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RSC-287: Estrada do Progresso ou Caminho da Paciência? – por Luís Henrique Kittel

No artigo de estreia, o prefeito de Agudo e a rodovia que liga a região à capital

Imagine você tendo que sair de casa mais cedo todos os dias porque o trajeto que costumava levar 50 minutos agora dura pelo menos 1 hora e 30 minutos. O relógio avança, o trânsito não anda e a viagem se torna um teste de paciência. Esse tem sido o novo cenário para quem depende da RSC-287, especialmente no trajeto entre Agudo e Santa Maria.

A duplicação da rodovia, há muito tempo esperada, surgiu com o propósito de facilitar a vida dos motoristas. Porém, enquanto as obras seguem em ritmo lento e sem uma organização que diminua os impactos, o que se observa são congestionamentos, falta de sinalização adequada e atrasos que prejudicam trabalhadores, estudantes e quem precisa de atendimento médico em cidades vizinhas.

A RSC-287 é uma das principais ligações rodoviárias do Rio Grande do Sul, fundamental para o escoamento da produção e o deslocamento diário de milhares de pessoas. O contrato de concessão prevê a duplicação dos 204 km entre Tabaí e Santa Maria em 30 anos, com um investimento superior a R$ 2,7 bilhões.

Com a obra concluída, espera-se mais segurança e um fluxo mais ágil de veículos. Mas, até lá, os desafios são grandes e a forma como a obra vem sendo conduzida levanta questionamentos.

Transtornos que afetam a população

Entre os principais problemas enfrentados por quem trafega na rodovia estão, por exemplo, congestionamentos e falta de segurança devido a pouca sinalização.

Os motoristas se deparam com trechos reduzidos a uma única faixa e muitas vezes são surpreendidos por mudanças repentinas sem a devida orientação. Ainda, ao longo da 287, são vários os trechos provisórios que não oferecem a segurança necessária, aumentando os riscos de acidentes e danos aos veículos.

Para quem precisa da rodovia diariamente, o impacto não é apenas um transtorno – é uma perda real de tempo, produtividade e qualidade de vida.

O progresso tem um preço, mas será que ele precisa ser tão alto?

A concessão da rodovia trouxe a cobrança de pedágios, com a promessa de melhorias na infraestrutura. Entretanto, aqueles que utilizam a RSC-287 e que pagam essas tarifas esperam, no mínimo, uma obra organizada e eficiente.

O questionamento que fica é: será que os valores levantados nas praças de pedágio estão sendo usados da melhor forma? A lentidão das obras e os transtornos diários fazem com que muitos duvidem disso. Por isso, é essencial que algumas medidas sejam adotadas pela concessionária, como a melhoria na sinalização e um planejamento mais eficiente, com atualizações constantes sobre o andamento das obras, permitindo que as pessoas se programem melhor quando forem transitar pela rodovia.

Quando concluída, a duplicação da RSC-287 trará benefícios incontestáveis. Enquanto isso, é preciso garantir que o processo ocorra de maneira organizada e menos traumática para quem usa a rodovia. Se há um caminho melhor, por que não segui-lo? A população merece um progresso que não traga tantos prejuízos no presente.

(*) Luís Henrique Kittel, 39 anos, é jornalista formado pela então Unifra, atual UFN). É prefeito reeleito do município de Agudo (o único do PL na região), foi vice-presidente do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia e atualmente é vice-presidente da Associação dos Municípios da Região Central (AM Centro). Ele escreve no site às quintas-feiras.

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