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“NA BAGAGEM”. Projeto da UFSM visa levar às crianças conhecimentos sobre patrimônio de SM

Maleta com cinco jogos mostra um pouco do patrimônio histórico da cidade

Por Mariane Machado da Silva / Da Agência de Notícias da UFSM

O Laboratório de Acervo, Editoração e Produção Acadêmica (LAEDPA), vinculado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSM, está desenvolvendo um projeto voltado para o público infantil. Como proposta, a iniciativa busca fazer com que as crianças possam aprender mais sobre o patrimônio material e imaterial da cidade de Santa Maria.

O projeto é chamado de “Na Bagagem”, pois a ideia é que as crianças possam transportar uma pequena maleta no território do Distrito Criativo (região da cidade que compreende a Gare da Viação Férrea, a Vila Belga e a Avenida Rio Branco), passando pelos patrimônios de Santa Maria. O público-alvo são crianças entre 7 a 9 anos e a proposta é mostrar de maneira lúdica um pouco dos prédios, da natureza e até das comidas e restaurantes da cidade.

A maleta conterá cinco jogos:

1) Quebra-cabeça: vai ilustrar a paisagem em Santa Maria, com destaque para os morros que cercam o município e a natureza;

2) Miniteatro: serão trazidos os personagens da “Turminha do Patrimônio”, nomeados a partir do conto indígena que representa a origem da cidade, os bairros e a própria cidade. Os nomes serão: Camobi e Itararé (avós), Imembuí, Morotin (pais) José e Maria (filhos);

3) Álbum de Figurinhas: serão 26 figurinhas em preto e branco para que cada criança possa personalizar ao visitar os prédios da região do Distrito Criativo. O material trará informações sobre o estilo arquitetônico de cada edificação, seu uso e ano de construção;

4) Jogo de tabuleiro: terá como cenário as ruas da região do Distrito Criativo. Ao longo do percurso os jogadores passarão por edifícios históricos e poderão ser chamados para parar por uma rodada para comer um galeto, pular duas casas por tomar uma cyrillinha, pegar um atalho pela estrada do perau ou passear de trem;

5) Maquetes de papel: serão versões em miniatura dos prédios históricos de Santa Maria e anualmente serão lançados novos edifícios para complementar a coleção. As maquetes podem ser usadas junto com o jogo de tabuleiro para trazer uma dimensão 3D do percurso.

O objetivo é que todos os componentes da maleta criem uma maior interatividade entre as crianças e o patrimônio. De acordo com a professora Leonora Romano, coordenadora do projeto, o propósito é atingir o público infantil de colégios públicos e privados para transmitir uma educação patrimonial, que considera deficitária nas escolas. Ela afirma que, “não queremos dar aula de arquitetura para nenhuma criança, mas queremos que ela adquira esse sentimento pelas coisas da cidade”.

O projeto foi apresentado no Conecta Distrito, evento que ocorreu nos dias 12 e 13 do mês de agosto. Na ocasião, o grupo fez uma apresentação de um pequeno protótipo da maleta que teve uma grande aceitação pelos presentes, inclusive com proposta de adaptação para outras cidades do Rio Grande do Sul.

Agora os membros do “Na Bagagem” trabalham no processo de desenvolvimento e formalização da maleta e a previsão de lançamento é na Feira do Livro de 2023. O material utilizado será o papelão para que os componentes sejam leves e as crianças possam transportar com facilidade.

Patrimônio Material e Imaterial e a importância da preservação

A professora Leonora Romano explica que o Patrimônio Material é todo aquele tipo de patrimônio tangível ou móvel, que é possível tocar e reproduzir. Há dois tipos de patrimônios materiais: os móveis que são as pinturas, coleções, murais e selos e os Imóveis que são os edifícios. Já os patrimônios Imateriais possuem 4 categorias: saber fazer (técnicas, receitas); celebrações (romaria, carnaval); lugares (como as praças, o Perau, o Vale do Menino Deus); e expressões (músicas, dança, teatro, bandas marciais, muito presentes na história do município).

Camila Behenck, estudante do décimo semestre de Arquitetura e Urbanismo e bolsista no LAEDPA, destaca a importância da iniciativa não só para as crianças mas para Santa Maria. “O conhecimento sobre esse ramo para a cidade vai ser muito benéfico, pois as crianças terão esse repertório e poderão preservar o patrimônio”, explica ela.

Camila ainda cita que trabalhar com crianças é muito gratificante, pois elas conseguem absorver melhor as informações e que com esse conhecimento poderão ter um futuro mais consciente acerca do patrimônio e da nossa história. Leonora concorda e acrescenta que o cuidado com o patrimônio é importante para a criação e manutenção da identidade e para a preservação para as futuras gerações.

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