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Um Brasil socialmente progressista e inclusivo – por Michael Almeida Di Giacomo

“Os imensos desafios do país e do governo. E a década está somente no início”

O ano era 2002, o mês agosto, estávamos há poucos meses de eleger o primeiro governante de esquerda da nova república – um temor para o “deus” mercado e para a oligarquia brasileira. Antes, liderado por FHC, o país vivenciou, pela primeira vez um governo social-democrata – pelo menos, era o que ditava a cartilha tucana.

Os dois mandatos de FHC serviram para organizar a macroeconomia brasileira, fato extremamente importante para a formulação de políticas públicas e também para fundamentar decisões sobre negócios, investimentos e consumo.

Contudo, a grande massa do povo brasileiro ainda aguardava o momento de ter acesso a substanciais programas de inclusão social. E a classe média já sentia os efeitos de uma inflação de 12,5 % a.a.  

E o que aquele mês tem de especial nessa conjuntura que se avizinhava?

Foi no mês de agosto que FHC convidou os principais candidatos à Presidência para uma conversa – à luz do dia – no Palácio do Planalto. O líder tucano queria informar e explicar por que foi fechado um acordo com o FMI no valor inédito de US$ 30 bilhões – dos quais mais de 80% estariam disponibilizados para o futuro governo.

Dois meses antes, em junho, Lula – que parecia ser o próximo presidente, lançou a “Carta ao povo Brasileiro”. Em seu texto, o presidenciável assegurou que, em caso de vitória, o PT respeitaria os contratos nacionais e internacionais. Desse modo, restou por neutralizar a insatisfação do setor econômico financeiro com sua iminente vitória.

O resultado todos nós sabemos. Ou seja, “nunca antes na história” um governante teve no começo de sua gestão tantos recursos para investir e implantar programas sociais de grande envergadura.

Hoje, após 20 anos, Lula está novamente à frente da Presidência.

O País está diferente. As novas tecnologias da informação e comunicação aproximam o eleitor do governante e, por consequência, as demandas sociais são sentidas com mais intensidade e a respostas tem que ser ainda mais eficazes.

A inflação fechou o ano de 2021 acima do teto da meta. Os milhões de brasileiros desempregados e postados na linha da pobreza querem novamente ter respeitado sua dignidade e valor enquanto seres humanos.

Afinal, já sabemos que a tese de Delfim Netto – de que primeiro é necessário “fazer crescer o bolo, para depois dividi-lo”, não alcança quem tem fome.

Os desafios são imensos. E a década está somente no início.

(*) Michael Almeida Di Giacomo é advogado, especialista em Direito Constitucional e Mestre em Direito na Fundação Escola Superior do Ministério Público. O autor também está no twitter: @giacomo15. Ele escreve no site às quartas-feiras.

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5 Comentários

  1. No que se chega na ideologia, nos vermelhos, comunas e afins. Gramsci nos Cadernos (decada de 30) afirmou que ‘”o velho está morrendo e o novo não pode nascer; neste interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparece”. Serviu de mote para o titulo do livro ‘Sintomas morbidos’ da muito bem apessoada sociologa marxista Sabrina Fernandes. Livro de 2019. Uma etnografia da esquerda e extrema-esquerda tupiniquim. Gente que, conforme uns, não existem. São como o coelhinho da pascoa ou o papel noel. Quem afirmar que existem ‘não sabe do que está falando’, é ‘ignorante’. A base é ‘vamos fingir que não somos o que somos porque senão perdemos votos’, ‘não podemos ser associados com o tio Stalin, Kim Jum, Pol Pot e o tio Fidel’.

  2. Outro problema, centralização em BSB, ideologia dos vermelhos. Jogam uma montanha de dinheiro num problema (com muito ‘debate’, sem muito ‘penso’), não importa qual, saude, educação, problemas sociais. A burocracia ‘come’ os recursos pelo caminho. Não existe gestão. Na ponta muito pouco chega e o gasto ainda por cima é ineficiente. Dá no que dá.

  3. Turquia reduziu os juros na marra entre julho e novembro de 2022. De 14% ao ano para 9% (há que ver o grafico, não o noticiario que destaca somente o ultimo corte). Lira Turca perdeu 55% do valor. Inflação bateu nos 86% ao ano. Noticia boa, em dezembro recuou para 64% ao ano. Obviamente tinham um discurso bonito, um ‘plano’ e ‘policas publicas’ onde ‘tudo vai ficar bem’. Daí veio o terremoto.

  4. Não existe ‘programa social’ sem uma economia equilibrada. A conta não fecha, simples assim. Dilma, a humilde e capaz, foi apeada em agosto de 2016. Inflação 6,29% ao ano. Só que em 2015 fechou com 10.67% ao ano. Taxa de desemprego 11,5%. Olhando os numeros do IBGE descobrimos que 2016 fechou com 24,8 milhões de tupiniquins na miséria. Sem pandemia, uma PanTemia. Molusco com L., o honesto, deixou a ‘sindica’ tocar o pais por 4 anos e na hora de devolver ela refugou. Quis mais 4. Deu no que deu. Cereja do bolo a corrupção. Nenhuma novidade, dizem as más linguas que Itamar ajudou a eleger Efeaga com acordo de receber apoio para se eleger presidente depois. Tomou uma bola nas costas, criaram a reeleição.

  5. ‘Um Brasil socialmente progressista e inclusivo’. Chavão comunista disfarçado. Hipocrita ainda por cima. O que seria ‘socialmente progressista’? Alas, semantica interessante, só a esquerda quer que o pais va para frente? Inclusivo, com exceção dos cavalistas, evangelicos, fascisas, xenofobicos, misoginos, homofobicos, coxinhas, etc.

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