
Reproduzido do site do Correio do Povo / Texto assinado por Flavia Bemfica
São grandes as expectativas no PSol gaúcho em relação ao ingresso da ex-deputada Manuela D’Ávila no partido. Tão logo ela aceite o convite formalizado pela sigla para fazer parte de seus quadros, a ideia que permeia as tratativas é dar andamento às articulações para que o nome da ex-deputada ganhe destaque na chapa majoritária da corrida pelas eleições de 2026. Os planos iniciais são para que Manuela ocupe uma das vagas ao Senado. O movimento tem potencial para gerar rearranjos em todo o cenário da disputa no RS.
De saída, se o projeto der certo, O PSol aumenta de forma significativa tanto seu peso na corrida estadual como para as negociações da composição de uma chapa na majoritária. Que inclui, no próximo ano, além das vagas de governador e vice, as duas para o Senado.
Existe uma expectativa entre articuladores políticos à esquerda e à direita sobre se o partido vai reeditar sua aliança com o PT no Estado, firmada para as eleições gerais de 2022 e, no ano passado, para a corrida pela disputa da prefeitura da Capital, Porto Alegre. Desde o término das eleições municipais de 2024, porém, lideranças da sigla vêm reafirmando que uma nova união em 2026 depende de vários fatores. E pode, inclusive, não acontecer.
Já o convite formal para que Manuela vá para o PSol foi feito na última quinta-feira, 20, finalizando uma aproximação que estava em curso desde antes de ela sair do PCdoB, em outubro de 2024. Foi no PCdoB, ao longo de 23 anos, que Manuela ganhou projeção nacional que extrapolou o meio político. Ela bateu sucessivos recordes de votações para diferentes mandatos no Legislativo, chegou perto de ser prefeita da Capital, e disputou a corrida nacional em 2018, como vice na chapa de Fernando Haddad (PT), que concorria à Presidência da República.
As articulações para o Senado, por enquanto, vêm sendo feitas com discrição, de forma a não ‘queimar’ etapas. Após o convite ser formalizado na quinta, em uma reunião com lideranças do PSol gaúcho, Manuela destacou que ainda está refletindo tanto sobre a nova filiação como sobre concorrer em 2026, sem referência a qualquer cargo, e que não tem pressa. Mas descartou, de saída, uma nova candidatura à Câmara dos Deputados.
No dia seguinte, a deputada estadual Luciana Genro (PSol), uma das participantes do encontro na quinta, admitiu que, caso se filie ao partido, Manuela será “com certeza” uma opção para compor a chapa majoritária em 2026. Questionada sobre a ex-deputada ser opção para o Senado, completou que “está tudo em aberto.”
No PT, Pimenta era o nome posto, mas cenário ficou incerto após demissão
O PT gaúcho, que ambiciona reeditar as coalizões feitas com o PSol nas eleições gerais de 2022 e na disputa municipal de Porto Alegre no ano passado, já lançou como pré-candidato ao governo do Estado o atual presidente da Conab, Edegar Pretto, e não pretende abrir mão da cabeça de chapa. A legenda, inicialmente, também fechou posição em torno do nome do deputado federal e ex-ministro Paulo Pimenta (PT) para uma das vagas ao Senado, mantendo a outra, e a de vice, na mesa para negociações.
Desde o início deste ano, contudo, é considerada a possibilidade de alteração nesse quadro. A demissão de Pimenta da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em janeiro funcionou como um balde de água fria na legenda. Agora, Pimenta, e o PT gaúcho, vão aguardar até o final de abril, prazo previsto para a finalização da troca de cadeiras no ministério do presidente Lula, para tomar uma decisão.
A esperança do grupo vinculado ao deputado é de que ele ainda possa voltar ao primeiro escalão, na pasta do Desenvolvimento Agrário, o que daria fôlego à sua candidatura ao Senado. Seria a terceira tentativa de devolver peso ao parlamentar dentro do governo federal. Quando de sua saída da Comunicação, foram ventiladas as possibilidades de que assumisse a Secretaria Geral da Presidência ou a liderança do governo na Câmara dos Deputados. Nenhuma se concretizou.
A permanência de Pimenta na Câmara até o momento, e a forma como ele foi demitido, fazem que uma fatia majoritária do partido trabalhe com projeções bem mais pragmáticas que a do grupo do parlamentar. Essas estimativas consideram como muito baixas as chances de o deputado voltar para o ministério e já estabelecem conjunturas nas quais ele disputa a reeleição para a Câmara em 2026. Se isso acontecer, as duas vagas disponíveis para a corrida ao Senado ficam inicialmente sem titular dentro do PT.
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Rejeição na casa do chapéu. Chances de eleição muito remotas. PSOL ainda por cima acrescenta nada. Não tem votos ou estrutura partidaria.