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A guerra real do ocidente – por Michael Almeida Di Giacomo

Rússia x Ucrânia e o papel reservado aos civis, que são os que sentem a dor

Há pouco mais de um ano, exatamente um ano e três meses, a partir de ataques do exército russo, teve início a guerra da Ucrânia. O ocidente sustenta a narrativa de que há um “herói”, e claro um antagonista, o “vilão”.

O “herói” – Volodymyr Zelensky, o ator presidente da Ucrânia – é absoluto ao afirmar que a única proposta de paz, o único plano capaz de interromper a guerra, é a fórmula ucraniana.

O “vilão”, Vladimir Putin, presidente da Rússia, no último dia 9, em discurso proferido durante as festividades do “Dia da Vitória” – feriado mais importante no país – que marca 78 anos desde que as tropas soviéticas derrotaram o exército nazista, foi firme ao dizer que o ocidente trava uma “guerra real” contra a Rússia.

Enquanto Putin segue no front russo, sem recuar sua verve bélica, convicto de que está a repelir o terrorismo internacional e a combater focos de milícias nazistas em solo ucraniano, Zelensky busca consolidar apoio de líderes internacionais para a “fórmula” de paz ucraniana.

Expert na arte dos holofotes, o presidente ucraniano soube aproveitar o espaço generoso da mídia ocidental com seu périplo internacional nos últimos dias, entre os quais sua visita à Itália, ao se encontrar com o Papa Francisco e com a primeira-ministra, Giorgia Meloni. 

Alemanha e França também foram países receptivos ao ucraniano, onde recebeu quase 3 milhões de euros de ajuda militar de Berlim.

O único líder mundial que não conversou com Zelensky foi o presidente brasileiro. O motivo?  Havia um encontro bilateral entre os líderes dos dois países – durante o G7, que acontece no Japão – mas o presidente ucraniano se atrasou, o seu lugar foi ocupado pelo presidente do Vietnã.

Entre argumentos prós e contras a ambos os países, até o momento, como em qualquer guerra, os civis é que sentem a dor que é estar sob fogo cruzado, de ter que abandonar seu lar, ou ainda pior, conviver com a morte de familiares e amigos.

É sempre uma desumanidade.

(*) Michael Almeida Di Giacomo é advogado, especialista em Direito Constitucional e Mestre em Direito na Fundação Escola Superior do Ministério Público. O autor também está no twitter: @giacomo15. Ele escreve no site às quartas-feiras.

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6 Comentários

  1. Em tempo. Alguem, que obviamente não tem a menor ideia sobre o que fala, afirmou que a IA não tem ‘malandragem’. Deram (versão resumida da historia) um cartão de credito para o GPT4. Para contratar humanos para uma determinada tarefa. Tinha o teste para ver se era um robot ou um ser humano (muitos sites tem). Inteligencia artificial contratou um terceiro para fazer o teste no lugar dela. O terceiro até perguntou ‘mas vc não é um robot ou algo do genero?’. Resposta da inteligencia artificial ‘não, sou humana, mas deficiente visual’. Esta publicado em varios veiculos de imprensa. E famoso. E o nivel do debate na aldeia. Que nem a criatura: ‘defesa? estudei no meu mestrado’; ‘inovação? estudei no meu mestrado’; ‘urbanismo? estudei no meu mestrado’; ‘escalação do time do Corintians? estudei no meu mestrado’. Dissertação que vale umas oito teses de doutorado. Pior quando vira disputa de tamanho de pinto, outros na mesa começam com ‘mas no meu mestrado’ (para dizer que fez também’ ou ‘no meu doutorado’ ou ‘fiz dois doutorados’. Gente que só fala m. e vive dando carteiraço.

  2. Molusco com L., o honesto, sem juizo de valor, é uma figura historica. Porém a falta de preparo e a idade cobraram o preço. Faltou ‘sutileza’ no que disse. Por isto a formação do Rio Branco é rigorosa. Zelensky é um poste, obvio. Putin está entre a cruz e a caldeirinha. Gente que deseja o posto dele na Russia (e não são ‘melhores’, pode apostar). O ocidente (que não inclui a America Latina) quer ferrar com ele (também). E a China que deseja transformar a Russia num satélite, um Estado tampão (uma democracia pro-ocidente nem pensar).

  3. Alas, encontro do G7 teve pontos mais polemicos. Trudeau, PM do Canadá, largou para a PM italiana um ‘estamos preocupados com as posições do seu pais a respeito do pessoal do Alfabeto’. Nada demais, até que ‘nós do G7 estamos reunidos para promover a democracia e os valores que o mundo precisa’. Sujeito levou ‘pau’ por conta do mansplaining. Promoveu o ‘globalismo’ de teoria da conspiração para fato. Ainda por cima foi dar palpite na politica interna de um pais (tem governos anteriores envolvidos e uma série de decisões judiciais) que ele não tem a minima idéia. E, obvio, a PM italiana é mulher. Que tem um filho, mas só tem união estavel com o pai. Problema do ocidente é o mesmo de Atenas na guerra do Peloponeso, qual seja, exportar ‘democracia’ e tutelar outras nações.

  4. Por via diplomatica a Ucrania solicitou a compra de 450 veiculos blindados Guarani versão ambulancianproduzidos aqui. Não sei o que deu disto.

  5. Para começo de conversa ‘[…]mas o presidente ucraniano se atrasou […]’. Obvio que é uma balela. Que não tem muita importancia, maioria da população brasileira esta c@g@ndo para politica externa. Dai o problema da PL da censura. Observando só a midia tradicional, o consorcio que ajudou a eleger o Molusco com L., o honesto, não seria possivel ter a mais vaga noção do que acontece. Vaga noção, porque fica-se sabendo de 1% dos fatos. Que podem levar a interpretações das mais diversas.

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