METÁFORA OU… Luciano Ribas, a história da antiga Rural Willys e do tempo em que não havia muita coisa
“…Nessa Rural, fui para o meu primeiro dia de aula na Escola Municipal Neíta Ramos, em 1979, no então 8° distrito de Santa Maria. Foi nesse colégio que fui alfabetizado pela professora Nilza junto com uns 30 colegas, através do método “da abelinha”. Acho que aprendi rápido, até porque já era um “veterano” de duas temporadas no Girassol, a pré-escola das irmãs de Schoenstatt. Na verdade, até um “prêmio por leitura” recebi naquele ano.
Mas lembrar da Rural me faz também pensar nos meus colegas da primeira série e nos caminhos que cada um deve ter seguido. Sei, por exemplo, que daqueles trinta e poucos, talvez uns 3 ou 4 tenham concluído um curso superior; mestrado, arrisco dizer, acho que apenas eu fiz. Não porque eles não quisessem ou não tivessem capacidade, mas eram tempos de oportunidades escassas, onde até a universidade pública tinha que ser paga.
Era uma época sem Pró-Uni, sem novas universidades federais, sem cursos técnicos, sem Bolsa-Família, sem Pronatec, sem emprego farto, sem educação à distância, sem bolsas para estudar no exterior, sem…”
CLIQUE AQUI para ler a íntegra do artigo “Nos tempos da Rural”, de Luciano Ribas, colaborador habitual deste sítio. Ele foi postado há instantes, na seção “Artigos”. Boa leitura!
Luciano parabéns pelo belo texto.Um lembrete:naquele tempo também não existia merenda escolar,não tinha livro de ensino médio,as bibliotecas quando existiam eram precárias,poucas escolas de Santa Maria tinham ensino médio e principalmente a voz dos professores e alunos eram caladas pela repressão.Os livros do grande Paulo Freire e tantos outros eram proibidos.
GEF tem que se atualizar a lei do boi era só para os filhos dos grandes produtores ruais.Parabéns Sr. Luciano pelo belo texto
Outra motivação da lei do boi: os "filhos de latifundiários" foram para a cidade e só queriam saber de medicina e direito.
Lei do boi! Pelamordedeus! Reserva de vaga pra latifundiários! Só falta defender o voto censitário!
O primeiro ato de Lula no governo foi dizer "Fiat Lux!". Só pode.
Brizola fez as "brizoletas", mais de seis mil escolas no meio rural. 56 a 61 se lembro bem.
Costa e Silva (dizer que o regime militar só fez bobagem é mentira) criou a lei do boi. Lei 5465/68. 50% das vagas em colégios agrícolas e faculdades de agronomia e veterinária para residentes na zona rural. Mais 30% das vagas para filhos de agricultores ou agricultores residentes em vilas ou cidades sem ensino médio. Esta lei durou até 85, já no governo Sarney. E, embora os militantes de esquerda tentem desqualificar o programa, não é difícil achar quem se beneficiou deste sistema de cotas.