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EDUCAÇÃO. Alunos da UFSM, com o “Doris”, ficam com o 1º lugar em campeonato nacional de robótica

Equipe vencedora era composta também por estudantes da Furg e do IFRS

Para conquistar o título, “Doris” teve de desempenhar tarefas domésticas dentro de uma casa simulada (Foto Christi Amorim/Divulgação)

Por Laurent Keller / Da Agência de Notícias da UFSM

O projeto Brazilian United Team for Intelligent Automation (Butia Bots) levou o título de primeiro lugar na categoria @home, na 20° edição da Competição Brasileira de Robótica (CBR), realizada em São Bernardo do Campo (SP), entre os dias 17 e 22 de outubro.

A equipe, composta por acadêmicos de graduação e pós-graduação da UFSM, da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), disputou a final do campeonato com a Fundação Educacional Inaciana Padre Sabóia de Medeiros (FEI), que competia “em casa”.

A CBR, maior competição universitária de robótica do Brasil, é composta por 16 categorias, nas quais robôs autônomos devem desempenhar tarefas cotidianas corretamente, sem que haja intervenção humana. Dentre os segmentos, há, por exemplo, provas de corrida, de futebol, de voo e de assistência doméstica (@home), categoria disputada pelo Butia Bots. Nesta área, os robôs precisam ter inteligência de serviço, para realizarem ações dentro de uma casa simulada, com o intuito de estimular o desenvolvimento de tecnologias domésticas pessoais para o futuro.

Para concorrer na categoria, a equipe gaúcha levou para São Paulo o Robô Doris, que possui “rosto” com sensores e motores que servem para movimentar a mandíbula e os olhos. O robô tem também câmeras, rodas para locomoção, torso e braços aptos a atividades de manipulação, além de computadores responsáveis pelo processamento de dados.

Construção da conquista – Em julho, a Butia Bots participou de outra competição: a RoboCup, torneio mundial de robótica (que neste ano ocorreu na Tailândia), na qual o terceiro lugar foi conquistado, também na categoria @home. Segundo o professor Rodrigo Guerra, docente do Centro de Ciências da Computação da Furg, que é um dos coordenadores do projeto e já atuou na UFSM, a equipe – mesmo atingindo a terceira colocação – foi à disputa mundial com pouco tempo de preparação para as provas. E isso motivou ainda mais o grupo a participar da competição nacional em São Paulo, haja vista que, dessa vez, seria possível investir mais esforços no preparo das provas.

“Para nós, essa vitória no campeonato brasileiro simboliza o amadurecimento da equipe. […] Nós não deixamos muito espaço para o acaso, fomos realmente preparados em tudo que podíamos”, relata Guerra.

O coordenador conta ainda que o projeto já começou a se preparar para a RoboCup de 2023, que vai acontecer na França. Dessa vez, o preparo precisará ser intenso, porque os oponentes estarão mais fortes, diferentemente da edição de 2022, em que muitas equipes estavam desfalcadas por causa da pandemia de Covid-19. Nesse sentido, a ideia é construir um segundo robô para a competição e levar ao menos oito membros da Butia Bots para a Europa. Contudo, existe uma preocupação em relação ao financiamento dos materiais, inscrições, viagem e estadia, já que, devido aos cortes orçamentários nas universidades públicas, recursos do projeto foram cortados. Para se ter uma ideia, a equipe precisou organizar uma “vaquinha” online para participar do CBR.

Rodrigo Guerra lamenta a situação: “infelizmente, no Brasil, vivemos um momento muito difícil na ciência. Falta recurso básico e, fora da universidade, poucos têm noção das dimensões dessa escassez”. Contudo, apesar dos entraves, a equipe se mantém perseverante: pretende-se buscar fomento de agências e patrocinadores que acreditem no potencial do Butia Bots.

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