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Eleições municipais: a revanche do eleitor – por Fernando Silveira de Oliveira

'Aproximação do eleitor com atividade política dos eleitos será cada vez maior'

No período que antecedeu as eleições, vivenciamos uma chuva de análises e leituras sobre qual recado o eleitor passaria nas urnas, através do voto. Muitos alegavam que a polarização entre direita e esquerda seria a pauta majoritária da eleição. Outros seguiam com a leitura de que eleição municipal discute a cidade, não apostando na nacionalização do debate. Eu próprio afirmava de que teríamos sim o protagonismo do eleitor, refutando as teses tradicionais que permeiam uma campanha eleitoral, mas buscando a prestação de contas de quem tinha mandato, com as entregas e resultados, e a qualificação e preparo dos postulantes.

O eleitor, com as redes sociais e o livre acesso a internet, tem na palma da mão a maior ferramenta já vista para busca e investigação sobre a vida pessoal, pública e profissional de quem quer que seja. Por que não fazer isso com os políticos que batem a sua porta ou que entram em suas redes sociais?! Essa busca foi uma das opções adotados pelo eleitor para que ele fizesse a sua escolha. Muito mais do que analisar apenas o período de campanha eleitoral, o eleitor analisou o todo, no caso dos mandatários, o período de atuação do político-candidato.

Com isso, os eleitores estão gradativamente mais criteriosos na hora de depositar o voto, buscando ver a executabilidade das promessas, a viabilidade das propostas e os resultados apresentados durante a vida e o mandato. Foi um recado muito incisivo de que essas eleições foram de fato a revanche do eleitor, cansado de falsas promessas, de tapinhas no ombro, da política sem ideal e presa nos discursos de que fala muito, mas pouco fez. O poderoso marketing e os gigantes padrinhos políticos perderam para o voto dado pelo eleitor atento e esclarecido, talvez o mais de todos os tempos.

Até a crescente abstenção é um recado dado pelo eleitor, de cansaço, descrédito e que dificilmente apostará na tese de escolher o “menos pior”. Esse movimento de aproximação do eleitor com a atividade política dos eleitos será cada vez maior, mostrando de que não há mais cheque em branco e com o voto dado seguirá com uma maior cobrança e permanente vigilância.

Todos ganhamos com isso. Os políticos precisam entender que a política mudou e que para seguir na vida pública cada vez mais haverá exigência de transparência em suas decisões, trabalho e dedicação aos representados, sempre, não só em véspera de eleição. Se não fizer, a revanche virá de forma incisiva, sem oferecer segunda chance para o replay.

(*) Fernando Silveira de Oliveira, advogado sócio do Jobim Advogados Associados, pós-graduado em Direito Administrativo e Gestão Pública pela Fundação do Ministério Público – RS e vereador em Santiago.

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9 Comentários

  1. Resumo da opera. Politica virou uma empulhação que resolve muito pouco ou nada. O resto é teoria e ‘discurso bonito’.

  2. Bom lembrar a famigerada Agenda 2020. Fomentar uso de hidrovias. Dragagem do Porto de Rio Grande. Extinguir a EGR. ‘Desenvolver, validar e testar novos conhecimentos’, assim mesmo, totalmente genérico. ‘Reorganizar o DAER e a EGR’, sim, planejavam extinguir e reorganizar. Levar os Parques Cientificos e Tecnologicos para a ‘terceira geração’. Polos tecnologicos e fomentar o ensino tecnico aparece mais de uma vez. Reduzir emilssões de carbono. Melhorar licenciamento ambiental agilizando. Incentivar a ‘inteligencia policial’.

  3. Aldeia ainda. Venda de ilusões. Não está no horizonte ser destino turistico, polo logistico e muito menos polo tecnologico. Alas, vale para a maioria das cidades que têm ‘debates’ e ‘promessas’ exatamente no mesmo sentido. Alas, Dudu Milk gastou dinheiro publico com empresa de consultoria para produzir plano de desenvolvimento genérico que muito provavelmente nunca sairá do papel.

  4. Aldeia tem suas peculiaridades. Edis anunciando verbas de emendas que ninguem sabe se vieram ou se foram executadas. Anuncios de obras pelo executivo: uma inicial, um na publicação do edital de licitação, um com anuncio do vencedor, um na assinatura do contrato, um no inicio das obras, intermediarios com o progresso dos trabalhos e, se der tempo, na inauguração (Possochato bateu todos os recordes).

  5. Exise desconfiança da midia, dos ‘jornalistas’, dos poderes e das instituições. Não adianta divulgarem que a inflação está sob controle e a conta do supermercado aumentar de uma semana para outra.

  6. Politicos tentam fazer politica como sempre fizeram. ‘Propostas’ e ‘planos’ genéricos intermináveis são apresentados para as paredes.

  7. Marketing tupiniquim esta defasado. Até nas redes sociais. Peças publicitarias que passavam nos intervalos da programação da tv aberta foi transferida para a internet no mesmo formato. Mesmo sabendo que as pessoas estão se acostumando ao bombardeamento de informações (filtram melhor) e que o intervalo de atenção é mais curto. Cortes e memes comicos chamam mais atenção.

  8. ‘Aproximação do eleitor com atividade política dos eleitos será cada vez maior’. Diria que isto é ‘wishful thinking’. Sociologia de ar condicionado.

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