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O voto útil sairá vencedor? – por Michael Almeida Di Giacomo

Uma discussão sobre a possibilidade (ou não) do pleito encerrar já no domingo

Ao que parece – pelo menos até o momento – a eleição do próximo domingo será mesmo um enfrentamento das forças políticas formadas pela esquerda petista contra o nacional-fascismo bolsonarista.

E o resultado?

Os Institutos de pesquisas apontam para uma acirrada disputa – não entre os dois líderes nas intenções de voto, mas para saber se a eleição nacional será encerrada no domingo ou haverá a necessidade de realização de um segundo turno.

É, sem dúvida, um fato atípico, caso ocorra.

Uma vez que Lula, ainda no seu primeiro mandato, quando seu governo gozava de alta aprovação popular, ao disputar a reeleição não conseguiu lograr êxito em um primeiro turno, a desejada derrota de Bolsonaro não será algo tão fácil.

Sim, eu sei que já houve eleição presidencial decidida somente em um turno.  Porém, pela historicidade, não é algo exatamente simples para um partido de esquerda.

Por isso, nesta reta final de campanha, a principal interrogação de muitas pessoas reside em saber se a conjuntura política do país será tão favorável ao petista a ponto de liquidar a fatura já no domingo.

É muito difícil de encontrar uma resposta. 

Agora, que a conjuntura se mostra desfavorável para Bolsonaro, não tenho dúvida. Ele saíra derrotado, seja no primeiro, seja no segundo turno.

Isso torna possível constatar na arena política a grande movimentação na busca pelo voto útil.  É algo que há muito não se via em uma eleição majoritária nacional, pelo menos no período mais recente.

No caso concreto, a polarização que permeia o debate político nacional, entre a candidatura petista e a bolsonarista, não tem deixado espaços para que novas candidaturas – ou as permanentes, sem apelo popular, como é caso de Ciro Gomes – possam ter alguma projeção, ou êxito.

E, mesmo em sistema eleitoral composto por inúmeros partidos políticos, um sistema multifacetado, chegamos ao ponto de o eleitor pouco considerar uma ou outra opção fora do eixo da polarização.

Ou seja, a formação da nossa arena política nacional se mostra paradoxal, uma vez que resta por “afunilar” as opções do eleitor.

Desse modo, a busca pelo voto útil é o principal capital político a ser conquistado no primeiro turno.

É aguardar o resultado de domingo.

(*) Michael Almeida Di Giacomo é advogado, especialista em Direito Constitucional e Mestre em Direito na Fundação Escola Superior do Ministério Público. O autor também está no twitter: @giacomo15. Ele escreve no site às quartas-feiras.

Nota do Editor: a imagem (sem autoria determinada) que ilustra este artigo é uma reprodução obtida na internet. Mais exatamente AQUI.

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2 Comentários

  1. Sistema de partidos politicos não é multifacetado. Apesar de alguns imbecis que tentam colocar na conta da população a eleição dos mesmos de sempre, o sistema é montado para eleger os mesmos de sempre. Direções dos partidos são oligarquias que definem a distribuição de recursos (para alguns imbecis não basta, tem que ter voto em lista ainda por cima, apostam num embate interno que nunca irá ocorrer). Observando a propaganda de emboscada, aquela que não tem como escapar, ocorre muito ‘meu nome é Eneas’ por ai. Alguns nem o numero informam. Muita gente só ocupando espaço, tornam-se ruido. Vereadores sem chance nenhuma. Mulheres vitimas de violencia domestica, algumas apresentam a maternidade como credendical. Em São Paulo até atriz porno. Resumo da opera: nada de novo abaixo do sol.

  2. Diria que tanto faz. Primeiro uma observação, PDT tem uma ‘ala militar’. Desenvolvimentismo varguista requentado tem seu apelo. Pessoal da ‘industria da defesa’, pessoal nacionalista. Segundo: acabando no primeiro turno vermelhos e midia tentarão fazer colar narrativas (apoiados por muitos ‘especialistas’) que não passará de saliva jogada fora para a maioria. Vide RS, Dudu Milk (como ja tinha sido comentado) incorporou a terceira via. O anti-cavalismo não é só apoio ao PT. Terceiro: Biden ganhou de Trump como esperado. Conjuntura mundial mudou e Democratas fizeram c@g@d@s. Situação piorou nos EUA, o que obviamente tera repercussões politicas. Na Italia ganhou uma conservadora (que a midia classifica como extrema-direita, não é). Consequencia logica, sucessão de governos que não dão acerto acabam na eleição de quem sobrou. Obvio.

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