Qual o futuro que faremos para Santa Maria? – por Giuseppe Riesgo
Uma cidade à espera de um 3º ciclo de desenvolvimento que ainda não veio
Costuma-se dizer que a história é cíclica. Ou seja, em um determinado momento, ela acaba mesmo por se repetir. Uma coisa, contudo, é cristalina: há uma relação direta de aprendizado com o passado. É preciso que tenhamos capacidade de assimilar e compreender o que aconteceu anteriormente. É com base nisso que venho conversando e buscando construir respostas e caminhos para uma inquietante pergunta (que, ao mesmo tempo, é uma sentença): que futuro faremos para Santa Maria?
Antes mesmo de esboçar uma resposta para isso, é preciso saber quem somos e o que representamos. Sem bairrismo, Santa Maria é, sem dúvida, a capital da macrorregião do centro do Estado. Somos uma força educacional por vocação, polo referência em saúde (privada e pública), temos expertise na prestação de serviços e contamos com um comércio pujante. Aliás, são dois setores que, juntos, representam quase 80% do PIB do município, e, ainda, somos um poderio bélico (“capital dos blindados”, terceiro maior contingente de militares do país e sediamos a gigante alemã KMW). Soma-se a tudo isso a chamada “indústria do contracheque” com uma expressiva presença de servidores públicos nas esferas federal, estadual e municipal.
Ao longo da história do município, em 165 anos, Santa Maria sempre foi protagonista. No fim do século 19, os primeiros trilhos da ferrovia chegaram até aqui e desencadearam um ciclo de desenvolvimento sem precedentes. A partir dali, por mais de meio século, Santa Maria virou uma referência comercial e industrial. Logo após, a cidade envereda, no século 20, para o caminho do conhecimento com o que viria a ser hoje a Universidade Franciscana e a UFSM. Começa um segundo ciclo de desenvolvimento econômico, cultural, social e populacional. Todos esses ciclos sempre permeados pela presença militar (temos somente aqui, 9,5 mil homens e mulheres e 22 organizações militares).
No entanto, após o segundo ciclo, esperou-se um terceiro que ainda não veio. Há anos nossa cidade cresce pouco e muda pouco. Muitos se perguntam, hoje, sobre qual o protagonismo que Santa Maria tem. Contabilizamos perdas de investimentos, somos exportadores de cérebros (não retemos conhecimento aqui), e a cidade virou um mausoléu de obras paradas desde a década passada. O mundo trabalha com o binômio conhecimento e tecnologia, mas Santa Maria não conta com iniciativas de vanguarda, tampouco almeja mais protagonismo. E isso levanta minha inquietude e vontade de auxiliar nosso município. Afinal, qual o futuro que faremos para Santa Maria?
(*) Giuseppe Riesgo é ex-deputado estadual pelo partido Novo. Atualmente ocupa a Chefia de Gabinete do Deputado Federal Marcel van Hattem. Ele escreve no Site às quintas-feiras.
O titulo do texto é a pergunta de um milhão de dolares. Classe politica de SM não tem a minima ideia do que fazer. Nivel dos edis é baixissimo, sofrivel. Sociedade civil muito sugere e pouco faz. Os problemas são os mesmos de sempre (buracos nas ruas, obras inacabadas, postos de saude, etc). Necessidades ilimitadas para recursos minguantes. Se perguntarem no paço municipal tudo está sob controle, tudo está certo. É so marketing e gestão de expectativas. Embelezamentos estéticos para um turismo que não pagará a conta. Tecnologia ‘de ponta’ num pais que está no minimo 60 anos atrasado nos diversos avanços (no minimo) e tem um nivel educacional abaixo de meia boca. Então fica assim, uma melancia e de meia em meia hora um copo d’agua. Só vai virar problema quando pouco restar para fazer. Dizem que se alguém quiser descobrir o trouxa mais facil de enganar basta olhar no espelho.
Santa Maria está em decadencia. Mais do que óbvio. Volta e meia surge uma moda nova, uma bala de prata. Polo de defesa, arranjos produtivos locais, Distrito Empulhativo. Polo logistico sem mercado significativo do lado. Setor de educação ignorou as mudanças, os avanços, veio a pandemia e a represa estourou. EAD e a commoditização do ensino superior. Aposta agora é no ensino tecnico, vai ser commoditizado também. A culpa é sempre dos outros, falta rodovia, falta aeroporto.
Militares e ferrovia não estão separados. SM é equidistante das fronteiras, guarnição considerável, o meio de deslocamento antigamente disponivel era o trem.
‘Somos uma força educacional por vocação,[…]’. Setor que na urb se salva com a UFSM, as demais estão em risco. Mesmo a Federal tem vagas sobrando. ‘Referencia em saúde’ também andou parando, Passo Fundo, por exemplo, está na frente. A montadora da KMW tem proposito definido, a longo prazo não se cria. Industria do contracheque é ciclica. Governo de esquerda ganham aumento mais do que razoavel. Vermelhos bagunçam a economia, troca governo e os contracheques congelam. O ‘sem bairrismo’ é ‘retorico’, obviamente. Esta para nascer povo mais gabola que o santamariense.
‘[…] Santa Maria é, sem dúvida, a capital da macrorregião do centro do Estado.’ Quer dizer absolutamente nada. Floripa é a capital de SC, mas é o terceiro PIB. Fica atras de Joinville (industria principalmente) e Itajaí (porto principalmente). É dificil para alguns, separar o ‘simbolico’ do real.