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Um 2023 repleto de paz e esperança! – por Valdeci Oliveira

Desejos do articulista para o próximo ano e um pequeno balanço de 2022

Como parte de nossas crenças e costumes, findamos 2022 fazendo balanços sobre o que nos propusemos a realizar durante o ano e projetamos nossos desejos para o próximo que se avizinha. Essa espécie de exercício solitário faz com que reflitamos ainda sobre nossos defeitos, limites e qualidades, sobre o que fomos e o que desejamos ser. As possibilidades são infinitas, pois não há limites para sonhar, lembrando sempre que é melhor desejar o até mesmo inalcançável do que simplesmente aceitar os obstáculos e as intempéries que acompanham a existência humana e viver sem ao menos tentar.

No meu balanço particular de 2022, contabilizei inúmeros ganhos, como ter tido a honra de presidir o Parlamento gaúcho e ter conseguido colocar em prática algumas políticas as quais me propus quando da posse como chefe do Legislativo estadual, em janeiro passado.

E foram várias, mas as principais disseram respeito ao trabalho cotidiano de radicalizar e ampliar o debate e criar condições concretas sobre temas que calam fundo junto à maioria da população, como a busca por soluções e medidas contra a estiagem, o fortalecimento e valorização da saúde pública e, talvez a mais importante, a criação do Movimento Rio Grande a Fome.

Fosse somente esta última que minhas forças e capacidade tivessem logrado colocar de pé já me daria por satisfeito, pois conseguimos atrair o foco e a discussão para um problema vergonhoso, inaceitável e injusto que pesadamente penaliza mais de um milhão de irmãs e irmãos gaúchos. Não, não se tratou de criação de uma política pública, pois esta é uma prerrogativa dos governos.

O Movimento, desde o seu lançamento, em meados de junho, deixou claro que a iniciativa buscava tratar essa verdadeira chaga de forma pontual, emergencial, unindo esforços e sensibilizando a sociedade. A solução, sabemos todos, passa por questões de fundo, estruturais, passa pela distribuição de renda, pelo acesso ao emprego, à formação profissional, à educação, à cobrança mais justa e melhor dividida dos impostos.

Não interditar a discussão de nenhum tema, fosse ele qual fosse; mais do que falar, ouvir todas as vozes; manter as portas e os canais de interlocução da presidência da Assembleia sempre abertas a quem ela buscasse e cultivar diariamente as boas e transparentes relações – tanto políticas como institucionais – com o executivo e demais poderes do estado deram o norte a nossa gestão frente à Assembleia.

Esse conjunto de práticas aliado ao exercício diário do diálogo, da defesa inconteste da democracia e do procurar colocar-se no lugar do outro quando posto frente a frente aos problemas, foi o que nos possibilitou fechar 2022 de forma positiva. Fôssemos um negócio, é como se tivéssemos, mal comparando, tido ótimos resultados financeiros, ampliado a empresa, distribuído lucros e benefícios entre os colaboradores e gerado mais empregos e impostos.

Mas à nossa natureza enquanto ente, como integrante do poder público, cabe articular ações, propor medidas, sugerir políticas, colocar em praça pública, de forma desnuda e sem enfeites, aquilo que muitas vezes se normaliza no seio da sociedade, apesar do seu caráter cruel e socialmente injusto. E isso nos propusemos a fazer neste 2022 e acredito termos conseguido.

Entre meus desejos para 2023, está a torcida (e o trabalho) para que esse esforço construído a várias mãos não se dissipe, que cresça em número e força, que se espalhe por todos os rincões do nosso Rio Grande e que não permita termos sob nossos olhos nenhuma mulher, homem, criança ou idoso sem ter o mínimo para se alimentar, o mínimo para ser considerado cidadão e cidadã.

Entre os meus desejos para 2023, renovo alguns que durante os últimos anos, por conta das circunstâncias postas, não tiveram a mínima chance de serem atendidos, como o fim do ódio entre irmãos; da exclusão, seja ela de caráter político, racial ou econômico; da intolerância às múltiplas formas de amor; da violência contra seres humanos pelo simples motivo destes serem mulheres.

Mais do que nos últimos “31 de dezembros”, neste próximo, os prognósticos apontam para um futuro melhor, em que a esperança se faz viva e os desejos com mais chances de serem realizados.

Que em 2023 a lucidez impere sobre os insensatos e que o país dignifique seu povo e enterre bem fundo os discursos de ódio, dando, novamente, uma chance verdadeira ao florescimento de uma cultura de paz.

Um feliz Ano Novo a todos e todas.

(*) Valdeci Oliveira, que escreve sempre as sextas-feiras, é deputado estadual pelo PT e foi vereador, deputado federal e prefeito de Santa Maria. É também o atual presidente da Assembleia Legislativa gaúcha.

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