUI.

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