Setembro: angústias e preocupações – por José Renato Ferraz da Silveira

A História da Monarquia no Brasil está intimamente ligada à escravidão. Na realidade, os dois pecados originais do Brasil foram o latifúndio e a escravidão.

A Independência brasileira não acabou nem com uma, nem com a outra. Sem dúvida, o projeto nacional de mais longa duração, chamado de liberal-oligárquico (1850-1930) por José Guilherme Merquior, o “Império dos Fazendeiros”, se tornara viável pela inserção do Brasil no comércio mundial da época. Ou seja, a nossa integração na economia internacional se deu a partir das exportações de produtos tropicais e por essa razão – e não só – a manutenção por tanto tempo da estrutura escravocrata e de latifúndio agrário (permanente fonte de desigualdade).

Neste mês de setembro (mês da Independência do Brasil “202 anos”), os meus artigos – neste presente espaço – tratarão acerca de temas cruciais da História do Brasil (Independência, Latifúndio, Escravidão, República, racismo, eugenia e a gênese de uma cultura política conservadora).

E, por fim, traremos também algumas personalidades brasileiras que merecem uma reflexão e uma referência mais detida.

Na próxima semana (10 de setembro) teremos o advogado, jornalista, escritor abolicionista Luiz Gama (1830-1882) e o senador conservador Bernardo Pereira de Vasconcelos (1795-1850) e o tema é a Escravidão.

(*) José Renato Ferraz da Silveira, que escreve às terças-feiras no site, é professor Associado IV da Universidade Federal de Santa Maria, lotado no Departamento de Economia e Relações Internacionais. É Graduado em Relações Internacionais pela PUC-SP e em História pela Ulbra. Mestre e Doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP.