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ESTADO. Privatização da empresa pública Corsan tem uma semana decisiva no Tribunal de Contas

Em 48 horas, duas instâncias do TCE irão decidir sobre distintas deliberações

Privatização da empresa pública gaúcha Corsan tem uma semana decisiva no Tribunal de Contas do Estado (Foto Reprodução)

Reproduzido do Site do Correio do Povo / Material assinado por Flavia Bemfica

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) volta nesta semana a concentrar as atenções a respeito da finalização da privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). Nesta terça-feira à tarde a Primeira Câmara da Corte, composta por três conselheiros mais o representante do Ministério Público de Contas (MPC) junto ao Tribunal, julgará o processo de contas especiais da companhia dentro do qual a conselheira-substituta Ana Cristina Moraes manteve a cautelar que impede a assinatura do contrato de venda da Corsan e ainda, o que trata do valor de venda da empresa.

Na tarde do dia seguinte, quarta, será a vez de o Pleno do TCE, composto por sete conselheiros, julgar as decisões tomadas pelo presidente da Corte, conselheiro Alexandre Postal, que acatou solicitação da Procuradoria-Geral do Estado, e derrubou duas vezes a cautelar que impedia a assinatura. As sessões do Pleno também têm a participação do MPC, que sempre se manifestou pela manutenção da liminar até o julgamento do mérito.

As movimentações na Corte de Contas em relação ao processo da Corsan já haviam atraído os holofotes, em função de ser ali a instância em que persistiam os embargos à assinatura do contrato de venda. O ineditismo dos últimos lances protagonizados no Tribunal, contudo, acabou por aumentar ainda mais a atenção sobre a Corte, na qual a indicação da maioria dos conselheiros cabe ao governador que esteja no cargo quando da aposentadoria dos titulares, mas onde há um grande esforço em transmitir uma imagem de transparência, imparcialidade e discrição.

Por isto, em função dos últimos movimentos, há hoje internamente entre as partes interessadas e dentro do próprio Tribunal dúvidas sobre o quanto as decisões desta semana poderão encerrar de fato o imbróglio no qual se transformou a venda da companhia ou se, ao contrário, contribuirão para adicionar mais elementos a possíveis questionamentos futuros em outras esferas. As decisões do presidente da Corte, por exemplo, viabilizaram a assinatura do contrato de venda, concluindo na prática a privatização. Mas motivam, ao mesmo tempo, um debate com diferentes interpretações jurídicas sobre sua validade, o que acabou por adicionar mais combustível a um processo marcado por questionamentos sobre a transparência da venda e a influência de relações políticas sobre seu desfecho.

As idas e vindas da venda da companhia de saneamento na Corte

A Corsan foi adquirida em leilão realizado em dezembro. Nele, em lance único, o Consórcio Aegea adquiriu a companhia por R$ 4,1 bilhões. Criada em 2010, a Aegea atualmente é líder no setor privado de saneamento no país e tem em sua composição acionária o Grupo Equipav (52,77%), o GIC Private Limited, antes conhecido como Fundo Soberano de Cingapura (34,34%), e a Itaúsa (12,88%)…”

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Um Comentário

  1. ‘[…] contribuirão para adicionar mais elementos a possíveis questionamentos futuros em outras esferas.’ Não, judiciario não é carimbador de decisões de tribunais de contas. Alas, ‘ imagem de transparência, imparcialidade e discrição’, pergunta não é esta, pergunta correta é: este monte de dinheiro gasto serve para alguma coisa?

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