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TSE complica alianças políticas nos Estados e praticamente define o cenário no Rio Grande

Uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral, nesta terça-feira, respondendo a consulta feita pelo Partido Liberal, pode significar uma expressiva mudança na estratégia dos partidos para outubro.

Disse o TSE que as siglas que constituírem alianças em nível nacional terão que repetir essa aliança nas eleições dos Estados ou concorrer solitos aos governos provinciais. É a verticalização plena – diferente de 2002, quando se poderia fazer qualquer coligação estadual, desde que o coligado não concorresse a Presidente. Explicando melhor. Temos, hoje, por exemplo, o PMDB que, ao que tudo indica, não terá candidato presidencial. Desta forma, imaginavam seus líderes, especialmente os detratores da candidatura própria, poder fazer alianças diversas nos Estados, compondo ora com o PT (como na Bahia), ora com o PSDB (como em Alagoas), ou o PFL (em Santa Catarina). Isso não será mais possível, na medida em que esses três partidos concorrem ao Planalto, mesmo que, no caso pefelista, como segundo na chapa liderada pelos tucanos.

Ainda é muito cedo para ver que tipo de repercussão concreta, além das citadas no parágrafo anterior, será verificada. No entanto, no caso especificamente do Rio Grande do Sul, diante da decisão, o quadro está praticamente fechado.

O governador Germano Rigotto, que ainda sonhava com uma possível desistência de Yeda Crusius, contando com a adesão tucana à sua candidatura, terá que se virar com o PTB apenas – pois os petebistas não terão candidato a Presidente. Já Yeda será obrigada a se contentar só com o PFL, a quem seu partido está amarrado nacionalmente, e não também com o PP, com o qual namorava sem muito êxito, por enquanto.

Das alianças em discussão, a rigor, apenas uma pode prosperar: a que uniria o trio PPS/PL/PSB em torno do neocomunista Nelson Proença. E isso se os socialistas não formalizarem uma aliança nacional com Lula. Nesse caso, o partido de Beto Albuquerque será compelido a apoiar o PT. Ou a concorrer sozinho, como tudo está a indicar, com o nome de Beto Gril

No mais, se confirmariam as candidaturas solitárias de Alceu Collares, do PDT, e Francisco Turra, do PP. Este, que quer concorrer, teria agora um motivo legal para descartar o namoro encetado pelos tucanos de Yeda, e nem poderiam formalizar apoio a Geraldo Alckmin, em nível nacional. Ah, e, claro, o aparentemente inimigo de todos, menos do PSB, Olívio Dutra concorre em dobradinha com o PC do B, que cede o nome de Jussara Cony para vice. E está completo o cenário gaúcho da eleição para o Piratini. É, pelo menos, o que indica a decisão tomada pelo TSE. A propósito, leia notícia assinada pela repórter Mariêngela Galluci, da Agência Estado, reproduzida por Ricardo Noblat, em sua página (www.noblat.com.br) na internet:

”Decisão da Justiça complica alianças entre partidos

“O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tomou nesta terça uma decisão que deverá engessar ainda mais as alianças nas eleições deste ano e complicar os planos dos partidos, principalmente o PMDB, que pretendem não lançar candidato a presidente para ficarem livres na disputa estadual.

O TSE concluiu que os partidos que se aliarem na disputa presidencial terão de repetir essa aliança nas eleições nos Estados ou concorrer sozinhos aos governos estaduais.

O partido que não tiver candidato a presidente só poderá se associar, nos Estados e municípios, com outro que também não tenha candidato ao Palácio do Planalto.

Essa interpretação deverá forçar partidos como o PMDB a aderirem a coligações federais para não ficarem sozinhos nas disputas estaduais.

O presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, afirmou que o tribunal, apesar da nova decisão, não modificou o seu entendimento sobre verticalização. “Reafirmamos o posicionamento”, disse.

A Corte explicitou que o partido que optar por concorrer à presidência da República com candidato próprio ou em coligação com outra legenda terá de ser fiel nos Estados a essa aliança, ou disputar sozinho.

No entanto, na eleição de 2002, quando a regra da verticalização já estava em vigor, os partidos que não lançaram candidatos a presidente puderam fazer qualquer tipo de associação nos Estados. Ou seja, ao abrirem mão da disputa pelo Palácio do Planalto, eles ficaram livres para se associarem com quem quisessem nos Estados”.
”

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