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LUNETA DA POSSE. Como se formou a chapa única, Alice e hino, primeira bronca para o novo presidente

Werner e a distribuição dos gabinetes, as dissidências na chapa de oposição

Sessão de posse da Câmara de Vereadores e do prefeito e vice-prefeita foi realizada na UFN (Foto Eduardo Ramos/Prefeitura)

Por Paulo André Dutra

* Dois atos, duas temperaturas. Assim foi a posse dos eleitos de Santa Maria neste primeiro dia do ano de 2025.

* Louvável a opção pelo amplo Salão de Atos da Universidade Franciscana para o ato formal de posse de vereadores e do prefeito e vice-prefeita, onde não faltou lugar e a climatização deu conta.

* Certamente no plenário da Câmara de Vereadores haveria dificuldades, haja visto o calor da tarde e o grande número de pessoas presentes.

* O que faltou foi o Hino Rio-Grandense no cerimonial presidido, inicialmente, pela vereadora Alice Carvalho (PSOL). Segundo o regimento interno da Casa, a mais votada do pleito conduz a posse.

* Ecos da manifestação silenciosa da mesma na cerimônia de diplomação, quando optou por permanecer sentada durante a execução do Hino. 

* Segundo afirmação dela na ocasião, corroborada por grande parte do movimento negro, as estrofes “povo que não tem virtude/acaba por ser escravo” culpabiliza os negros pela escravidão.

* A novata não perdeu tempo em marcar posição. Seu discurso inicial, recheado de conteúdo antirracista, feminista e sobre luta de classe, mereceu comentários do (agora) ex-prefeito Jorge Pozzobom no ato seguinte.

* Pozzobom considerou a fala “cheia de raiva”.

* Apenas uma chapa apresentou-se para a eleição da mesa diretora. Admar Pozzobon (PSDB) conduzirá a Casa do Povo após a obtenção de 15 votos.

* Como esperado, o bloco mais à esquerda, formado pelos seis vereadores do PT e PCdoB, ficou contra a chapa vencedora. 

* No entanto, este grupo poderia ter oito vereadores. 

A primeira presidente da posse, Alice Carvalho, com o presidente eleito Admar Pozzobon e a dissidência mais notada, Luiz Fernando Lemos (Foto Câmara de Vereadores/Divulgação)

* Luiz Fernando Cuozzo Lemos (PDT) e Marcelo Bisogno (UB) votaram a favor de Admar, o que inviabilizou a formação de uma chapa de oposição. Regimentalmente, são necessários pelo menos sete vereadores.

* A posição de Bisogno era prevista e veio “de cima”. 

* A determinação da coordenação estadual do União Brasil, presidida na cidade pelo ex-pedetista, está relacionada à disputa jurídica em Canoas, onde o prefeito empossado Airton Souza (PL) está sob investigação por suposta compra de votos. 

* Já a posição de Lemos surpreendeu. Ele estava inclusive no grupo de Whatsapp do grupo oposicionista.

* Segundo relato de alguns vereadores que articulavam a chapa anti-Admar, Lemos anunciou a sua saída pouco antes da reunião que sacramentaria a nominata. 

* Lemos acabou compondo a chapa Todos por Santa Maria, sendo eleito 2º vice-presidente. Também foi o único vereador de fora dos partidos que sustentam Decimo/Madruga a comparecer à transmissão de cargo no LabCriativo.

* Em declaração de voto, Werner Rempel anunciou que “poderia ter votado sim”. Segundo o agora decano da Casa, “faltou democracia” no processo. 

* Houve a tentativa de uma com posição entre os grupos, o que não se confirmou.

* Admar Pozzobon, assumindo para sua segunda gestão à frente do Legislativo santa-mariense, afirmou que não faltará diálogo e transparência.

* E, para começar, já tem um bom teste interno. Isso por que continua a reverberar a questão da distribuição de gabinetes. 

* Em sua declaração de voto, Rempel disse também que irá “até as últimas consequências” para anular o sorteio que considerou injusto.

* Ele não está sozinho. Em conversa após o fim do ato, diversos vereadores, de situação e oposição, apoiaram as críticas de Rempel.

* O presidente eleito, em conversa informal com o site, desabafou: “este é um pepino que a vamos ter que descascar a partir de amanhã”.

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