Uma semana de pânico nas escolas – por Elen Biguelini
É preciso “falar sobre a ideologia fanática que permeia os ataques: o nazismo”
Notícias verdadeiras, boatos e notícias falsas rodearam a vida dos brasileiros e brasileiras esta semana, especialmente os pais.
O caos, o verdadeiro caos, foi instituído.
Não vamos discutir aqui sobre o que está acontecendo no sentido de explicar os eventos. O que levaria alguém a atacar uma escola? Um berçário? Nada justifica! Nada explica!
Mas precisamos falar sobre a ideologia fanática que permeia esses ataques: o nazismo.
Sabemos que os diversos atentados, bem como alguns prevenidos, têm relação com o nazismo. “Como uma ideologia maléfica consegue ter seguidores?”, se perguntam aqueles que conhecem a realidade. Quem poderia imaginar que em pleno 2023 estaríamos nos vendo com imitações das situações absurdas que se tornaram corriqueiras pelos Estados Unidos, situações estas abertamente baseadas em uma ideologia que chocou o mundo com sua violência.
O que percebemos disto é que precisamos valorizar a História, a disciplina História, na escola. Afinal, se verdadeiramente apreendida, seria impossível que as pessoas sequer considerassem seguir e concordar com o nazismo.
A História é um instrumento para analisar a sociedade. E deve ser valorizada como tal. Os historiadores alertaram o que o descaso com esta disciplina poderia acarretar, mas infelizmente a sociedade como um todo não consegue perceber o valor de ensinar o passado.
Há verdades incontestáveis: o nazismo foi um movimento de direita que trouxe a morte de milhares de pessoas (entre judeus, romenos, feministas, gays, lésbicas ou aqueles que discordavam politicamente do regime nazi). A liberdade de expressão é limitada pelo bem estar do outro. Podemos pensar o que for, contanto que ninguém se machuque devido à nossa opinião. Nazismo, no entanto, não é opinião. É crime!
Muitos não conseguem perceber como chegamos ao ponto em que estamos, mas os historiadores há muito nos avisam que há questões que não podem ser relativizadas: uma destas é o nazismo. Ele existiu, ele foi subestimado até mesmo pelos alemães que o opunham, ele cresceu sorrateiramente e se tornou o novo normal. E novamente parece estar fazendo o mesmo.
Não podemos permitir que isso se repita. Ele vagarosamente está adentrando o nosso universo, e isso não pode acontecer.
Os horrores que aconteceram tem que ser lembrados. Não podemos aceitar sua disseminação. É preciso discutir a História do Holocausto em sala de aula para que os horrores causados por Hitler e seus simpatizantes jamais sejam esquecidos e, mais importante, repetidos.
(*) Elen Biguelini é doutora em História (Universidade de Coimbra, 2017) e Mestre em Estudos Feministas (Universidade de Coimbra, 2012), tendo como foco a pesquisa na história das mulheres e da autoria feminina durante o século XIX. Ela escreve semanalmente aos domingos, no Site.
Vejamos o ECA. Adolescentes sofrerão ‘internação’ (sim, como se fosse um hospital; meliante tem que ser ‘recuperado para a sociedade’, não pode ficar la para sempre e quando sair vai ser pior). E os detalhes? ‘Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.’ Outro: ‘A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.’ O que lembra um caso que ocorreu em SP ano passado. Justiça larga estuprador para saidinha (dia de alguma coisa), ele pega um taxi dirigido por uma mulher e estupra a taxista. Viva o direito dos ‘manos’.
Mais uma tentativa de usar os ataques para finalidades ideologicas. Obvio que não é isto. Um ex-usuario de drogas pula um muro e ataca crianças numa creche. O que isto tem a ver com nazismo? Nada. O mesmo sujeito esfaqueou um cachorro. O que isto tem a ver com nazismo? Nada. Atacou o padrasto. O que tem a ver com nazismo? Nada. Adolescente de SP postou nas redes sociais que esperava o momento do ataque a vida inteira e esperava matar ao menos uma pessoa. Tinha sido transferido de outra escola por comportamento violento (ou seja, desovaram o problema ao inves de resolver, bem estilo do serviço publico). O que tem a ver com nazismo? Nada. Caso de Manaus, colocaram a conta no bullying (resposta pronta, defesa adora). O que tem isto a ver com nazismo? Nada. Caso de Goiás não tem causa determinada.