ELEIÇÕES 2022. Campanha presidencial no turno final: guerra suja nas redes, fake news, jogo da fé…
Corrida pelo Planalto marcada por engajamentos e a atuação intensa do TSE
Reproduzido do G1, o portal de notícias das Organizações Globo / Texto de Amanda Polato e Cauê Muraro
Batalha frenética nas redes sociais, “guerra santa” (com a religião levada insistentemente ao centro do debate) e inéditas declarações de apoio vindas de personalidades e de ex-adversários políticos marcaram a campanha de segundo turno da eleição 2022.
Nas quatro semanas que sucederam o primeiro turno, realizado em 2 de outubro, ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) envolveram-se em um embate turbulento, que girou ainda em torno de menções a satanismo, canibalismo e pedofilia. Esse cenário conflituoso levou a uma intensa atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar coibir e punir eventuais irregularidades.
Houve também um episódio de violência no qual o ex-deputado federal Roberto Jefferson, que é apoiador do candidato à reeleição, disparou tiros de fuzil e lançou granadas em policiais federais.
Na véspera da votação, marcada para este domingo (30), o G1 relembra os destaques campanha de segundo turno, encerrada oficialmente neste sábado (29).
Veja abaixo os principais pontos da disputa e, em seguida, detalhes de cada um deles:
Declarações de apoio – houve grande engajamento de artistas, atletas e influencers que, no passado, não costumavam declarar votos; ex-adversários políticos de Lula ou de Bolsonaro também se manifestaram (em certos casos, discretamente), como Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e Sergio Moro (União Brasil).
Luta contra abstenção – além de pedir votos, os dois candidatos fizeram campanha contra a abstenção no segundo turno, após o índice recorde no primeiro, quando mais de 30 milhões de eleitores deixaram de votar; agora, mais de 300 cidades e todas as capitais do país devem oferecer passe-livre no transporte público no dia da votação.
‘Guerra santa’ – as campanhas começaram com publicações associando Lula a satanismo e o Bolsonaro a maçonaria; depois, ocorreram atos em igrejas e templos, onde houve discussões e brigas.
‘Pintou um clima’ – uma declaração de Bolsonaro sobre adolescentes venezuelanas que ele abordou durante um passeio de moto no DF gerou críticas e indignação; o presidente descreveu: “Pintou um clima, voltei. [Perguntei]: ‘Posso entrar na sua casa?’. Entrei. […] E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos, se arrumado no sábado para quê? Ganhar a vida”. Dias depois, ele gravou um vídeo no qual se desculpou e, ao lado da primeira-dama, disse que as mulheres do local eram trabalhadoras, não prostitutas.
Assédio eleitoral – em outubro, dispararam as denúncias de assédio eleitoral em empresas; a prática, que é ilegal, consiste na tentiva de influenciar o voto de empregados por meio de ameaças, coação e promessas de benefícios.
Guerra suja de fake news – o conflito nas redes sociais agravou-se consideravelmente no segundo turno, com candidatos e apoiadores trocando acusações e levantando conteúdos falsos ou sensacionalistas.
TSE contra fake news – para tentar controlar a avalanche de fake news, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mandou retirar conteúdos das duas campanhas e aceitou centenas de pedidos de direito de resposta; a corte também alterou regras para que as redes passassem a ser mais rápidas para tirar do ar conteúdos considerados falsos ou distorcidos e também abriu investigação contra uma rede de desinformação bolsonarista.
Prisão de Roberto Jefferson – aliado de Bolsonaro, o ex-deputado federal reagiu com tiros de fuzil e granadas a policiais federais que, no domingo (23), foram cumprir um mandado de prisão contra ele; o presidente repudiou a ação e tentou se desvincular do ex-parlamentar.
Inserções no rádio – um dia após a tumultuada prisão de Roberto Jefferson, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, exibiu um relatório no qual alegou que rádios deixaram de veicular ao menos 154 mil inserções da campanha de Bolsonaro; pelo TSE, Alexandre de Moraes apontou inconsistências no documento; líderes bolsonaristas mantiveram o assunto em alta nas redes e passaram a defender o adiamento das eleições, numa nova escalada golpista.
Estabilidade nas pesquisas – apesar do noticiário intenso e de muita discussão nas ruas e nas redes, as pesquisas de intenção de voto ficaram estáveis durante as quatro semanas de campanha do segundo turno…”
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Campanha foi suja, mina mais um pouco a credibilidade da politica. Molusco com L., o honesto, falando pela manha já saiu com um ‘civilização’ (palavra repetida pela militancia ultimamente, ;-)). Discurso já é ‘população vai escolher como organizar a sociedade’ como se fosse um plebiscito constitucional. Ou seja, papo do ‘vamos unir o Brasil’ (preventivamente podem ir se lascar, para ser educado), ‘vamos incluir os esfomeados’ (ou seja, vamos aumentar impostos, afinal ‘quem é contra matar a fome’) e ‘eleição acabou, quem perdeu que volte para casa bem quietinho’. Resumo da opera: o mesmo de sempre.