A educação em tempo de robôs – por Marcelo Arigony
“Não adianta espernear, tem que desenvolver habilidades voltadas à inovação...”
Passamos pela pedra polida e lascada. Logo Rita Lee cantou o fogo e inventaram a roda, a eletricidade, a máquina a vapor… Vieram grandes revoluções científicas. Veio a era da informática, da economia compartilhada e… chegamos ao tempo dos robôs e da inteligência artificial.
Estamos aqui na terra há milhão de anos? Estimam que humanos modernos estejam há duzentos mil anos. Que seja! Tudo o que se inventou em termos de tecnologia tem 200 ou 300 anos. A eletricidade data de 1750 e picos. O motor a combustão veio depois. O computador estreou em 1950, e o celular começou a ser desenhado na década de 1970, só entrando no mercado no final dos anos 1980. Aí veio o Steve Jobs e quebrou a banca, o mundo passou a ser outro depois da plataforma Iphone, que foi copiada à reviria, e hoje é uma constante nas nossas vidas.
Agora faça como John Lennon, e imagine: considere uma linha do tempo de duzentos mil anos, e pense no que são duzentos ou trezentos anos nessa linha de duzentos mil. Nada!
A humanidade vem avançando a passos de gigante, em progressão geométrica. Saímos anteontem do nada cósmico, e pulamos ontem para a era da inteligência artificial. Sim, uma era que vai alavancar ainda mais o progresso, não obstante o cenário desafiador que foi reconhecido mundialmente por 1000 cientistas em uma carta: Pause Giant AI Experiments: An Open Letter.
Mas quero falar de educação nesse novo tempo. A educação precisa mudar. Não podemos mais ensinar e sermos ensinados como a nossa geração e as anteriores o foram. Precisamos agregar robótica e inteligência artificial em todos os níveis de ensino. Aliás, quando se fala em robótica não dá pra ficar pensando no ultraman e no optimus. Robótica é coisa séria, e muito mais ampla que isso.
Nas décadas de 70 e 80 nos ensinaram a decorar a tabuada, (pasmem!) da mesma maneira que minha filha está aprendendo hoje na escola. Não pode ser! As competências e habilidades necessárias para o mundo novo são outras. Essas tarefas já são realizadas por robôs, e pela inteligência artificial. O que precisa ser desenvolvido nas crianças e adolescentes é a habilidade de pilotá-los.
A geração de nativos digitais precisa ser preparada para assumir as rédeas desses novos atores. E o grande desafio é dar condições para que eles exerçam esse protagonismo. O paradoxo está na crise de transição da era analógica para a digital, e para a inteligência artificial.
É difícil passar um conhecimento que não temos: ensinar a dirigir um carro que mal sabemos ligar. Por mais que a nossa geração seja curiosa e estude, nunca será como a de um nativo digital nascido na última década.
Como pretendemos que um aluno desenvolva habilidades para o mundo novo se os pais e o professor nem conhecem o chat GPT e as centenas de plataformas de inteligência artificial que estão disponíveis gratuitamente na internet? Sem essas ferramentas o aluno não terá espaço no mercado de trabalho que vai exigir trabalhador + robótica + inteligência artificial. Quem não souber pilotar o prompt engineering está fora, em qualquer profissão.
Sinto muito, mas pensar diferente será como foi brigar com uber, o inexorável… não adianta chorar e espernear, tem que desenvolver habilidades humanas voltadas à inovação e criatividade, o resto as máquinas vão fazer, de sobra…
(*) Marcelo Mendes Arigony é titular da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) em Santa Maria, professor de Direito Penal na Ulbra/SM e Doutor em Administração pela UFSM. Ele escreve no site às quartas-feiras.
Resumo da opera. Debates inocuos a parte. As vezes o obvio é uma bobagem. Ovelha não é para mato. Quando alguém se diz ‘especialista’ é bom olhar o estado do setor no qual trabalha. Educação deixa muito a desejar, profissionais da area não tem nada a ver com isto? Juizes e o judiciario, este ultimo esta no nivel suiço? O que vão acrescentar no setor do policiamemento? Alas, policia ostensiva é coisa da Brigada por aqui (que sabe onde aperta o sapato), mas opinião deles é irrelevante. Segurança publica é coisa só de quem trabalha esfregando a barriga na mesa, pensando em condições ideais sem limitações.
Ejaculações precoces de politicas publicas a parte, qual caminho é possivel? Voltar para o basico. Melhorar a qualidade do ensino de portugues (cidadania também tem a ver com a comunicação) e matematica (para resolver problemas). Segundo: rever as metodologias de ensino. Estas estão na mão dos vermelhos na maioria das universidades. Gente que cultua o atraso. Os avanços da neurosciencia das ultimas decadas passam longe deste povo. Medodos como os citados no artigo ‘The science of effective learning with spacing and retrieval practice’ (Carpenter e outros).
‘Quem não souber pilotar o prompt engineering está fora, em qualquer profissão.’ Neste ano, ano que vem a interface pode ser outra, reconhecimento de voz em tempo real. Não adianta formar torneiro mecanico se já estão para começar a vende centro de usinagem. Ou impressoras 3D com metal.
