Sinprosm, multado, embrabece com a prefeitura
O Sindicato dos Professores Municipais foi multado pela prefeitura. Motivo: estava utilizando carro de som em local e horário não permitidos por decreto municipal que regulamentou artigo específico do Código de Posturas e a pedido da CPPM (Comissão de Proteção à Paisagem do Município).
Por conta disso, em nota distribuída agora de manhã aos veículos de comunicação, acusa a prefeitura de censurar os movimentos sindicais.
Leia, a seguir, na íntegra, a nota do Sinprosm. E, mais abaixo, a opinião deste jornalista:
Prefeitura censura os movimentos sindicais
Censura! Para muitos, esta é uma palavra do passado, algo que só aqueles que a vivenciaram, podem dizer do seu real significado. E não poderia ser diferente, pois vivemos em uma sociedade que tem a liberdade constitucional de expor suas idéias. Todavia a censura sempre ressurge, ainda que mascarada. E é isso que acaba de acontecer em Santa Maria onde os movimentos sociais e sindicais acabam de ser proibidos de utilizar carros de som em locais públicos. Como castigo para quem não acatar as ordens da excelentíssima senhora Censura, será aplicada multa.
O Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm) recebeu, no dia 06 de junho, um ofício da secretaria de Trânsito Transporte e Mobilidade Urbana informando que a Procuradoria do Município emitiu parecer contrário à permanência de veículos nos locais públicos.
A procuradora Anny Desconzi argumenta que é proibido estacionar veículos no passeio público ou sobre a faixa destinada a pedestre, ao lado ou sobre canteiros centrais, gramados e jardins. Mas sejamos sensatos, submeter os veículos usados pelos sindicatos em suas manifestações às mesmas regras que os automóveis particulares ou de publicidade é brincar com a inteligência da população.
Sabemos que a decisão tomada não se baseia na lei e sim no fato da força que tem o protesto e as manifestações nas ruas – aqueles que não governam de acordo com o interesse da população certamente temem essa força e estão descontentes com os protestos que estão mostrando que a administração que se dizia popular não tem respeitado os direitos do povo santa-mariense. Prova disso é que, logo depois que receberam o documento enviado pela Secretaria, os sindicatos criaram uma comissão para buscar uma negociação com o executivo.
Na reunião marcada para o prefeito municipal Valdeci Oliveira receber a comissão formada para tratar dessa negociação, quem compareceu foi só o chefe de gabinete Alexandro Worm Lopes, que se comprometeu a marcar uma nova reunião, dessa vez não só entre prefeitura e sindicatos, mas também com a Brigada Militar. No entanto, ontem, quando os representantes do Sinprosm, Cpers e Sindicato dos Comerciários chegaram à Prefeitura, foram recebidos apenas pelo vice-prefeito. A informação é de que não haveria negociação. A Brigada Militar sequer foi convidada pela Prefeitura pelo debate e aos sindicatos foi apresentada uma única direção: ou cumprem a decisão da prefeitura ou receberão multas.
E assim, de forma impositória, ditatorial e antidemocrática a administração popular já deixou claro que nossas manifestações de protesto agora só podem acontecer dentro dos moldes permitidos pelo executivo. Bem naqueles moldes lá da ditadura dos anos 70. Só que agora, ao invés de torturarem os manifestantes com agressões físicas, a idéia é punir tirando dos representantes das comunidades. A censura fez seu trabalho muito bem na época da ditadura e continua fazendo agora também.
Só que, ao exemplo do que acontecia naquela época, nós, sindicalistas, vamos continuar saindo à rua, gritando contra os abusos e mostrando as irregularidades dessa e de qualquer outra administração que não tenha a capacidade sequer de cumprir suas promessas de campanha. Não vamos permitir que a força que tem o protesto de quem luta pelos seus direitos esbarre na ameaça de multas, por isso, estamos dispostos a pagar o preço pela ousadia de desobedecer a senhora Censura. Se este preço vier sob a forma de multas, estamos dispostos a pagar por ele.
OPINIÃO CLAUDEMIRANA: Geeente!!! Se há alguma atitude que agradou à população, sobretudo a que vive na – mas também a que freqüenta habitualmente a – área central da cidade, esta foi o decreto que acabou com a barulheira infernal que se ouvia (sem querer, inclusive) de looonga data.
Houve a gritaria inicial dos atingidos, inclusive com a insuportável cantilena de que empregos seriam ceifados. Era o hábito arraigado de cuidar de si mesmo, pouco importando os demais. Primeiro o meu, o resto que se dane. Pois bem, passados alguns meses, o que se vê, no centro da cidade? Poucos, se é que houve um, empregos foram ceifados. E os gritões do centro simplesmente se adaptaram à lei. A reclamação, se existe, é surda. E muda.
No caso específico da queixa do Sinprosm, ignoremos essa besteira de censura. Trata-se apenas do cumprimento da lei. Quem diz que sindicato é melhor que qualquer outro cidadão? Quem diz que a lei deve beneficiar uns e não outros? Humildemente, o senso comum indica que a lei vale para todos. Inclusive para os sindicatos.
Caberia ao Sinprosm, em vez da choradeira, usar o que seus dirigentes têm de sobra: basta usar. Ou alguém acha que não há criatividade no sindicato que está entre os mais combativos de Santa Maria? Que tal fazer como os outros atingidos – inclusive o gritalhão daquela farmácia da Acampamento? Era um dos que perderia o emprego. Está mantido no posto. Ao que se sabe, com sucesso. Apenas foi criativo.
É o que penso. E tenho certeza que, afora a necessária satisfação para o público interno, que se cumpre com a nota, o Sinprosm também saberá se adaptar. É isso. Ou multa. E, acredite, a população está mais que faceira com a calma auditiva que experimenta, hoje, no centro. Graças à lei. E ao cumprimento dela.
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