Por Fritz R. Nunes / Da Assessoria de Imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm)
Vinicius Ardenghi é estudante do curso de Licenciatura em Artes Visuais. Desde que ingressou na UFSM, em 2016, ele se divide entre fazer o seu curso e realizar trabalhos extras, promovendo anúncios na Internet, uma forma de aumentar a renda e ajudar em seu sustento. Atualmente, Vinicius tem uma bolsa de Residência Pedagógica, que garante a ele 400 reais ao mês, valor que ajuda muito na hora de pagar as contas, como por exemplo, a do aluguel.
Contudo, ele já está com um mês de atraso em sua bolsa e, ao que tudo indica, no próximo dia 10, sofrerá o segundo atraso. Apesar de bastante empolgado com a tarefa que desempenha – ele conta que estão estudando a possibilidade de trabalhar com residência artística nas escolas – o corte no repasse dos valores para pagamento das bolsas representa um duro golpe.
Vinicius relata que, chegou a abrir uma conta no Banco do Brasil para poder receber os valores da bolsa, porém, mesmo sem receber há dois meses, precisa pagar uma taxa de 80 reais para o banco a título de manutenção dessa conta.
A situação de Vinicius Ardenghi não parece ser muito diferente da de centenas de estudantes que recebem bolsas, sejam da graduação ou da pós-graduação. A nota emitida pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) na terça, 6 de dezembro, aponta para uma situação caótica na UFSM neste final de 2022, caso os cortes não sejam revertidos.
Somente através da PRAE, ou seja, sem considerar as bolsas pagas através da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, cerca de 800 estudantes, que dependem da assistência estudantil, não receberão suas bolsas ou auxílios.
Conforme lista a pró-reitoria, a partir do bloqueio dos recursos financeiros não poderão ser pagos: Auxílio Alimentação, Auxílio Creche, Programa Auxílio a Moradia (PAM), Auxílio Internet, Bolsa Orquestra, Bolsa Assistência ao Estudante-BAE/PRAE, Monitoria, Bolsa Práxis e Bolsa Formação. Essas bolsas, somadas às outras também instituídas pela Instituição aos estudantes, como FIPE, FIEX e FIEN, somam mais de 600 mil reais.
Refeições ameaçadas
E não são somente as bolsas que estão sendo cortadas. A ameaça paira também sobre os Restaurantes Universitários (RUs) e as Casas de Estudantes (CEUs). Segundo explica a PRAE, os RUs operam, atualmente, através de contratos com empresas terceirizadas e, em função disso, pela falta de verba para pagá-las, também correm o risco de parar ou ao menos de reduzir o acesso de usuários/as tendo em vista o não pagamento dos contratos de serviços de alimentação no mês de dezembro. No momento, na UFSM, são servidas cerca de 10 mil refeições diárias entre café, almoço e jantar.
Tendo em vista que, somente no último bloqueio de recursos, a UFSM foi penalizada em 2,1 milhão de reais, que corresponde à verba de manutenção da instituição, o efeito imediato acaba atingindo pagamento de água, luz, telefone, mas especialmente as empresas que prestam serviços terceirizados. E, por isso, os serviços de manutenção das Casas de Estudante também estão ameaçados, justamente porque são executados por terceirizadas.
Ao final da nota informativa, a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis destaca:
“A PRAE se coloca em defesa da permanência estudantil reafirmando seu compromisso com a garantia dos direitos das e dos estudantes. Estamos em movimento junto as demais Instituições Federais de Ensino Superior do país, em tratativas de reversão à situação desenhada pelo atual Governo Federal. A PRAE está atenta a toda e qualquer atualização acerca da situação para repasse aos/às estudantes”.
Nesta quarta, 7, um ato_público contra os cortes ocorreu em frente ao Restaurante Universitário da UFSM. Integrantes da diretoria da Sedufsm participaram do protesto, repudiando a postura irresponsável do governo Bolsonaro e colocando-se na luta para reverter a atual situação.
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