Por Pedro Pereira / com informações do blog da UFSM Futsal
A UFSM/Dallas, equipe feminina de futsal da Universidade, é a representante de Santa Maria no Campeonato Gaúcho – Série Ouro. Após um 2023 conturbado e de estreia na elite do Rio Grande do Sul, as gurias da Federal chegam de cara nova para a edição deste ano. A etapa de abertura será neste domingo (22), em Erechim, e a outra rodada acontece no dia 20 de outubro, em Bento Gonçalves.
A novidade do time para 2024 é a parceria com o Dallas FC, agremiação multicampeã municipal, que consiste na fusão dos plantéis e na incorporação da comissão técnica do clube, encabeçada por Diozer Irajá. Após mais de um semestre de treinamentos, viagens para torneios e vagas conquistadas, o esquadrão inicia neste fim de semana o maior objetivo da temporada: o Estadual da Federação Gaúcha de Futebol de Salão (FGFS).
Recomeço conturbado
No ano passado, a equipe feminina da UFSM Futsal retornou oficialmente às quadras após um 2022 de apenas preparação, sem participar de disputas. O trabalho iniciou e logo chegaram os frutos: o vice-campeonato da Série Prata e, consequentemente, a vaga na Série Ouro ainda para 2023. Após desavenças entre as jogadoras e o grupo de comandantes da época, contudo, ocorreu uma ruptura.
A partir de um convite de Gabriel Pranke, treinador da divisão masculina e coordenador geral do futsal da instituição, Irajá, que liderava o Dallas, assumiu o time de Santa Maria e levou consigo parte do grupo. O técnico revela que, em um primeiro momento, existiu um receio acerca da junção das atletas, visto que eram adversárias em quadra e poderiam não se dar muito bem. Com o tempo, porém, a questão se resolveu.
“Depois de dois meses, o elenco todo já tava interagindo legal. A parceria entre as meninas é boa, tá todo mundo fechado. Não existe uma divisão, todas se dão muito bem. Todo mundo entendeu que a união era para melhorar os dois projetos, para formar uma entidade forte”, garantiu o comandante. A goleira Elizabeth Toretto veste as cores da equipe da UFSM desde a volta do projeto, em 2022, e é uma das remanescentes da última temporada.
A jogadora pratica a modalidade desde criança, incentivada por um professor da escola onde estudou, tendo iniciado “na linha” e mudado de função ao ver que seria mais eficiente debaixo das traves. Na adolescência, passou a investir em treinamentos específicos para a posição e gostou bastante. Na carreira, antes de ser uma “guria da Federal”, ela disputou duas edições da Série Ouro da Liga Gaúcha de Futsal – versão alternativa da FGFS – e, com base em sua experiência, elenca as principais evoluções da comissão técnica de 2023 para a de 2024.
“A principal diferença é a organização e a comunicação da gestão com as atletas. Antes, a organização era péssima, tanto em treinos quanto nos jogos. Essa questão mudou da água para o vinho. A parte tática também está sendo mais ampliada. Estamos sendo inseridas em vários estilos de jogo diferentes, coisa que antes não era uma característica da comissão técnica. Para nós atletas, é ótimo. Faz parte do nosso desenvolvimento. Sinto que a gestão atual está mais preocupada com o nosso psicológico, o pessoal está sempre procurando conversar com as atletas sobre treinos, experiências e mais”, afirmou Elizabeth.
Aprendizado
Na Série Ouro da FGFS de 2023, as gurias da Federal foram eliminadas com 5 derrotas em 5 jogos na 1ª fase, sofrendo ainda uma goleada de 18 a 1 na última rodada para a Celemaster, de Uruguaiana, que terminaria campeã estadual. A goleira esclarece que, na própria temporada passada, a equipe já reconhecia que não estava pronto para fazer parte da elite gaúcha. Entretanto, em caso de desistência, a vaga para 2024 seria perdida.
