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UFSM. Governo desbloqueia recursos, mas rombo nas contas em 2022 ainda chega aos R$ 9 milhões

Sedufsm credita às mobilizações e pressões a liberação de verba pelo governo

Panfletagem contra os cortes no arco de entrada do campus de Santa Maria, no dia 15 de dezembro (foto Arquivo/Sedufsm)

Por Fritz R. Nunes / Da Assessoria de Imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm)

A mobilização e a pressão que ocorreram em todo o país contra o bloqueio de recursos que o governo Bolsonaro realizou no final de novembro, surtiu efeito. Conforme o pró-reitor de Planejamento (Proplan) da UFSM, Rafael Lazzari, o não repasse de cerca de 1 milhão de reais, que deixou a instituição em situação de penúria, sem condições de pagar água, luz, telefone, em dívida com empresas terceirizadas, afetando ainda as bolsas de assistência estudantil, foi revisto no final da semana passada. Dessa forma, o pagamento de dívidas da instituição deverá ser normalizado ao longo desta semana, inclusive no que se refere às bolsas de pós-graduação.

Contudo, ressalta o titular da Proplan, a liberação da verba resolve a situação momentânea, emergencial, mas não cobre o “rombo” das contas da universidade, presente desde o mês de junho deste ano, quando o governo federal bloqueou, no caso da UFSM, o equivalente a R$ 9 milhões. Lazzari destaca que há uma expectativa grande em relação à aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da “transição”, elaborada pelo governo eleito. Se aprovada, a PEC poderá proporcionar ao governo alguma folga no orçamento de 2023.

Importância da mobilização

Marcia Morschbacher, vice-presidenta da Sedufsm, avalia que “a mobilização e a pressão foram fundamentais para que o atual governo cedesse e liberasse os recursos”. A diretora da seção sindical sublinha a importância da mobilização dos segmentos, desde o sindical até o estudantil, das gestões das Instituições Federais de Ensino, mas também, do reconhecimento da própria sociedade, que entendeu haver justiça nas reivindicações da comunidade universitária.

Na visão da vice-presidenta, sem que ocorressem mobilizações e pressões ao longo dos quatro anos de governo Bolsonaro, “a situação da universidade pública poderia estar muito mais precária do que já está”. Marcia argumenta ainda que “se por um lado, o atual governo é responsável pela perda salarial das servidoras e dos servidores públicos federais, pela ausência da reposição tal como reivindicamos ao longo de 2022, foi essa mobilização e essa pressão do povo trabalhador e de suas organizações, que impôs derrotas ao governo, como a da PEC 32, da reforma administrativa, e a liberação de parte dos recursos cortados ao longo desse ano”.
Na UFSM, a diretoria da Sedufsm, junto com DCE e APG, realizou um ato contra os cortes na última quinta, 15 de dezembro. Em âmbito nacional, o ANDES-SN convocou uma Jornada de Lutas, dias 15 e 16 de dezembro. 

Para Marcia, as mobilizações de professores (as), técnicos (as), estudantes, também colaboraram para mostrar à opinião pública, em um ano de eleições presidenciais, o caráter nefasto de um governo, como o de Bolsonaro, que não apenas pretendia um desmonte da educação, mas também almejava destruir os serviços públicos e servidores (as) em geral.

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