Coisas estranhas – por Orlando Fonseca
Cronista também diz falar com a TV. Mas só quando assiste ao jogo de futebol
Nasa divulga o relatório sobre OVNIS, depois de extenso estudo e chega a uma conclusão: continuam mais NÃO-IDENTIFICADOS do que nunca. A notícia acima foi antecipada de expectativas, em vista de mistérios que já perduram décadas. No entanto, para frustração geral, não passou de jogada de marketing – ou algo mais sinistro que me escapa.
A internet está cheia de imagens inquietantes ou bizarras, o que faz pensar que uma agência espacial daquele tamanho tenha mais documentação fidedigna do que os reles internautas. Mas, não, eles admitem que há algo esquisito ali, mas não podem afirmar que seja mais do que isso. Talvez para dar credibilidade às suas operações, digamos, científicas. Ao contrário do que acontece com o avistamento de objetos voadores não identificados.
Mesmo que eu tenha avistado um negócio estranho no céu noturno (e conheço muita gente que também viu), nem eu nem ninguém apresenta uma prova cabal de que o “visto” era deste ou de outro mundo. Coisas estranhas acontecem, e algo sinistro sempre vem por aí, anuncia o mestre da ficção científica e do horror, Ray Bradbury. Mas confesso que esperava mais da NASA (talvez não devesse esperar tanto).
Tudo bem, admito que eu, brasileiro, maior de idade, vacinado, estou no rol de gente estranha, embora não pareça. E não estou sozinho, pelo que posso confirmar com a profusão de postagens nas redes sociais. Pessoas têm postado no Facebook que já atiraram uma pedra imaginária em cachorros. E ainda desafiam: quem nunca?
Não tenho feito ultimamente, porque, ou os pets se domesticaram ao máximo, vivendo em apartamentos e já não são mais tão ameaçadores, ou não tenho tido as mesmas oportunidades de enfrentar ferinhas na rua como, quando garoto ainda, eu me dirigia para a escola. Quantas pedras (imaginárias) atirei!
Há também os que postam ter uma boca favorita no fogão. Aquela que, automaticamente, acendem para esquentar uma água ou cozinhar o arroz; e vão escolher aquela, mesmo que uma outra pudesse cumprir a mesma finalidade. Pois é, comigo acontece isso mesmo.
E ainda posso arrolar coisas que me dei conta prestando atenção, melhor, no que tenho feito. Por exemplo, só compro ovos vermelhos, porque me parece que uma galinha se esforça mais para produzir um ovo colorido do que um ovo branco. Não que tal ovo seja melhor do que o outro; não que a galinha seja a mais artista do aviário. Nem sei sobre o valor nutricional, e nem adianta virem agora me dizer que o valor nutricional de um ovo branco é maior.
Assim como já decidi que não serei vegano (pois é, há quem), também vou seguir valorizando o ovo colorido. É uma esquisitice, eu sei, mas o que me dizem se lhes confessar que tenho pena do despertador do celular, quando o desligo minutos antes de fazer tocar a musiquinha que guardou ali, gentil e atencioso, durante toda a noite, para me fazer despertar? Quase lhe peço desculpas pela desconsideração, só não o faço para não me parecer mais esquisito do que estou sendo.
Também converso com a TV, mas isso somente quando estou assistindo a um jogo de futebol – em especial o meu clube do coração. Os locutores se esmeram em fazer comentários, e deixam escapar jogadas que deveriam relatar com mais afinco.
Treinadores fazem mudanças absurdas (sim, porque ganham milhões para fazer algo que dê certo), quando para mim, que não ganho nada, aquilo não faz sentido. Os jogadores também não ajudam muito, e diga-se, os repórteres esportivos só pioram. Vejam o diálogo que se segue à pergunta, no final do jogo, que eu imaginei, depois de me irritar com perguntas e respostas:
– A gente sabia que o jogo seria muito difícil.
– Só sabiam, mas não se prepararam. Foi mais difícil que pensaram?
– Não, mas…
– Perderam, mané. Saber não resolve nada. Voltem pro CT e se preparem melhor.
O que me dá um certo consolo: não estou só, na esquisitice do dia a dia. E fico com a conclusão do Gilberto Gil: Se eu sou algo incompreensível, meu Deus é mais
(*) Orlando Fonseca é professor titular da UFSM – aposentado, Doutor em Teoria da Literatura e Mestre em Literatura Brasileira. Foi Secretário de Cultura na Prefeitura de Santa Maria e Pró-Reitor de Graduação da UFSM. Escritor, tem vários livros publicados e prêmios literários, entre eles o Adolfo Aizen, da União Brasileira de Escritores, pela novela Da noite para o dia.
No que outro imbecil pode dizer que ‘ação se ganha e se perde’. Num pais polarizado basta pedir a citação de 5 causas decididas com alinhamento a direita. Não tem. No maximo um ‘meio termo’ para ingles ver. No que algum(a) outro(a) imbecil vai falar em ‘não pode negar jurisdição’. Sim, mas existe a mora legislativa (dentre outros caminhos), onde o Tribunal não sacramenta uma decisão com repercussão geral (com o Congresso a ver navios no lago Paranoá). Até a questão voltar e ‘mudarem de ideia’. Tudo muito ‘democratico’
De coisas estranhas é bom lembrar o que o novo presidente do STF andou declarando. ‘Estamos fazendo algo errado’. ‘Superencarceramento, quem é preso é o menino (sic) pobre de periferia com pequena quantidade de drogas’ (a narrativa falsa do ‘coitadismo’). ‘Quem é a favor da repressão pode (sic) debater apreensão de grandes carregamentos e controle de fronteiras’. Tudo muito ‘democratico’. Ou seja, Congresso inocuo, presidente do Senado um banana, STF resolveu que vai governar. Decisões tomados com a barriga esfregando na mesa dentro do ar condicionado. Os efeitos para a população em geral ignorados. O que importa são conceitos etereos pairando no ar. Nesta parte algum(a) imbecil do juridico vai dizer ‘agiu porque foi provocado’. Por incrivel que pareça Tribunal legislando é problema recente, logo algo mudou. Segundo, a formalidade não esconde a patranha. Dos que tem legitimidade para propor ação em BSB estão os partidos e as entidades de classe. Juntando com o plantel da ‘vanguarda iluminista’ para quê Congresso?
O ovo vermelho é mais caro que o ovo branco. É o que se ve por ai. Enfase no ‘vermelho é mais caro’.
Relatorio da NASA diz absolutamente nada. No entanto o nome mudou. Agora é UAP, ‘Unidentified Anomalous Phenomena’, Fenomeno Anomalo Não Identificado. Explica-se pode ser um fenomeno natural extremamente raro. Tipo Raio Globular (também chamado de Bola) ou Sprite (outro tipo de raio). Neste caso falta conhecimento de fisica. Pode ser algum tipo de aeronave secreta com nova tecnologia. O que implicaria um programa de pesquisa secreto paralelo. Podem ser aliens com tecnologia muito mais avançada que a nossa, o que implicaria falta de conhecimento de fisica. Pode ser falha na instrumentação em conjunto com algum tipo de histeria coletiva. Nada novo debaixo do sol, os antigos navegadores imaginavam os mares cheios de montros. De material mesmo só a lula gigante. Que era bem menor do que a lenda. Então fica assim, junto com o monstro do Lago Ness, o Pé Grande e o Abominavel Homem das Neves. Fica demonstrado que não dá para falar de UFO sem citar dois ex-detentos.