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O povo paga, mas não vê melhorias – por Luís Henrique Kittel

Ainda sobre a RSC 287, “palco de inúmeros transtornos nas últimas semanas”

E continua a RSC-287, uma das principais rodovias do Rio Grande do Sul, sendo palco de inúmeros transtornos nas últimas semanas, afetando diretamente a vida de motoristas, comerciantes e moradores dos municípios ao longo de seu trajeto. As dificuldades enfrentadas são desde as paradas demoradas até os locais mal sinalizados.

Parece repetitivo falar, mas desde a concessão da rodovia, as promessas de melhorias vêm acompanhadas de uma série de problemas. As obras, que deveriam trazer benefícios, têm gerado longas filas de carros, aumento no tempo de deslocamento e riscos para quem trafega pela estrada. Nesta semana, até um relato que enquanto chovia, mesmo sem trabalho efetivo na obra, a via estava no modelo “pare e siga”.

Além disso, as condições precárias do asfalto em diversos trechos tornam a viagem ainda mais perigosa, especialmente para motoristas de transporte de carga e passageiros. Buracos, desníveis e trechos em obras sem a devida orientação geram insegurança e aumentam o risco de acidentes.

Quase que diariamente, chegam até mim queixas de colegas funcionários da prefeitura e de empresários que possuem funcionários de outros municípios. A 287 é essencial para trabalhadores que diariamente se deslocam entre municípios da região. Muitos servidores públicos, incluindo da Prefeitura de Agudo, residem em Santa Maria e utilizam ela para chegar ao trabalho. As condições da estrada e os constantes atrasos causados pelas obras impactam diretamente esses profissionais, comprometendo horários, aumentando custos com transporte e gerando insegurança no trajeto.

Diante desses problemas, prefeitos das cidades impactadas, lideranças comunitárias e moradores têm se mobilizado para cobrar soluções da concessionária e do governo estadual. Reuniões têm sido realizadas para discutir alternativas e pressionar por melhorias no trecho, exigindo mais transparência na execução das obras e a revisão das decisões que impactam o comércio local.

O Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia (Condesus), que reúne prefeitos e prefeitas de nove municípios da região, também irá atuar incisivamente nesta questão. Uma das ações já programadas será uma reunião entre os chefes de executivo e representantes da Sacyr, para compreender os desafios atuais e definir estratégias políticas para buscar soluções viáveis e eficientes para os problemas da 287.

A população também tem utilizado as redes sociais para denunciar as dificuldades enfrentadas, compartilhando relatos e imagens dos transtornos causados pelas intervenções na rodovia. Essa pressão popular tem sido fundamental para trazer visibilidade ao problema e buscar alternativas viáveis para garantir que a RSC-287 possa cumprir seu papel de conectar as cidades gaúchas sem prejudicar quem depende dela.

A necessidade de ação do Governo Estadual

Para além da atuação da concessionária e das prefeituras, é essencial que o governo do estado reveja com urgência o plano de concessão da rodovia e a forma como a duplicação está sendo executada. A falta de planejamento adequado e o ritmo lento das intervenções mostram que a administração estadual pode estar sendo omissa diante das dificuldades enfrentadas pela população. A antecipação da duplicação da 287 na região central não pode ser tratada como uma possibilidade distante, mas sim como uma necessidade imediata.

O governo estadual precisa assumir sua responsabilidade e garantir que as obras avancem de forma planejada e eficiente, evitando que motoristas e trabalhadores continuem sofrendo com a desorganização e os atrasos que se acumulam. A falta de diálogo transparente e de ações concretas apenas agrava os problemas, tornando a 287 um verdadeiro gargalo para o desenvolvimento da região.

É óbvio que não devemos polemizar o assunto, mas precisamos ter a sensibilidade e a urgência para tratar sobre. A mobilização do povo demonstra a força de uma comunidade que não aceita passivamente medidas que prejudicam sua rotina e sua economia, e a busca por melhorias deve continuar até que todos sejam ouvidos e, o principal, atendidos.

(*) Luís Henrique Kittel, 39 anos, é jornalista formado pela então Unifra, atual UFN). É prefeito reeleito do município de Agudo (o único do PL na região), foi vice-presidente do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia e atualmente é vice-presidente da Associação dos Municípios da Região Central (AM Centro). Ele escreve no site às quintas-feiras.

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Um Comentário

  1. Assunto que ja venceu. Virou cortina de fumaça. Ficam discutindo assunto que afeta meia duzia de gatos pingados. Enquanto isto a saúde publica do RS beira o colapso. Toda eleição o papo é sobre educação, saúde e segurança. Não ncessariamente nesta ordem. Depois vira rodovias, inclusão, sustentabilidade, etc.

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