Publicado originalmente no jornal eletrônico SUL2I / Reportagem de Luciano Velleda
Os eleitores de Santa Maria escolherão no dia 27 de outubro o novo prefeito que governará a cidade de 2025 até 2028. De um lado, Valdeci Oliveira (PT) busca voltar à prefeitura pela terceira vez. De outro, o atual vice-prefeito Rodrigo Decimo (PSDB) quer também um terceiro mandato para os tucanos. A disputa entre os dois revive os grandes embates protagonizados por PT e PSDB entre 1994 e 2014, quando ambos os partidos dominaram a cena política nacional.
Desde então, muita coisa mudou para os dois partidos. O PSDB viu seu capital político derreter desde quando apoiou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016, enquanto os petistas sofreram grande desgaste com casos de corrupção e a Operação Lava Jato, porém conseguiram retornar ao Palácio do Planalto com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022.
Experiente observador da cena política de Santa Maria, o jornalista José Mauro Batista recorda que a disputa entre o PT e o PSDB se intensificou na cidade a partir de 2016, ano da primeira eleição local com segundo turno. Naquela ocasião, Jorge Pozzobom (PSDB) e Valdeci Oliveira (PT) protagonizaram a disputa, com a vitória do candidato tucano (que depois seria reeleito em 2020).
“Foi o segundo turno mais disputado do Brasil. A diferença de votos a favor do candidato do PSDB foi de 226 votos”, recorda Batista.
Na reeleição de Pozzobom em 2020, a disputa foi contra Sergio Cechin (PP). Naquela eleição, o candidato do PT ficou em terceiro lugar e o eleitor petista foi decisivo para garantir a vitória de Pozzobom, com Rodrigo Decimo (PSDB) como vice-prefeito – o mesmo que agora está no segundo turno.
Professor de Ciência Política da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), José Carlos Martines destaca que, em Santa Maria, a antiga polarização entre PT e PSDB segue viva. Para ele, cada município apresenta um padrão de competição e, em Santa Maria, avalia que há uma presença grande da esquerda, que se expressa também nos seis vereadores deste campo político eleitos neste ano, sendo quatro do PT, um do PSOL e um do PCdoB.
Em contraponto, diz que o PSDB igualmente demonstra força política na cidade, com gestões bem avaliadas no comando da prefeitura nos últimos oito anos. “Acho que tem que considerar isso. Ele ficou dois mandatos, uma pessoa conhecida na cidade, isso conta bastante, é um sobrenome conhecido na política local”, pondera Martines, referindo-se ao atual prefeito Jorge Pozzobom, que tenta emplacar seu sucessor.
O professor da UFSM ressalta que o segundo turno em Santa Maria apresenta uma situação interessante por não se caracterizar exatamente por uma disputa da esquerda versus direita, já que a candidata do PL de Bolsonaro, Roberta Leitão, ficou em terceiro lugar e ainda houve a candidatura do Novo representando a direita na eleição.
“O candidato do PSDB sempre fala que não é nem de esquerda e nem direita. Ele não tem atacado muito o Valdeci diretamente e também não tem feito um discurso de direita, tem feito um discurso bem de centro, muito focado nas questões da cidade”, explica, destacando que o segundo turno proporciona ao eleitor uma disputa e um debate mais qualificado entre os dois candidatos. “Para o eleitor, acho que é melhor você ter agora duas opções. O debate fica mais mais fácil de entender”, afirma.
Ele ressalta que as muitas candidaturas no primeiro turno dividiram os votos da direita, da esquerda e do centro. “Santa Maria tem um padrão de competição política bastante interessante porque tanto a direita é forte e ativa, quanto a esquerda também é bastante forte e ativa. Então acho que são duas forças de peso.”
Ao considerar o contexto do desempenho do PT em nível nacional, abaixo do que já foi em outra época, Martines diz que a eleição em Santa Maria é importante para o PT gaúcho. A eleição de Valdeci, nesse sentido, pode ser uma vitrine numa cidade de porte médio do Rio Grande do Sul. Para o PSDB, a situação é semelhante. Desde que apoiou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016, o partido tem ficado mais enfraquecido a cada eleição. Em São Paulo, histórico reduto tucano durante mais de 20 anos, o partido conquistou apenas 23 prefeituras na eleição deste ano. No RS, entretanto, além de Santa Maria, disputa o segundo turno em Caxias do Sul.
“Tem uma particularidade no Estado que se distancia da realidade nacional. No Rio Grande do Sul, quer queira ou não, o PSDB tem o governo estadual e uma liderança que busca se projetar a nível nacional. Aqui o partido ainda mantém uma relevância que já não tem em outros estados”, analisa…”
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Resumo da opera. Partidos e carreiras politcas indo para o ocaso. Outros e outras na aurora.
Projeta-se já 2026. Cavalão inelegível e com grande probabilidade de ser preso (direita também tem direito a martires). Rato Rouco decaindo sem ‘perigo institucional’ para ajudar nos votos. Ropepa só não sai candidata a deputada estadual se não quiser. Riesgo vai tentar de novo? Outra lambada, mas tem tempo. Possochato vai tentar e vai passar a eleição com o toba na mão.
Tucanos encolheram e PT vai levar uma lambada nesta eleição.
Tucanos brigam em Caxias com o PL. E saíram atras na corrida. Pode ser que saiam vitoriosos, mas com votos da esquerda.
SM não é vitrine de nada. Esta em decadencia e os governos que se sucedem apelam para marketagem ou projetos irreais. Enquanto não sair um diagnotico sério (com numeros e não com achismo), problemas e potencialidades, vai continuar a enrolação.
‘Para o eleitor, acho que é melhor você ter agora duas opções.’ Que são ruins. É o que a casa tem para oferecer, bem feito para SM.
‘[…] com gestões bem avaliadas no comando da prefeitura nos últimos oito anos.’ Nada a ver com ‘avaliação’. Possochato derrotou Cechin no pleito anterior, estão juntos de novo, porque este ultimo ‘representava o Cavalismo’. Cladichato foi para o segundo turno por conta de uma diferença de 1250 votos. Num universo de 145 mil votos. Diferença de Pessimo para Pepa foi 10,5 mil votos. Num universo de 144 mil votos. Diferença maior, mas há que considerar os votos do Riesgo.
‘[…] e um debate mais qualificado entre os dois candidatos.’ Que só uma bolha acompanha.
‘O candidato do PSDB sempre fala que não é nem de esquerda e nem direita.’ Tucanos tem o costume de ficar em cima do muro.
‘[…] ainda houve a candidatura do Novo representando a direita na eleição.’ Tucanos enrustidos com um discurso mais liberal na economia.
‘[…] a antiga polarização entre PT e PSDB segue viva.’ ‘[…] uma situação interessante por não se caracterizar exatamente por uma disputa da esquerda versus direita,’ Pois então.
‘[…] em Santa Maria, a antiga polarização entre PT e PSDB segue viva.’ Mais cascata. Depois da ajuda do PT na eleição o governo Possochato manteve ‘boas relações’ com a sigla no Casarão da Vale Machado.
‘O PSDB viu seu capital político derreter desde quando apoiou o impeachment […]’. Cascata, desde quando ficou claro que a briga era ‘de compadres’. Alas, irmã de Aécio foi presa, bom lembrar. Alas, Calça Apertada ‘assumiu’ o partido e foi eleito não só prefeito de São Paulo, mas também governador do estado. Tentou pular para o Planalto e tropeçou na marketagem.