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CASO RAFAEL. Familiares da vítima são ouvidos no 2º dia do julgamento de Alexandra Dougokenski

Sete pessoas prestaram depoimento nesta terça-feira (17), em Planalto

A ré, Alexandra Dougokenski, será interrogada nesta quarta-feira (18), a partir das 8h30min. Foto Divulgação

Por Assessoria de Imprensa do MP/RS

O segundo dia de julgamento de Alexandra Dougokenski, em Planalto, terminou com mais sete pessoas ouvidas nesta terça-feira (17), totalizando dez depoimentos desde o início do júri. Foram inquiridos, nesta ordem, pelos promotores de Justiça do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP/RS) Michele Dumke Kufner, Diogo Gomes Taborda e Marcelo Tubino Vieira o ex-namorado da ré, Delair Pereira de Souza; Anderson Dougokenski, irmão de Rafael e filho da ré; Rodrigo Winques, pai de Rafael; Ladejane Ravagio, ex-professora da vítima; Isailde Batista, avó materna de Rafael; Alberto Moacir Cagol, tio da vítima e irmão da ré; e Bárbara Zaffari Cavedon, perita criminal do Instituto-Geral de Perícias (IGP).

Nesta quarta-feira, 18 de janeiro de 2023, a partir das 8h30min, a ré Alexandra deve ser interrogada. Em seguida, se iniciarão os debates. MP/RS e defesa terão 1h30 cada para se manifestarem. Réplica e tréplica, se tiverem, serão de 1 hora cada. Por fim, o Conselho de Sentença irá se reunir para dar o veredicto.

Os motivos
Conforme os promotores, nos dias que antecederam o homicídio, a ré passou a se sentir paulatinamente incomodada com as negativas do filho em acatar suas ordens, como diminuir o uso do celular e das horas de jogos online. Ela acreditava que a desobediência colocaria à prova o domínio que precisava ter sobre os filhos. De acordo com a denúncia, temia, ainda, que esse comportamento do caçula pudesse incentivar o filho mais velho, de onde vinha a pensão que garantia seu sustento, a desobedecê-la. Foi este contexto que levou Alexandra a articular a morte de Rafael.

Para levar o plano adiante, retirou da casa de sua mãe comprimidos do medicamento diazepam e os deixou guardados até o momento oportuno para utilizá-los. Decidiu matar o filho na noite anterior ao crime, após perceber nova desobediência de Rafael e repreendê-lo, aos gritos, para que parasse de jogar. Momentos antes, ela tinha realizado pesquisas na internet sobre uso de substâncias tóxicas para diminuir a resistência das vítimas, como “Boa Noite Cinderela” e colírios, e assistido a filmes em que o prazer sexual é alcançado por violência, asfixia e uso de máscaras.

Como foi
Entre as 23h do dia 14 de maio de 2020 e a 0h30min do dia 15 de maio de 2020, Alexandra fez com que Rafael tomasse dois comprimidos de diazepam. A ingestão foi comprovada por laudos periciais. A denunciada esperou em seu quarto até que o medicamento fizesse efeito. Horas depois, ainda na madrugada de 15 de maio, verificando que a resistência da criança estava reduzida em razão do medicamento, e munida de uma corda, estrangulou o filho até que sufocasse.

“Após constatar que Rafael estava morto, Alexandra engendrou uma forma de ocultar o cadáver e despistar as suspeitas que pudessem recair sobre si. Para tanto, vestiu o corpo do filho, pegou seus chinelos e os óculos e decidiu levá-lo até a casa vizinha, onde sabia que existia um local propício à ocultação”, explica a promotora Michele.

“A mãe sabia que no local havia um tapume que encobriria o corpo. Ao deparar com uma caixa de papelão, depositou o corpo, configurando a ocultação de cadáver com três agravantes: para assegurar a impunidade do crime de homicídio, crime contra criança e contra descendentes”, diz.

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