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Educação Especial e lutas salariais dos professores – por Demetrio Cherobini

Demandas específicas são relacionadas pelo articulista, na luta dos docentes

A assembleia realizada pelo Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm) no último 31 de julho decidiu pela realização da “operação tartaruga” – diminuição das horas diárias trabalhadas – como medida de reivindicação do reajuste salarial de 14,95% para a categoria.

Essa ação é justa, pois a luta beneficia a todas as escolas municipais e suas respectivas comunidades. Com seus direitos assegurados, os professores têm melhores condições de promover o bem-estar dos alunos, no sentido de que se desenvolvam e adquiram o conhecimento necessário para uma vida melhor.

Os professores de educação especial devem participar desse movimento e acrescentar à luta por reposição salarial outras reivindicações que também contribuem para o trabalho escolar:

1) Contratação de mais educadores especiais para as escolas, a fim de se poder dar conta das múltiplas tarefas concernentes a esse trabalho (atender os estudantes incluídos; elaborar de planos gerais individualizados para os atendimentos; participar das reuniões pedagógicas; orientar pais quanto às ações feitas; instruir os corpos docente e discente sobre temas da inclusão; instruir monitores; etc.);

2) Diminuição do número de alunos nas turmas com estudantes incluídos, para que o professor de sala regular possa dar mais atenção aos meninos e meninas com necessidades especiais. Salas com 25 alunos e que contêm dois ou três estudantes incluídos são impraticáveis em termos de se fazer uma educação para todos com verdadeira qualidade – a prática diária o demonstra;

3) Contratação por concurso e com salário atrativo para monitores de educação especial, para que não se perpetue a situação comum e aberrante de as escolas terem que correr atrás de monitores durante o ano letivo inteiro.

Note-se que tais reivindicações só aparentemente se restringem ao campo da educação especial. Na verdade, elas dizem respeito à escola como um todo, pois ajudam a organizar o trabalho aí realizado do ponto de vista de que se aprimore qualitativamente o ensino e a aprendizagem de todos.

A vitória ou a derrota dependerão da participação da categoria, da organização, dos instrumentos de luta, da estratégia, da solidariedade e da consciência de classe dos professores.

(*) Demetrio Cherobini, professor da rede municipal de Santa Maria, é licenciado em Educação Especial e bacharel e Ciências Sociais pela UFSM, mestre e doutor em Educação pela UFSM e pós-doutor em Sociologia pela Unicamp.

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