Revocata Heloisa de Melo (1853-1944) – por Elen Biguelini
Escritora e defensora da causa federalista e da liberação social das mulheres
Dona Revocata Heloísa de Melo nasceu em Porto Alegre no dia 31 de dezembro de 1853. Foi filha de Revocata dos Passos Figueiroa de Melo (1846-1875) e de João Correia de Melo. Pertenceu a uma família de ilustres poetas e literatos gaúchos, entre eles sua irmã, Julieta de Melo Monteiro (1955-1928). sua mãe, sua tia Amália dos Passos Figueiroa (1846-1875) e seu avô Manoel de Passos Figueroa.
Ao contrário de sua irmã Julieta, não se casou. Foi professora na cidade de Rio Grande, onde existiu uma escola com seu nome entre 1958 e 2019. Foi também membro da Sociedade Partenon Literário e a patrona da cadeira nº 12 da Academia Literaria Feminina do Rio Grande do Sul (Cf. “Jornal do Dia”, de 3 de maio de 1948, fl 3)
Assinava com os pseudónimos Hermengarda e Sibila, além de seu próprio nome.
Assim como sua irmã, defendia a causa federalista e a liberação social das mulheres. Defendendo que aquelas que se dedicassem ao conhecimento não se tornavam mães ruins, o que era uma resposta direta aos antifeministas que proibiam a educação das mulheres.
Faleceu em Rio Grande, em 23 de fevereiro de 1944.
Obra
“O Corymbó” (1883-1944), periódico iniciado por ela e por sua irmã Julieta. Após o falecimento da irmã em 1928, a edição ficou a penas a cargo de Revocata. Trechos transcritos em Alves, Francisco das Neves; Povoas, Mario Nicola, Gepiak, Luciana Coutinho. “Escrita feminina no sul do Brasil: textos jornalísticos de Revocata Heloísa de Melo”.
Publicações no periódico “Violeta”, editado por sua irmã. Trechos transcritos em Alves, Francisco das Neves; Povoas, Mario Nicola, Gepiak, Luciana Coutinho. “Escrita feminina no sul do Brasil: textos jornalísticos de Revocata Heloísa de Melo”. Revista Interdisciplinar em Cultura e Sociedade. v. 5, n. 2,São Luis, 2019 . pp. 405-423. Acesso via: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/ricultsociedade/article/view/13024/7072
“Folhas errantes”, crônicas e poesia, 1882.
“Coração de mãe”, drama teatral, 1893, editado com a irmã Julieta.
“Bruno Seabra”, biografia. No periódico “Almanach Popular Brasileiro”, 1894. Pg 88-89.
“Sofrer e viver”. No “Almanak Litterario e Estatístico do Rio Grande do Sul para o ano de 1902, pg 244)
“Berilos”, 1911.
“A mulher e a Imprensa”, no periódico “O Republicano” de 12 de fevereiro de 1911, pg 1.
“O Tiradentes”, no “Almanak Litterarrio e Estatístico do Rio Grande do Sul para o ano de 1890”, pg 172.
“O Naufragio”, no periódico “Correio do Municipio” [da cidade de São João do Montenegro] no dia 16 de agosto de 1916, pg 1.
“O Natal”, junto ao livro “Tudo”, de Frederico Andrade (Cf. Periódico “A Federação: Orgam do Partido Republicano” de 30 de dezembro de 1919, fl 4)
“Jesus”, no periódico “Ilustração Pelotense”, Edição 24 de 1921, fl 20.
“Do meu diário de dor”, 1943.
Fontes
Batizado de uma afilhada: “Brasil, Rio Grande do Sul, Registros da Igreja Católica, 1738-1952”, FamilySearch (https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:6DGF-CZ43: Sat Mar 09 07:45:29 UTC 2024), Entry for Haloiza and Maria Mercedes Da Silva, 22 de fevereiro de 1897.
Referências
Alves, Francisco das Neves; Povoas, Mario Nicola, Gepiak, Luciana Coutinho. “Escrita feminina no sul do Brasil: textos jornalísticos de Revocata Heloísa de Melo”. Lisboa: Universidade de Lisboa, 2006. Acesso via http://hdl.handle.net/10451/28634
BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento. “Diccionario Bibliographico Brazileiro”. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1893.
Gepiak, Luciana Coutinho. “Uma incursão à imprensa feminina no Sul-Rio-Grandense: a escritora Revocata Heloísa de Melo nas páginas da Violeta”
Lopes de Oliveira, Américo. “Escritoras brasileiras, galegas e portuguesas”. s.l. Tipografia Silva Pereira, 1983, 130.
(*) Elen Biguelini é doutora em História (Universidade de Coimbra, 2017) e Mestre em Estudos Feministas (Universidade de Coimbra, 2012), tendo como foco a pesquisa na história das mulheres e da autoria feminina durante o século XIX. Ela escreve semanalmente aos domingos, no Site.
Nota do Editor: a imagem de Revocata Heloísa de Melo, que ilustra este artigo, é uma reprodução obtida na internet.
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