Tudo é paz – por Orlando Fonseca
Entramos na semana do Natal, dando início ao período de festas. Todos os sinais da estação já estão à mostra, no comércio, na decoração das ruas e fachadas de residências desde o início do mês. Uma das canções natalinas, ouvidas repetidamente por esses dias, fala em paz por toda parte. No entanto, os noticiários da mídia informam que, no mundo real, o dos negócios, dos tratados e da diplomacia a coisa não vai bem. Mesmo com a mobilização de boa parte do planeta em torno da efeméride cristã, exércitos se deslocam por terrenos minados, bombas cortam os céus em todas as direções e as autoridades não se entendem. Quer dizer, o que menos ocupa as grandes corporações, os gabinetes presidenciais e estrategistas bélicos é a paz. Esta que insiste em perdurar nos corações dos que se preparam para celebrar a chegada do Menino, naquele mesmo lugar em que hoje se movimentam tanques, soldados e famílias contando seus mortos.
O que perturba a boa vontade entre os homens, como recomenda a tradição da narrativa natalina, não são apenas as ameaças de escalada na guerra do Leste Europeu. Putin, o todo poderoso dono da guerra com a Ucrânia, levantou a voz para fazer frente às ameaças que chegam dos EUA e parceiros da OTAN, em uma troca de beligerância que põe no cenário da guerra os armamentos nucleares. Podem ser apenas bombas metafóricas, autodefesa simbólica, mas o rumor também é capaz de fazer o mundo estremecer diante de um conflito de grandes proporções. Isso vem se somar a mais de 100 escaramuças armadas em andamento em todo o mundo; as guerras vêm aumentando há mais de uma década, desencadeadas pelos levantes árabes. Portanto, a invasão da Ucrânia pela Rússia e a guerra entre Israel e o Hamas são notícias que ocupam a maior parte dos noticiários, mas estão em curso conflitos menores, alguns durando mais de 50 anos. Assim é que, ao mesmo tempo que há o terror na Faixa de Gaza, que desde 7 de outubro acumula milhares de mortos, e a invasão russa (que já se encaminha para o terceiro ano) há conflitos, neste momento, em Burkina Faso, Somália, Sudão, Iêmen, Mianmar, Nigéria e Síria. Porém, o que nos anunciam as mensagens de boas festas não parecem extrapolar o que está em nosso íntimo, tanto para expressar os votos, quanto para acalentá-los na alma.
E talvez seja isso mesmo: não se dará a paz no mundo se não for pelo acúmulo de vontades individuais, cada ser humano abrigando em seu interior este desejo, fazendo com que se expanda em ondas por cidades, países e continentes. Sei que se trata de um projeto que só pode nascer da inocência e da ingenuidade. O mundo real, o das negociações em dólares, o da troca de ameaças atômicas, não está nem aí para o que se abriga no coração das pessoas. E as pessoas somos nós. Tão pessoas como eles, os que sentam em seus tronos para exercer um poder que não nasce da racionalidade (como ocorre com a gente, pensando nos presentes, e nas preparações para a ceia natalina). Os que patrocinam e executam as guerras almejam o poder sobre territórios, sobre fontes de água e de riqueza monetária. Não importando se, com isso, milhares de pessoas sejam eliminadas, países sejam destruídos, o planeta fique cada vez mais contaminado, impróprio, inclusive para a vivência humana. Eles habitam, em seus delírios imperiais, a desumanidade, é a única coisa que me ocorre para não pensarem que o maior dano colateral de uma guerra nuclear será o fim do planeta, este, nossa casa, com eles inclusive.
Por isso, penso que a ingenuidade do tempo de celebração é o único antídoto para a insanidade febril das guerras. Por isso os anjos, na narrativa mítica, anunciam com o nascimento do Menino, em Belém, Paz na Terra, entre os homens de boa vontade! Este é o segredo: para que tenhamos paz, em nós mesmos e no mundo, é preciso ter boa vontade. É o que desejo a todos: boa vontade, para que tenhamos Boas Festas!
(*) Orlando Fonseca é professor titular da UFSM – aposentado, Doutor em Teoria da Literatura e Mestre em Literatura Brasileira. Foi Secretário de Cultura na Prefeitura de Santa Maria e Pró-Reitor de Graduação da UFSM. Escritor, tem vários livros publicados e prêmios literários, entre eles o Adolfo Aizen, da União Brasileira de Escritores, pela novela “Da noite para o dia”.
Resumo da opera. ‘Como escrever um texto e acrescentar absolutamente nada’. Uma melancia e de meia em meia hora um copo d’agua.
Quem define o que é ‘boa vontade’? Não pode virar ‘aquiescência’?
‘[…] o poder sobre territórios, sobre fontes de água e de riqueza monetária.’ Como a Alemanha está provando a energia é o problema atual. Alas, as mas linguas dizem que o petroleo vai acabar, ameaça antiga, antes da mudança de matriz energetica mundial. Alas, a mudança energetica depende de minerais raros. Que são concentrados na China.
‘Sei que se trata de um projeto que só pode nascer da inocência e da ingenuidade.’ Logo é perda de tempo. Com o consumo de petroleo atual as reservas, sem criação de novas fontes, devem durar mais 50 anos mais ou menos. Plano segundo dizem as mas linguas é consumir tudo. Ficar debatendo utopias é uma boa maneira de ignorar os problemas atuais.
Israel é um peão neste xadrez. Desde a tomada dos refens no governo Carter ianques não se bicam com o Irã. Apoiaram o Sadam na guerra Irã-Iraque. Silenciaram sobre o uso de armas quimicas. Ianques envolvidos com o Oriente Medio e com a Ucranina não consegue dar o giro para o Pacifico do Obama.
Se a OTAN não tivesse chegado no limiar da Russia não tinha guerra. Ianques são ‘bonzinhos’ até o paragrafo dois. Defendem seus interésses. Alas, o que aconteceria se a China colocasse uma base militar no Mexico? Ja tem na Colombia, dizem que no Paraguai também. E depois das estripulias do Maduro já estão se instalando no Suriname. Alas, boa parte não se liga no assunto, mas o pavor dos milicos é perder um pedaço da Amazonia. Quem teria condições de tomar? Por enquanto sem preocupação. Coisa desandou por la na Marinha. Dos 5 porta aviões do Atlantico 4 estão em manutenção. Existem mais 6 no Pacifico, mas estão com o cobertor curto.
Menos de 30% da população do planeta é crestã. Além disto boa parte dos conflitos não envolvem cristãos. Alas, comentar passagem da Biblia de modo superficial com retorica de quinta série não se enquadra na categoria ‘teologia’. Alas, o Arcebispo local tem doutorado em Teologia em Roma. Nesta acepção também é filho da PUC. Que, como todos sabem, não é instituição publica.