IMAGEM. De Mata para o mundo, fotojornalista recebe três premiações em concurso internacional
Pelo quarto ano consecutivo, Gabriel Haesbaert é destaque no certame
Por Pedro Pereira
No sábado passado (25), o jornalista e fotógrafo esportivo que vive em Santa Maria, Gabriel Haesbaert, 32 anos, recebeu três premiações no Concurso Internacional de Fotografia Brasília Photo Show de 2023, realizado no Distrito Federal. Nesta edição, que contou com quatro mil participantes, ele conquistou a 2ª colocação – chamada de Platinum – na categoria “agronegócio” e duas menções honrosas no “esporte”.
Apesar do foco do trabalho dele seja nesta última área, marcando presença em diferentes campeonatos da cidade e da Região Central do Rio Grande do Sul, o profissional conta que igualmente inscreve suas obras nos campos em que tem mais afinidade. “Sempre que vou viajar, levo a minha câmera. A parte do agronegócio também me encanta, mas mais como hobby, com fotos de animais, paisagens e plantas e colheita das safras. Nosso Estado é rico nessa cultura”, declarou o comunicador.
Porém, ele afirma: “ter duas fotos do esporte de Santa Maria na final, coroadas com a menção, é uma honra muito grande”. Esta não é a primeira vez que o fotojornalista participa é contemplado na competição, que é considerada uma das maiores do ramo na América Latina e, segundo o próprio, “vem subindo de nível”. Em 2020 e 2022, Haesbaert atingiu o topo do pódio por registros de partidas de rugby e, em 2021, alcançou a medalha de bronze com um registro de um confronto de futebol. Confira abaixo as obras agraciadas neste ano.
De Mata para o mundo
Natural do município de Mata, que fica localizada a 90km de Santa Maria e conta com pouco menos de cinco mil habitantes, Haesbaert chegou ao Coração do Rio Grande somente aos 11 anos de idade, quando seus irmãos mais velhos vieram estudar na UFSM. Antes, ainda passou seis anos de sua vida em São Pedro do Sul, também da Região Central do Estado.
Enquanto a mãe é da área da enfermagem, o pai é operador de máquinas na Prefeitura de sua cidade natal. “A gente sempre foi uma família de classe pobre. Nunca passamos fome, mas era tudo muito difícil. Eles foram guerreiros na nossa criação, nunca deixando faltar nada”, afirmou o fotógrafo matense.
Em 2012, Haesbaert ingressou no curso de jornalismo do então Centro Universitário Franciscano (UNIFRA) – que, em 2018, se tornou Universidade Franciscana (UFN). A escolha aconteceu por conta de sua paixão por esportes, que sempre estiveram presentes em sua trajetória. “Queria seguir no caminho do rádio, com narração e comentários de jogos. Essa talvez seja uma das influências que herdei do meu pai, que é apaixonado por futebol”.
Quando era menor, sua família tinha uma câmera em casa. O matense revela que adorava fotografar mas, por conta do valor do filme, que era muito caro, não era toda hora. Dessa forma, o primeiro contato com o dispositivo “de verdade” foi na faculdade, quando a professora Laura Fabrício assumiu a disciplina de fotojornalismo. “Dali em diante, a fotografia não saiu mais da minha vida”, afirmou o matense.
Ao longo de sua caminhada na UFN, Haesbaert participou do Laboratório de Fotografia e Memória da universidade e ganhou alguns prêmios, por trabalhos de diferentes vertentes, do próprio curso de jornalismo da instituição. Quando estava no 3º semestre, em 2014, ele já passou a trabalhar como freelancer no Diário de Santa Maria que, na época, ainda era vinculado à RBS.
Em 2015, o comunicador deixou o jornal para ingressar na equipe do extinto A Razão, também da cidade, até 2016. Depois, ele retornou à outra emissora santa-mariense, que já havia sido adquirida pelo grupo atual. Nesta passagem, ele ficou de 2017 a 2021 – no último ano, o profissional resolveu fundar seu curso para adeptos da área, o “Fórmula da Fotografia Esportiva”, que conta com cerca de 250 alunos atualmente.
Luta por espaço
Diferente do que pensava antes de realmente cursar jornalismo, Haesbaert seguiu o caminho das “câmeras” ao invés dos “microfones”. O matense conta que, se tivesse acabado seguindo na direção do rádio, admite que também seria feliz pois a vontade dar o 100% em tudo que faz está nele, independente da atividade.
“Acredito que a gente mais erra do que acerta na vida, mas não podemos deixar nas mãos dos outros o resultado que queremos. Eu sou muito tranquilo quanto às minhas escolhas. Sei esperar o tempo certo das coisas acontecerem”, revelou o fotógrafo que afirmou ter feito a escolha certa há 10 anos, quando decidiu seguir no ramo do fotojornalismo.
A ideia do “Fórmula da Fotografia Esportiva” surgiu em meio a pandemia, quando todos estavam trancados em casa e o comunicador decidiu gastar esse tempo fazendo vários cursos, como de desing gráfico esportivo, marketing digital, tráfego pago e vendas online. “Vi que meu conhecimento de anos era valioso e isso poderia ajudar muitos iniciantes e entusiastas”, assegurou Haesbaert.
Para o profissional, ajudar os concorrentes a cobrarem preços justos por suas fotos, para que não precisem trocá-las por interações em redes sociais ou itens como camisas de times, por exemplo, é essencial para a valorização da área. Mas, no começo, era muito difícil pois ele se sentia sozinho nesta luta: “aos poucos, o pessoal passou a entender que era meu trabalho”, comentou.
“Sempre deixei claro o quanto me custam o equipamento e o tempo. Deixo de estar com minha família, viajar e outras coisas para estar em sábados, domingos e feriados em tudo que é tipo de esportes”, desabafou o jornalista. Contudo, ainda há pessoas que utilizam os conteúdos do matense sem autorização.
Nestes casos, o comunicador deixa claro que “isso se resolve com uma conversa direta e educando. As pessoas não são obrigadas a entender que mesmo aparecendo nas fotos elas não podem sair copiando. Eu não crio polêmicas, mas às vezes uma orientação sempre vai bem”, concluiu. Pessoas, equipes, competições e organizações esportivas interessadas em contar com o trabalho de Haesbaert podem contatá-lo pelo Instagram.
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