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CONTRAGOLPE. Ex-professor do Colégio Militar de SM apontado como redator de carta golpista, afirma PF

Saiba como o coronel Carlos Giovani Pasini foi identificado. Ele alega inocência

Por José Mauro Batista / Editor do site Paralelo 29 (*)

A Polícia Federal indiciou o coronel Carlos Giovani Delevati Pasini (foto ao lado), ex-professor do Colégio Militar de Santa Maria e integrante de entidades culturais locais, como “um dos responsáveis pela elaboração, revisão e aprimoramento” de um dos documentos relacionados ao plano para um golpe de estado no país em 2022. Ele é um dos 37 indiciados no chamado inquérito do golpe.

Segundo a PF, a “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro” é parte da estratégia “para incitar os militares, pressionar o Alto Comando do Exército a aderir ao plano de golpe de estado e manter a mobilização de civis nas imediações dos quartéis”.

A participação de Giovani Pasini como o militar era conhecido em Santa Maria e região, aparece em prints de textos de WhatsApp (veja abaixo).

As versões para a carta foram apresentadas e discutidas em uma reunião na noite de 27 de novembro de 2022, há exatos dois anos. Inicialmente, o documento era tratado como “Manifesto de Coronéis, Tenentes-coronéis e Majores do EB (Exército Brasileiro)”.

“Os metadados dos documentos também demonstram a participação do coronel Giovani Pasini na elaboração e revisão da carta com conteúdo golpista”, aponta o relatório da Polícia Federal, que foi tornado público nesta terça-feira (26) por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ainda segundo a Polícia Federal, o conteúdo das duas versões deixa evidente “o objetivo do grupo criminoso de incitar as Forças Armadas e parcela da população” a apoiarem um golpe de estado.

Uma das provas juntadas pela Polícia Federal no inquérito do golpe tentado pelos indiciados (Imagem de Reprodução)
Outra prova anexada pela PF no chamado inquérito do golpe, enviado ao ministro Alexandre de Moraes (Imagem de Reprodução)

Quem é Giovani Pasini

  • Coronel da reserva do Exército
  • Natural de Santiago, na região do Vale do Jaguari
  • Graduado em Ciências Militares pela Academia das Agulhas Negras (Aman), tem curso no Centro de Instrução de Guerra Eletrônica e pós-graduação e metrado em Ciências Militares
  • Graduado em Língua Portuguesa e Literatura, tem doutorado em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
  • Ex-professor do Colégio Militar de Santa Maria (CMSM), onde lecionou Língua Portuguesa
  • Escritor e poeta, é integrante de entidades culturais, como a Associação Santa-Mariense de Letras (ASL), sendo autor e organizador de mais de uma dezena de livros
  • Candidato a deputado estadual pelo Patriotas no RS em 2018
  • Atualmente é professor no Colégio Militar de Belém (CMBEL), em Belém, capital do Pará

Militar nega: “Sou inocente”

O Paralelo 29 procurou Giovani Pasini na última sexta-feira (22) e ele passou o nome do seu advogado, Matheus Pires.

O Paralelo 29 entrou em contato com o advogado que disse estar em uma reunião e que retornaria mais tarde. Pires não deu mais retorno, apesar de mais dois contatos da reportagem.

Na sequência, Pasini enviou mensagem de texto pelo WhatsApp ao Paralelo 29, alegando ser inocente. Ele chegou a afirmar que ficou sabendo da carta “pela imprensa” (confira abaixo).

Card produzido pelo Paralelo com a mensagem de texto enviada por Giovani Pasini/Reprodução

O que a defesa alegou a outros veículos

A outros veículos de comunicação, como ao jornal ZH, o advogado Matheus Pires disse, ainda na sexta-feira em que houve os indiciamentos que não teve acesso integral ao inquérito.

“Mas reiteramos que o coronel Pasini não elaborou nem assinou nenhuma carta antidemocrática, tampouco se associou a outras pessoas para cometimento de atos antidemocráticos”.

PARA LER NO ORIGINAL, CLIQUE AQUI.

(*) Esse material foi publicado com a autorização do editor do Paralelo 29, dentro do acordo de parceria que une os dois sites.

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