Reproduzido do jornal eletrônico SUL21
O governo do Estado do Rio Grande do Sul decretou estado de emergência em saúde pública, nesta quinta-feira (6), em razão dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças. A decisão foi motivada pelo aumento expressivo de internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) pediátricas.
O número de casos de SRAG encontra-se em zona de risco o que configura um cenário crítico, em especial, para a população com até 11 anos de idade. Até o último dia 10 de junho, recorte usado para o embasamento epidemiológico do decreto, o Rio Grande do Sul apresentava 2.806 casos de SRAG em crianças até 11 anos, sendo 642 registros de internações em UTI. Para efeito de comparação, no mesmo período em 2022 foram 2.279 casos e 581 internações em UTI, já em 2021 foram 1.905 casos e 435 internações. Os dados demostram um aumento do número de casos de SRAG, sendo o maior desde o começo da série histórica em 2017 para a faixa etária até 11 anos.
A emergência em saúde ocorre justamente no ano em que a baixa cobertura vacinal para gripe é destaque no Estado. Segundo dados do Ministério da Saúde, até agora, apenas 35,6% das crianças foram imunizadas contra a influenza na campanha de vacinação deste ano no RS.
“Foi uma decisão baseada em dados epidemiológicos e estressamento da rede de saúde que apontam o aumento das internações nessa faixa etária, o Estado já vem tomando providências desde que lançou o Programa Inverno Gaúcho com Saúde, que conta com investimento de R$ 10,1 milhões para reforçar os serviços nos hospitais e nas portas de entrada, e esse decreto abre também a possibilidade de buscar até R$ 26 milhões junto ao Governo Federal, em uma medida complementar ao que já estamos fazendo”, disse a secretária adjunta da SES, Ana Costa.
A secretaria adjunta também reforçou a importância de medidas de prevenção como a vacinação em dia, lavagem constante das mãos e uso de máscara para quem estiver apresentado sintomas gripais.
O estado de emergência tem validade de 90 dias a partir da publicação do decreto, podendo ser estendido, conforme a evolução dos indicadores avaliados para a decisão. De acordo com o documento, a formação de longas filas tem resultado em risco grave à população.
Durante o período de validade do decreto, os hospitais da rede pública devem priorizar a disponibilização de leitos clínicos de suporte ventilatório e de UTI pediátrica para casos de SARG em crianças…”
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