BASTIDORES. O pós-eleição na Câmara, Valdeci e Pimenta sobrando, Burmann e 2º turno, Psol, Novo

Por Maiquel Rosauro

Vale a pena acompanhar a sessão da Câmara de Vereadores de Santa Maria desta terça-feira (4), que volta ao horário das 15h. O boletim legislativo não indica projetos para votação, mas os discursos do Grande Expediente vão refletir como algumas das principais lideranças da cidade encararam o resultado das urnas.

Algumas fontes ouvidas pelo Site, nesta segunda-feira (3), relataram que a campanha não gerou impactos no grupo que, hoje, comanda a Mesa Diretora do Parlamento.

Vale lembrar, o grupo é formado por, pelo menos, 11 vereadores: Valdir Oliveira (PT), Ricardo Blattes (PT), Admar Pozzobom (PSDB), Givago Ribeiro (PSDB), Juliano Soares – Juba (PSDB), Alexandre Vargas (Republicanos), Getúlio de Vargas (Republicanos), Luci Duartes – Tia da Moto (PDT), Manoel Badke – Maneco (UB), Adelar Vargas – Bolinha (MDB) e Werner Rempel (PCdoB).

Tecnicamente, a vereadora Marina Callegaro (PT) não faz parte do grupo. Mas não será surpresa se ocorrer uma reaproximação nos próximos dois meses.

Valdir é o atual presidente e, pelo acordo, o mandatário de 2023 será um tucano. Como Admar já ocupou o posto em 2017, é provável que o escolhido seja Givago ou Juba.

Para 2024, não há dúvida. O grupo, se mantendo unido, elegerá Maneco como presidente, que após seis mandatos consecutivos irá se aposentar do Legislativo.

Sobrando

Os dois candidatos mais votados pelo Partido dos Trabalhadores (PT) do Rio Grande do Sul, para deputado estadual e federal, são de Santa Maria. Valdeci Oliveira (PT) foi reeleito na Assembleia Legislativa, onde é o atual presidente, com 70.580 votos. Paulo Pimenta (PT), atual presidente estadual da sigla, foi reeleito à Câmara dos Deputados com 223.109 votos.

Olho nele!

O ex-reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Burmann (PDT), registrou 22.791 para deputado federal. Foi a primeira eleição em que participou, conquistando a segunda suplência do PDT. Apenas em Santa Maria foram 9.255 votos.

Na noite desta terça (3), em sua fanpage, Burmann destacou que o pleito ainda não acabou.

“Agora estamos em outro cenário, prestes a encarar um segundo turno de eleições para Presidente da República e votaremos pela democracia, pela dignidade, pela universidade pública, pelas comunidades indígenas, pela diminuição da fome, pela vida, pela manutenção das formas de fazer cultura, pela diversidade…”, publicou o ex-reitor.

Não deu

Os vereadores de Santa Maria que concorreram esse ano não conseguiram se eleger. Dois deles passaram da marca de 10 mil votos.

São os casos de Admar Pozzobom, que fez 13.649 votos para a Assembleia Legislativa, sendo 11.679 em Santa Maria; e Tony Oliveira (Podemos), que registrou 12.821 votos, também à Assembleia, com 9.840 votos no município.

Ainda concorreram a deputado estadual, entre os vereadores, Werner Rempel, com 6.029 votos (4.890 em Santa Maria); e Paulo Ricardo Pedroso (PSB), com 4.309 votos (3.408 na cidade).

O futuro é deles

Giuseppe Riesgo (Novo) e Alice Carvalho (PSol) estão em lados opostos no espectro político, mas são duas apostas sólidas para o protagonismo na política Santa Maria no curto prazo.

Riesgo não conseguiu se reeleger na Assembleia Legislativa, mas viu sua votação subir. Em 2018, registrou 16.224 votos, agora 28.209 votos (10.290 em Santa Maria).

Alice, em 2018, fez 6.701 votos para deputada estadual. Este ano, 9.350 votos (5.949 na cidade).

Riesgo e Alice, entretanto, têm um problema em comum: a incompetência de seus partidos em Santa Maria.

Alice, há dois anos, foi a campeã de votos à Câmara de Vereadores, recebendo o aval de 3.371 eleitores, e só não se elegeu porque o PSol lançou apenas outros dois candidatos naquele pleito e não alcançou o quociente eleitoral. O Novo fez ainda pior, sequer colocou um único candidato ao Legislativo, quase que deixando de existir na cidade.

Jobim

O santa-mariense Ricardo Jobim (Novo) fez 38.887 votos para governador do Estado (3.219 votos em Santa Maria). Terminou o pleito na sétima posição. Em nível de comparação, em 2018, Mateus Bandeira (Novo) registrou 200.877 votos (5.806 em Santa Maria), ficando na quinta colocação.

O fato é que a campanha de Jobim não decolou. Faltou recurso. Há quatro anos, Bandeira arrecadou R$ 878.756,04 para a campanha (AQUI). Jobim, este ano, conseguiu R$ 230.455,36 (AQUI).

O Novo é o único partido que não aceita dinheiro público para suas campanhas. Todos os recursos são oriundos de doações de pessoas físicas.