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UFSM. Projeto do curso de Psicologia incentiva a escrita de cartas entre adolescentes apreendidos

Pandemia potencializou êxito do projeto de extensão surgido na Universidade

Redijuv redigiu cartas não só para adolescentes privados de liberdade, mas também para os funcionários da Fase (Foto Reprodução)

Por Laurent Keller (Com imagem de Reprodução) / Da Agência de Notícias da UFSM

“Escuta da palavra escrita” é um projeto de pesquisa vinculado ao curso de Psicologia da UFSM que promove a troca de cartas entre universitários e adolescentes em estado de privação de liberdade. Inicialmente, o objetivo da proposta era existir somente durante a pandemia, enquanto as oficinas realizadas pelo curso estivessem interrompidas. Contudo, o projeto segue acontecendo, devido à boa recepção entre os jovens.

Antes de o projeto surgir em 2020, o grupo de alunos participantes já compunha um outro projeto de extensão, intitulado “Oficinas de intervenção psicossocial com adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa”. Criado em 2018, o projeto promovia oficinas voltadas para a criação artística e a conversação com os menores.

Tanto a troca de cartas quanto as oficinas são realizadas pelo grupo acadêmico Rede de Estudos e Pesquisas Sobre Desenvolvimento na Infância, Adolescência e Juventude (REDIJUV), que abrange os projetos de pesquisa e extensão mencionados acima.

Assim, quando a pandemia estourou e as atividades da UFSM foram suspensas, o grupo instituiu o projeto “Escuta da palavra escrita” com o intuito de manter enfrentavam a solidão do confinamento social contato com os jovens, que além do isolamento pandêmico já.

“Estávamos todos confinados, mas nós, extensionistas, estávamos confinados em casa, com vários recursos para manter contato com as pessoas e com o mundo. Já os adolescentes estavam confinados e com severas limitações para manter contato com o mundo e com pessoas que eram significativas para eles, especialmente seus familiares. […] Para nós, extensionistas, escrever foi um salva-vidas importante para seguirmos existindo durante o período pandêmico, então acredito que, para os adolescentes que escreveram, possa ter sido também”, explica a graduanda em Psicologia Isabelle Martins.

Além de ser uma forma de escape do estresse causado pela pandemia, a escrita garantia aos jovens a comunicação com seus familiares e outras pessoas próximas, já que as cartas também eram enviadas para seus parentes, amigos e namorados.

Semanalmente, os extensionistas enviavam uma carta geral para todos os jovens, elaborada de modo virtual em conjunto pelos universitários, em que se buscava estabelecer um espaço de estímulo ao registro e à expressão de sentimentos e vivências dos adolescentes. A partir do retorno textual daqueles que aderiram ao projeto, o grupo de extensionistas se dividia para responder a cada carta de forma individual e, na próxima semana, enviar outros textos particulares, junto à produção coletiva. A coordenadora da pesquisa, professora Jana Gonçalves Zappe, ressalta o caráter não obrigatório da produção de cartas. A intenção era de que os jovens se sentissem acolhidos e notados pelas cartas coletivas e, caso quisessem se expressar por meio da escrita, ou até mesmo por um desenho artístico, haveria esse espaço para eles.

Quanto às temáticas abordadas nas cartas, de início se optava por assuntos que disparassem a vontade de escrever nos adolescentes, sem que houvesse uma delimitação específica. Os mais diversos temas eram trabalhados, como pandemia, notícias sobre o mundo, sentimentos, músicas, poesias, sonhos, vida extraterrestre, ou tatuagens, por exemplo. Já a logística da correspondência ocorria da seguinte forma: um extensionista ia à instituição e entregava a um profissional as cartas impressas produzidas pelo projeto; e, quando os adolescentes escreviam os textos de retorno, o funcionário tirava foto das cartas e as enviava virtualmente ao grupo de pesquisa, assim o contato pessoal no período pandêmico era evitado.

A proposta de correspondência foi recebida positivamente pelos meninos, tanto que muitos seguem em diálogo com os extensionistas mesmo após a saída das casas de atendimento. “Mesmo para aqueles que não escreveram, receber as cartas e saber que um grupo de pessoas se importava com eles pode ter contribuído para lidarem melhor com a saudade e o distanciamento dos familiares, assunto muito presentes nas cartas escritas pelos adolescentes”, comenta a mestranda da UFSM e integrante da pesquisa Renata da Costa…”

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