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Julieta de Melo Monteiro (1855-1928) – por Elen Biguelini

Para além da escritora, também defensora de ideais federalistas e abolicionistas

Julieta de Melo Monteiro fez parte de uma família ilustre de poetas, escritores e intelectuais gaúchos.

Nascida Julieta Nativa de Melo em 21 de outubro de 1855 em Rio Grande, RS, foi neta do escritor e jornalista Manoel de Passos Figueroa, sobrinha de dois escritores homens e da também poetisa Amália dos Passos Figueiroa (1845-1878) e filha de Revocata dos Passos Figueiroa Melo (1846-1875).  A família é tão repleta de literatos, que sua irmã Revocata Heloísa de Melo também era escritora e, com ela, dirigiu o periódico “O Corimbó”.

Casou com o jornalista português, e também poeta, Francisco Guilherme Pinto Monteiro (circa 1844-?)  no dia 21 de outubro de 1876.

Seus textos defendiam a condição social da mulher e era abolicionista e federalista. Ela presidiu a “União de Classes Femininas no Brasil”, e foi Sócia Honorária da “Legião da Mulher Brasileira”.

Faleceu em 27 de janeiro de 1928, tendo escrito até o final de sua vida. Sua última obra foi publicada postumamente.

Obra

“O Corymbó” (1883-1944), periódico iniciado por ela e por sua irmã Revocata. Trechos transcritos em Alves, Francisco das Neves. “A mulher e a pena no extremo-sul do Brasil: escritos de Julieta de Melo Monteiro no último lustro do século XIX”.

Peridódico “Violeta” (1878-1879), editado em Rio Grande.

“Prelúdios”; poesia, 1881.

“Oscylantes”; poesia, 1891.

“Alma e Coração. Livro do Passado”. Rio Grande, Typografia Trocadero, 1897. Encontra-se transcrito em Alves, Francisco das Neves. “A mulher e a pena no extremo-sul do Brasil: escritos de Julieta de Melo Monteiro no último lustro do século XIX”.

“Tabernáculo”, versos.

“Noivado do Céu”

“O Segredo de Marcial”, drama que chegou a ser encenado em Rio Grande.

“Terra Sáfara”, Livro póstumo, 1928.

“Coração de Mãe”, 1893, editado com a irmã Revocata.

“Berilos”, 1911, editado com a irmã Revocata.

Colaborou também nos periódicos: “Almanaque Popular Brasileiro” (1897), “A Tribuna do Povo”, “Interrogação”, “Progresso Literário e Estatístico”, “A Mensageira”;  e “Jornal das Moças”.

Declamação do poema “A meu pai”. Acesso via: https://www.youtube.com/watch?v=8tjmHkZ2QT8

Fontes:

Batizado de uma afilhada de Julieta: “Brasil, Rio Grande do Sul, Registros da Igreja Católica, 1738-1952”, , FamilySearch (https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:6J9P-XGL7 : Thu Mar 07  14:57:09 UTC 2024), Entry for Branca and Marieta, 6 de janeiro de 1885.

Referencias:

Alves, Francisco das Neves. “A mulher e a pena no extremo-sul do Brasil: escritos de Julieta de Melo Monteiro no último lustro do século XIX”. Rio Grande: Biblioteca Rio Grandense, 2018. https://issuu.com/bibliotecariograndense/docs/cole__o_documentos_13

Alves, Francisco das Neves: Lousada, Isabel Maria da Cruz; Gepiak, Luciana Coutinho. “Escrita feminina dos dois lados do Atlântico: Julieta de Melo Monteiro, Sílvia da Vinha e Revocata Heloísa de Melo”. Rio Grande: Biblioteca Rio Grandense, 2020).

Alves, Francisco das Neves; Lousada, Isabel Maria da Cruz. “Escrita Feminina e militância no Brasil meridional. Julieta de Melo Monteiro e duas de suas bandeiras de luta (abolicionista e federalista)”. Revista Entreletras vol 12, 2021.

Flores, Hilda Agnes Hübner Flores. “Corimbo: mulher e educação”. Revista Pemo. , Fortaleza, v. 3, n. 1, 2021   Acesso via: https://revistas.uece.br/index.php/revpemo

(*) Elen Biguelini é doutora em História (Universidade de Coimbra, 2017) e Mestre em Estudos Feministas (Universidade de Coimbra, 2012), tendo como foco a pesquisa na história das mulheres e da autoria feminina durante o século XIX. Ela escreve semanalmente aos domingos, no Site.

Nota do Editor: a foto de Julieta de Melo Monteiro, que ilustra este artigo, é uma reprodução obtida na internet.

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