Por Pedro Pereira
No dia 26 de agosto, o Internacional de Santa Maria completa um mês desde seu último confronto oficial. O jogo foi a derrota de virada, válida pela Copinha, para o Novo Horizonte que, antes, havia sofrido goleadas de 5 a 1 e 6 a 0, como também perdido pelo placar de 2 a 0 para o Alvirrubro, no Estádio Presidente Vargas. O time do Inter-SM foi o primeiro – e único, até o momento – a ser vencido pelo clube de Esteio na competição.
De 16 de abril a 18 de junho, o experiente Ben-Hur Pereira foi o responsável por comandar a equipe santa-mariense no Campeonato Gaúcho Série A2. Neste período de pouco mais de dois meses, o saldo de partidas do esquadrão foi o seguinte: 3 vitórias, 4 empates e 4 derrotas. O técnico foi demitido após a derrota por 2 a 1 para o, agora finalista da Divisão de Acesso, Santa Cruz.
Márcio Nunes, atual treinador do Inter-SM, foi anunciado em 20 de junho. Sua primeira partida comandando o elenco de dentro do campo, entretanto, foi apenas em 2 de julho, contra o Guarany e pela Série A2. Até o momento, os santa-marienses somam 2 vitórias, 2 empates e 2 derrotas, entre a segunda divisão estadual e a Copinha, e serão pelo menos mais três jogos no calendário do Alvirrubro até o fim da temporada.
O técnico, que tem em seu currículo o acesso à elite estadual com o Avenida, de Santa Cruz do Sul, conquistado em 2022, conversou com o Site sobre sua vinda ao tradicional clube do Coração do Rio Grande, o momento complicado do Inter de Santa Maria e as expectativas para o restante de 2023. Confira o que ele falou:
Site. Já existia um time formado quando você chegou ao Inter de Santa Maria, que vinha de resultados ruins e com peças que acabaram não sendo utilizadas. Qual foi o maior desafio de assumir a equipe?
Márcio Nunes. Eu lamento não ter chegado antes aqui no Inter. No momento que eu chego, a equipe estava jogando de uma forma tática diferente. Eu acabo mudando, adaptando o Macena como jogador de lado, porque nós tínhamos uma carência desse tipo de jogadores pela perda do Ariel (por lesão) e do Jarro (por suspensão). A gente tinha uma dificuldade muito grande na questão de transição de ataque do meio pra frente e isso nos impossibilitou de jogar algumas situações da maneira que eu gosto.
Não quero avaliar e nem vou pontuar a questão do trabalho de quem estava antes de mim, mas eu chego no momento que a Divisão de Acesso começa a ter a sequência simultaneamente à Copinha, com jogos nos finais de semana e nas quartas-feiras. Nós não tínhamos tempo pra trabalhar da maneira que eu gosto, que é com intensidade e trabalhos fortes, como estamos fazendo nessas últimas duas semanas. A gente não teve tempo para isso. A preparação era mais voltada a trabalhos táticos pausados, vídeos e conversas com os atletas para eles entenderem aquilo que eu queria do elenco.
Teve uma uma certa evolução e uma melhora em termos de organização tática, de uma equipe profissional e mais competitiva. A gente teve resultados contra o Guarani, em que a gente saiu ganhando e acabou sofrendo o empate, e um bom jogo contra o Pelotas, em nós tivemos volume, chances de gol e poderíamos ter buscado a vitória. Depois, entra a sequência de jogos da Copinha. Nessa parada que a gente teve de duas a três semanas de treinamento, eu comecei a dar uma cara aos trabalhos e organizar da maneira que eu gosto.
Site. O que deu errado na partida contra o Novo Horizonte. Vendo na tabela, o time aparenta ser bastante inferior, uma vez que sofreu muitas goleadas para os outros clubes do grupo na Copa FGF – Troféu Rei Pelé. Contra o Inter de Santa Maria, nenhum dos resultados foi dessa maneira – primeiro foi a vitória por 2 a 0 e, depois, na casa deles, a derrota por 2 a 1. Qual foi, na sua opinião, a questão que mais pesou para a equipe perder essa última partida?
MN. Vou ser bem sincero e não tenho problema nenhum em externar isso, foi uma cobrança que eu fiz aos atletas após o jogo contra o Novo Horizonte, acho que o nosso time foi um pouco soberbo. O gramado da Arena Cruzeiro oferecia boas condições. É aquilo que eu venho falando: tanto na Divisão de Acesso quanto na Copinha, precisa se ter mais ambição de vencer. Foi criado um rótulo em cima do Inter, pelo investimento e pelos nomes que tem aqui, de uma superequipe, mas infelizmente as coisas não encaixaram. Contra o Novo Horizonte, ainda estávamos naquela sequência de jogos. Nós fomos enfrentá-los logo depois de uma vitória em casa.
Site. Vocês vão fechar exatamente um mês de distância entre o jogo contra o Novo Horizonte, em julho, e o jogo contra o Monsoon, que acontece no dia 26 de agosto. Nesta quinta-feira (17), vocês enfrentam o São Luiz, às 18h30min, no Estádio 19 de Outubro, em Ijuí. Nesse tempo, alguns atletas do Inter de Santa Maria também acabaram deixando o clube para novas experiência. Como foi e está sendo a preparação para a partida contra o Monsoon e para o restante da temporada, levando em conta essas mudanças?
MN. O ideal era termos feito no mínimo dois amistosos, mas a gente tem uma certa dificuldade em questão da logística, pelo distanciamento e por não ter muitos clubes perto aqui. Então, conseguimos apenas contra o São Luiz. É claro que treinar é importante e nós precisávamos desse tempo de treinamento para trabalhos de força, de transição e das questões de organização ofensiva e defensiva, mas o jogador precisa jogar. É necessário manter o ritmo. Às vezes, os trabalhos físicos e técnicos não dão uma realidade do que é um jogo. No amistoso, eu penso em dar uma minutagem para todos os atletas.
Vamos passar por uma sequência de três jogos pesados. O Monson agora vai focar na Copinha e, no dia 26, joga contra a gente em Santa Maria. Depois, nós temos a partida contra o Aimoré, que se reforçou bastante, fora, e contra o São José, que é um time que dispensa comentários, que está na zona de classificação do Campeonato Brasileiro Série C. São três adversários difíceis, mas nós temos que fazer uma boa pontuação em busca de avançar ao mata-mata.
Recomposição do elenco alvirrubro
Artur Christo e Dionathan Alemão foram dois jovens que subiram da equipe sub-17 do clube neste ano e foram aproveitados por Márcio Nunes. O primeiro está em fase de testes com o Sport Club Internacional, de Porto Alegre, e, de acordo o técnico, tem totais condições de seguir no esquadrão sub-20 do time.
O segundo foi emprestado ao Barra, de Balneário Camboriú, Santa Catarina, para disputar a copa estadual. O comandante destaca que trabalhar com jogadores das categorias de base dos clubes por onde passa é uma de suas marcas, levando eles inclusive para treinar com o elenco profissional. “É importante ter um treinador que acredita na base e dá oportunidades”, declarou.
Para seguir reforçando a equipe, o Inter-SM anunciou, na tarde desta quarta-feira (16), a contratação do goleiro Igor Castro, que defendeu o semifinalista Lajeadense no Campeonato Gaúcho Série A2 deste ano e tem passagens pelo São Bernardo, de São Paulo, e pelos catarinenses Inter de Lages, Marília e Concórdia. Conforme contou o técnico, mais atletas devem chegar à Baixada Melancólica até o fim da fase de grupos da Copinha.
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