Educação e barbárie no país da negação da escola – por Leonardo da Rocha Botega
Sobre o ato que matou professora em SP: “só nos últimos 4 anos, 7 ataques”
No último dia 27 de março, a sociedade brasileira, mais uma vez, se viu diante da ocorrência de um ato de barbárie em um espaço onde justamente à barbárie deve ser combatida: a escola. Uma professora de 71 ANOS (importante destacar a idade) foi morta a facadas por um estudante de 13 anos, na Escola Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo. O adolescente ainda deixou cinco feridos antes de ser contido pela professora de Educação Física.
Apesar de ainda ser tratado como “fato isolado” pelas autoridades governamentais, tal ataque se soma a outros vinte e três ataques em escolas ocorridos no Brasil desde 2002, conforme estudo divulgado pela Unicamp. Somente nos últimos quatro anos, foram sete ataques, ou seja, aproximadamente um terço dos ataques. O perfil de quem ataca também não indica a ideia de “fato isolado”, mais uma vez, o agressor é um menino, branco, heterossexual, com problemas de autoestima, propagador de discursos de ódio como o racismo e a misoginia, participante de grupos de Rede Social de cunho extremista e neonazista.
Esses dois indicadores demonstram que os ataques estão longe de serem “fatos isolados”. Porém, para além do diagnóstico, todos devemos nos perguntar o porquê de a escola ter se tornado alvo recorrente da barbárie? Uma resposta que não é simples, mas que pode ser respondida se perguntarmos também o que se fez e se o que faz das escolas no Brasil?
Tendo a concordar com o professor Vitor Paro que afirma a educação como um processo de formação de personalidades humanas, onde os estudantes se apropriam da cultura (no sentido amplo do termo) e se produzem como sujeitos históricos autônomos a partir de processos de socialização. Obviamente, essa não é a concepção que permeou e tem permeado os sistemas educacionais no Brasil. Muito pelo contrário!
O sistema educacional brasileiro transformou a escola em um espaço para a realização de dois objetivos. O primeiro é ser um espaço de exclusão moldado pela ideologia do mérito. Essa ideologia transformou a avaliação e a nota em um fim em si mesmo. Pouco importa o que se aprende, o sentido e o significado do conteúdo, o importante é o passo seguinte: a aprovação ou a reprovação. Aos aprovados o mérito, aos reprovados o estigma.
O segundo objetivo, que se mostrou bastante evidente em discursos que ganharam força ao longo da Pandemia, é o da escola como espaço onde crianças e adolescentes são deixados para não atrapalhar o fluxo produtivo. Esse objetivo, literalmente, transformou as escolas em “depósito de gente”. Pouco importa o que se aprende lá! O importante é o fluxo do trabalho dos pais seguir sua normalidade, sem se preocupar com “onde deixar os filhos?”.
Dessa forma, a escola é negada. O processo de educação como processo de formação de personalidades humanas autônomas é substituído pela formação de jovens com vazios existenciais que se aprofundam na imposição da lógica da concorrência a todo custo, da vitória sobre o outro e da frustração do fracasso. Jovens com vozes silenciadas por uma ideologia onde apenas os adultos e os vencedores podem falar. Vozes que são facilmente cooptadas pelos discursos de ódio de plantão na solidão das Redes Sociais e no sensacionalismo da indústria da comunicação de massas.
Se queremos dar um fim à barbárie nas escolas, devemos repensar os objetivos bárbaros a que a escola esta sujeita. A escola não pode ser mais um espaço de reprodução do vazio existencial que permeia a sociedade da hiperindividualização e do falso mérito. A escola deve ser o espaço da esperança, do sonhar, da possibilidade de construção de um mundo melhor a partir da formação de gerações melhores que as nossas.
(*) Leonardo da Rocha Botega, que escreve regularmente no site, é formado em História e mestre em Integração Latino-Americana pela UFSM, Doutor em História pela UFRGS e Professor do Colégio Politécnico da UFSM. É também autor do livro “Quando a independência faz a união: Brasil, Argentina e a Questão Cubana (1959-1964)
Estudos não faltam, inclusive no Brasil. ‘Personalidade e psicopatia: implicações diagnósticas na infância e adolescência’. Outro ‘Personalidade psicopática em uma amostra de adolescentes infratores brasileiros’. Segundo este ultimo ‘adolescentes infratores graves (autores de homicídio, estupro e latrocínio) possuem personalidade psicopática e risco aumentado de reincidência criminal, mas não apresentam maior prevalência de história de abuso na infância do que outros adolescentes infratores’. Conclusão é obvia, ideologia dos vermelhos não passa de lixo. Embrulhado para presente, mas ainda lixo.
Deixando a ideologia de lado e observando um negocio chamado ‘ciencia’ (que saiu de moda porque não mais proporciona vantagem politica) conclui-se que o mimimi é sempre o mesmo. Perto de 1% da população masculina (a proporção feminina é menor) apresenta sintomas importantes de psicopatia. Esta mais do que provado que psicopatas não nascem com 30 anos. Alem disto o conceito de ‘tabula rasa’ é filosofia antiga. ‘Bom selvagem’ idem.