
Por Lucca Adams Pilla (com foto de Cézar Schirmer dos Santos) / Da Assessoria de Imprensa da Produção
Pena traz à cena a história de corpo da bailarina intérprete-criadora, Sílvia Wolff. Aqui se trata de lidar com a estética habilista na dança, aquela estética do belo, do perfeito e do ideal, vivenciada pela bailarina em sua passagem por escolas relevantes como a School of American Ballet e Joffrey Ballet School, ambas em Nova Iorque, além de uma atuação profissional junto a companhias como Berlin Opera Ballet e Pennsylvannia Ballet.
Trata-se, ainda, de lidar com as sequelas neurológicas de um AVC, vivenciado aos 34 anos, no auge de sua carreira de palco. Neste retorno à cena, propõe-se o entendimento de que deve-se confrontar os significados simbólicos e ideológicos do corpo deficiente em nossa cultura, lembrando que embora uma apresentação de dança seja baseada nas capacidades físicas de um bailarino, ela não é limitada por estas.
Finalmente, a obra se enquadra no conceito de balé contemporâneo não enquanto um estilo, mas sim um novo momento na história do balé onde é possível celebrar o vulnerável, reconstruir ideais de perfeição, problematizar a dicotomia marginalizado/mainstream e convidar o público a observar esta arte como uma experiência em vez de um objeto que está sempre distante.

Aqui faz-se menção também às nossas referências, como Farrugia-Kriel & Jensen (2021), ao mesmo tempo em que, dialogando com Midgelow, se enquadra no que ela chama de reworking. Ou seja, esta obra se diferencia de outras abordagens como remontagem ou revisão, pois envolve um diálogo e um desafio à tradição e suas premissas.
Com direção de Flávio Campos, Pena lança mão de procedimentos de criação do Balé Possível, criado e explorado pela bailarina intérprete criadora ao longo de suas experiências como professora de balé na graduação em dança da UFSM e também em projetos de dança envolvendo pessoas com e sem deficiências em nível internacional. Balé Possível é fruto, também, de investigação realizada em pós-doutoramento junto à Faculdade de Motricidade humana da Universidade de Lisboa.
Ficha Técnica
Bailarina Intérprete-criadora: Sílvia Susana Wolff
Direção: Flávio Campos
Direção de Produção e Assessoria de Imprensa: Lucca Adams Pilla
Cenografia e Figurinos: Flávio Campos e Silvia Wolff
Trilha Sonora Original: Daniel Wolff
Trilha Sonora Adicional: Peter Ilich Tchaikovsky, Ole Torkelsen
Iluminação: Raquel Guerra e Sabrina Aires Vargas
Sonoplastia: Walcker Martini
Contrarregragem e Apoio Técnico: Gabrielly Eggers Neumann e Ulysses Skolaude
Montagem de Palco: Guilherme Scheffel
Produção Executiva: Camila Matzenauer
Design Gráfico: Pedro Henrique Azevedo
Fotos: César Schirmer dos Santos
Serviço:
O que: Espetáculo de dança solo PENA
Quando: 14 de março – 17h e 15 de março – 20h
Onde: Teatro Caixa Preta – Espaço Rozane Cardoso – UFSM
Duração: 45min
Ingressos: Retirada gratuita pelo link da Bio do Instagram @PENAespetaculo, plataforma Sympla ou QRcode
Classificação: 14 anos
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