“Ficamos cara a cara com times muito mais experientes que nós, o que nos fez perceber que, muitas vezes, mesmo com todo o talento do mundo, perdemos por conta do quesito experiência dentro de quadra. Eventualmente, percebemos que precisávamos melhorar muito o nosso trabalho para que desempenhássemos bem na competição. Nossa moral estava tão baixa que não vencemos nenhuma partida no ano passado. Foi um fracasso muito doloroso, que serviu de muito aprendizado”, confessou Elizabeth.
Nesta temporada, a UFSM/Dallas também disputa o Campeonato Municipal e o Campeonato Estadual Série Prata da Liga Sul Riograndense de Futsal – versão alternativa da FGFS, tal qual a Liga Gaúcha. Entretanto, o esquadrão da Universidade não esconde que o grande objetivo é chegar o mais longe possível na Série Ouro, participando dos outros torneios mais como preparação para o Estadual e para que todas as integrantes ganhem “rodagem” dentro das quatro linhas.
Com 10 gols assinalados, a pivô Eduarda Dalanora é a artilheira do time santa-mariense na temporada. Ela havia jogado no Dallas antes mas, com a reformulação do projeto, voltou a vestir as cores da equipe e, pela primeira vez, o manto da Federal. Na visão da atleta, o elenco tem evoluído bastante coletivamente e ganhado entrosamento. “O nosso sistema de marcação é bem encaixado. Ainda há algumas fragilidades, mas talvez seja o nosso principal ponto forte”, destacou.
Tanto Eduarda quanto o treinador do plantel acreditam que o maior desafio será bater de frente com as agremiações mais tradicionais do naipe feminino da modalidade. Entre as rivais, o grupo destaca a defensora do título Celemaster, a atual vice-campeã Imigrante, de Bento Gonçalves, e o Malgi, de Pelotas, que venceu a Sèrie Prata da FGFS em 2023 sobre as gurias da Federal.
Oportunidade de peso
De qualquer forma, Irajá acredita que dá para fazer uma boa campanha no Estadual: “temos totais condições. Nossa intenção é chegar entre os quatro melhores, vamos trabalhar para isso. Depois que chegar, a gente vê. É uma escada, vamos ‘degrauzinho por degrauzinho”. A goleira da UFSM/Dallas, Elizabeth, afirma que a participação da equipe na disputa deveria gerar mais impacto. “Muitas pessoas não têm a dimensão do que significa ter um time feminino nesse nível de performance, a ponto de conseguir uma vaga na competição de mais alto nível do nosso estado”, assegurou.
A atleta, aluna de Educação Física – Bacharelado na Universidade, conta que a iniciativa é uma oportunidade para acadêmicos de diferentes cursos da instituição, como os da área da saúde. “È a chance de poder trabalhar em uma comissão técnica que procura funcionar perto do padrão da elite, gerando conhecimento e experiência na área de quem gosta e quer trabalhar com futsal. Infelizmente, nesta temporada, tivemos pouca adesão de estudantes. Estamos precisando, inclusive. É uma vaga que muitos terão só depois de formados e a UFSM oferece como projeto de extensão”, evidenciou a jogadora.
Série Ouro da FGFS
A UFSM/Dallas foi alocada no grupo C, ao lado do Imigrante, da SER Nevoeiro, de Nevoeiro, e do Palestra, de Erechim – este último, inclusive, é o clube-sede da primeira etapa, que acontece neste domingo. No grupo A estão a Celemaster, a IDEAU Feminy, de Getúlio Vargas, a Leoas, de Capão do Leão, e o Benfica, de Bagé. No grupo B estão o Malgi, a Faculdade Sogipa, de Porto Alegre, o Palestina, de Jaguarão, e o Jaguarão, de Aceguá.
Na 1ª fase, cada equipe enfrenta os adversários dentro da chave somente uma vez para, ao término das duas rodadas, avançarem à 2ª fase as três melhores colocadas de cada grupo. Na 2ª fase, os times serão alocados em mais três grupos para definir os classificados às semifinais, que serão os líderes e o melhor vice-líder. A grande final será decidida em partidas de ida e volta, previstas para acontecer nos dias 17 e 24 de novembro.
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