Ha uma regra não escrita. Toda tecnologia que aparece na midia está 10 anos atrasa em relação a que esta disponivel. Na medicina, um exemplo grosseiro. Ressonancia magnetica. Maioria que se ve por ai tem um campo magnetico de 1,5 Tesla. Em POA já existem mais modernas (acho que na aldeia não chegou ainda), maquinas de 3 Tesla. Noutro dia saiu noticia de que estavam estudando o funcionamento do cerebro com uma maquina de pouco mais de 11 Tesla. Vantagem? Maior detalhe no exame e menor tempo dentro da maquina (sem se mexer, é bom dizer).
Confiança demasiada na tecnologia. Imagino alguém chegando num consultorio medico e chorar as pitangas enquanto o esculapio digita no Chatgpt. Ou um mestre de obras fazer uma pergunta para o engenheiro civil no meio da obra, ele tirar o celular do bolso e pedir para repetir a pergunta. Não que todos tenham obrigação de saber tudo. Antigamente as moças que atendiam no comercio do centro fazim o troco de cabeça, hoje só na calculadora ou no computador. Pode parecer que não, mas afeta a tomada de decisão das criaturas também.
‘Não podemos’ , ‘Precisamos’ e ‘Temos’ geralmente precedem algo que não vai acontecer. Em qualquer texto. Exortações dos burocratas juridicos.
‘Precisamos agregar robótica e inteligência artificial em todos os níveis de ensino.’ Aqui tem uma pegadinha. Ambos demandam matematica avançada. Logo vira formação de usuarios(as) de robotica e inteligencia artificial produzidas em outros paises. Não necessariamente desenvolvidos, India e China (desenvolvimento não é só PIB) vão bem obrigado. Levando em conta que a maioria sai da escola (no publico e no privado) sem saber as quatro operações direito, ligeiro vira um ‘larga um kit de robotica para cada grupo e vou preparar minha proxima aula no Tik Tok’. Ou ‘peguem o tablet pé de boi, abram o Chatgpt e pesquisem este assunto’. E a aula de educação fisica em alguns lugares, uma bola de futebol para os meninos e uma rede/bola de volei para as meninas.
‘A educação precisa mudar.’ Sim, mas não vai acontecer tão cedo. E um dos setores que deram o galinheiro para as raposas cuidarem. No maximo mudanças incrementais. Educação é ‘mais salario no meu bolso e menos perrengue’. Dificil tirar servidor publico da zona de conforto.
‘[…] foi reconhecido mundialmente por 1000 cientistas em uma carta:[…]’ totalmente irrelevante. Pos modernidade, todos tem o direito de se manifestar, direito de ser ouvido é para uma minoria. Vide Brasil. Uma ‘democracia’ onde ‘todo poder emana do põvú’. Mas depende de qual parcela. Se desagradar alguns ‘não vale’, são ‘vitimas do populismo’. A propria ideia de que os meliantes cometem crimes e tem que ser presos, cumprir a justa pena, é ‘populismo punitivista’. Isto num pais onde quem escreve besteira na rede social tem que ficar preso preventivamente e homicidas tem ‘presunção de inocencia’ e ‘direito de responder o processo em liberdade’. Maioria não o faz trabalhando como servente de pedreiro, é bom lembrar. Mas para os(as) causidicos(as) não tem pressa, é necessario esperar o sistema funcionar. População que se rale.
Inteligencia artificial é um guarda-chuva que abriga muita coisa. Primeira coisa que vem a mente do(a) desavisado(a) é a inteligencia artificial geral. Que está longe. O que não impede de produzir efeitos. Alas, computação quantica não chegou nem no estagio da ‘valvula’ ainda. Fusão nuclear: sempre ‘daqui a 20 anos’. Segundo: maioria, mesmo sem conhecimento na area, fica procurando motivos para não ter sua profissão extinta pela IA. Ou então motivos ‘filosoficos’ para a ‘insubstituibilidade do ser humano’. Coisas que só uma ‘bola de cristal’ resolveria.
Em tempo 2. ‘Achismos’ que viram ‘fatos’. Censo: de ‘eu acho que o censo não pegou as invasões’ para o ‘censo não pegou as invasões’. Em algum lugar a informação está disponivel, mas dá trabalho encontrar logo é melhor chutar do jeito que favorece o ‘argumento’. E o mundo dos burocratas: esfregar a barriga na mesa de preferencia no ar condicionado.
Em tempo. Chega a ser comico. Um magistrado fala nos autos. Pode exercer atividade no magisterio. Fora disto o titulo de eleitor dele é igual ao dos outros, pode votar uma só vez. Falar grosso e fazer ‘cara de mau’ impressiona alguns. Causidicos(as) então salivam profusamente com vontade de babar alguma coisa. Faz parte da bolha deles(as), ouvem o que acreditam também. Não é questão de ‘ficar brabo’ ate porque a opinião proferida é igual a outras, totalmente irrelevante. Exemplo? Contratar 300 criaturas para guarda municipal. Existem as limitações da LRF. Guaruja em SP tem guarda municipal. So na operação verão mais de meia centena de mortos em confrontos com a policia. Busilis é que há uma campanha para criar um cabide na aldeia, uma Secretaria da Segurança. Diário Vermelho aderiu e as patotinhas aparentemente também.