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CULTURA. A natureza humana através da dança é retratada na fase final da gravação de Tesmofórias

Longa produzido pela TV OVO acompanha vida de 6 meninas entre 9 e 12 anos

As gravações dedicadas à videodança ocorreram no Jardim Botânico da Universidade (Foto Nathália Arantes/Divulgação)

Por Nathália Arantes / Da Assessoria de Imprensa da TV OVO

O documentário Tesmofórias, que está em produção pela TV OVO, chegou à sua etapa final  de filmagens. O longa acompanha seis meninas com idades de 9 a 12 anos, estudantes da Escola Sérgio Lopes, durante todo o ano letivo. As gravações de 7 a 9 de dezembro foram dedicadas à videodança e reuniram 25 pessoas entre elenco e equipe técnica no Jardim Botânico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

A diretora Neli Mombelli observa que a inserção da dança no filme retrata, de forma poética, a fase de crescimento e transformação que toda menina percorre. Esse é, segundo ela, um momento em que as atitudes e o corpo de criança vão ficando para trás, enquanto se apresentam as características de adolescente até a chegada da menarca – a primeira menstruação. 

“A performance explora essa jornada de movimentos individuais de cada corpo e também os movimentos coletivos que são da natureza do feminino. Esteticamente buscamos essa composição do que é único de cada ser, mas sem deixar de pontuar que também somos ‘nós’ – plural”, afirma Neli.

A videodança foi criada a partir de uma parceria realizada com o Laboratório Investigativo de Criações Contemporâneas em Dança (LICCDA) da UFSM, coordenado pelo professor Odailso Berté, em parceria com a professora Mônica Borba. Neli relembra que o primeiro contato com Odailso surgiu por meio de uma participação da equipe da TV OVO em uma disciplina que ele ministra sobre danças de matrizes indígenas – o convite foi para falar do documentário Quando te avisto (2020), que tem codireção de Neli Mombelli e Denise Copetti.

“Quando escrevi o projeto do Tesmofórias, apresentei ao Odailso e propus a parceria para a videodança. Foi quando ele me apresentou a professora Mônica Borba. A partir daí, começamos essa construção coletiva. Mônica, que assina a direção da composição coreográfica, propôs levar uma oficina de dança para as meninas da escola Sérgio Lopes e as aulas funcionaram como laboratório para a pesquisa dos movimentos da videodança”, conta a diretora.

Durante cerca de cinco meses, as aulas de dança para as crianças ocorriam semanalmente, sob a condução de Mônica e da acadêmica do curso de Dança Licenciatura da UFSM, Lauren Diel, como parte do  projeto de extensão Dança em todo canto (e com toda gente!).  Para Lauren, a oficina e os seus processos trouxeram contribuições mútuas entre ela – professora em formação – e as crianças: “Nas aulas, a gente trouxe muito a ideia de autobiografia, para que as meninas conhecessem os movimentos e se expressassem através deles. Assim, características da personalidade e da individualidade de cada uma delas foram surgindo.”

Videodança

Após meses de trabalho dedicados à construção da coreografia e ensaios, o grupo de bailarinas se colocou diante das câmeras para dançar – situação inédita para a maioria delas. Além disso, o grupo se integrou à natureza, um dos elementos centrais da narrativa do Tesmofórias, para as gravações ocorridas no Jardim Botânico da UFSM.

“A experiência desses dias de gravação vem trazendo outras aprendizagens. Novas relações se estabelecem: entre nossos corpos, as condições climáticas, a execução das movimentações que criamos lá na sala de dança acontecendo no espaço natural no qual estamos imersas. Tudo transforma o dançar quando estamos ao ar livre: o cheiro das plantas, os sons dos pássaros, a cor da luz do sol…”, reflete Mônica. 

Entre o verde da natureza do Jardim Botânico e os movimentos das bailarinas, o vermelho foi introduzido às cenas por meio dos figurinos e elementos estéticos criados pela diretora de arte Luisa Holanda. Além da cor, Luisa destaca outro elemento do figurino:

“O documentário é todo pensado em camadas, tem esse percurso das camadas da individualidade de cada menina. Mas também tem essa questão da menarca, da menstruação, do útero, todas essas nossas camadas do corpo, não só das meninas, mas das mulheres que elas estão se tornando.”

Após mais de 40 diárias ao longo do ano, a etapa de gravações do Tesmofórias finaliza com o encerramento do ano letivo na escola. O próximo ano será dedicado à pós-produção, já o lançamento está previsto para 2025.

Aprovado no Edital SEDAC n° 01/2022 – FAC Filma RS – Financiamento Pró-cultura RS, o projeto “Tesmofórias” conta com o apoio institucional da Secretaria de Município de Cultura e da Santa Maria Film Commission.

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