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BASTIDORES. ‘Farra’ dos CCs e pressão da Corsan contra Tubias Callil. Falam o Legislativo e o vereador

Câmara faz nota sobre os Cargos de Confiança e o edil sobre ação da empresa

Por Maiquel Rosauro

A segunda-feira (16) foi marcada por dois comunicados diretamente relacionados com fatos ocorridos semana passada. A Câmara Municipal de Santa Maria divulgou uma nota buscando explicar a farra dos cargos em comissão (CCs), enquanto Tubias Callil (PL) veio a público se defender de uma petição da Corsan protocolada no Parlamento contra a condução da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga ações da empresa.

Câmara

Enquanto a Prefeitura apresenta projetos de lei que permitam realizar financiamentos bancários, os vereadores caminham no sentido oposto. Matéria publicada pelo Site, nesta segunda (16), mostra que o Legislativo já criou 26 CCs em 2025.

Em contrapartida, a Câmara divulgou uma nota que – nas entrelinhas – diz que para suas benesses há dinheiro público o suficiente. Confira na íntegra:

Comunicado à sociedade santa-mariense

A Câmara de Vereadores de Santa Maria vem, por meio desta nota, fazer esclarecimentos sobre os projetos votados e aprovados na última sessão plenária.

Primeiramente importante enfatizar que esse Poder Legislativo está atento à realidade social e econômica do município e demonstrando cabalmente isso. Tanto que, nos últimos quatro anos, o Legislativo repassou do seu orçamento próprio o montante de R$ 20,3 milhões ao Poder Executivo. A Câmara poderia ter utilizado esse montante para si, mas optou por enviar para o Executivo dar destinação aos pleitos de outras secretarias e, deste modo, ampliar o leque de atendimento de serviços e de melhorais em bairros, vilas e distritos a serem contemplados com políticas públicas.

Igualmente auspicioso destacar que, nos últimos quatro anos, o trabalho dos parlamentares por meio das emendas impositivas, o Poder Legislativo destinou mais de R$ 53 milhões a entidades legalizadas, secretarias do município e serviços públicos em geral que, ao fim e ao cabo, atendem ao cidadão. Anualmente, o valor é revertido em melhorias para mais de uma centena de órgãos públicos, instituições e entidades.

Faz-se necessário que seja colocado o compromisso e a responsabilidade deste Poder Legislativo com as finanças públicas. O que se evidencia no percentual referente às despesas com o pessoal. A Câmara atingiu o índice de 2,3% (sendo que o limite previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal é de até 6%).

Quanto à criação de novos cargos comissionados (para a Mesa Diretora), ligados à Presidência da Câmara, trata-se de uma observância às demandas internas da Casa para dar maior fluidez aos processos e prazos. Um exemplo disso é a nova Lei das Licitações, em vigência desde 2023, e que faz com que processos licitatórios tenham uma maior complexidade e exigência de um acompanhamento mais especializado. Desta forma, passando a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2026, criou-se a Diretoria de Planejamento e Licitações – um desmembramento da atual Diretoria Administrativa – que passa a incorporar setores correlatos (como Divisão de Compras, Licitações e Contratos).

Nesta mesma linha, de se buscar uma melhor otimização de processos e uma entrega mais ágil e célere, foi criada a Diretoria de Serviços e Operação. Sob o escopo dela ficarão, por exemplo, demandas referentes a serviços, segurança, transportes, manutenção, patrimônio, TI, entre outros.

Quanto à criação da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), esse é um instrumento que não se trata de subsídio, complementação dele ou de uso pessoal do parlamentar. Trata-se de cota para o exercício da atividade parlamentar de forma a ter uma maior amplitude nos atendimentos dos santa-marienses que buscam cotidiana e diariamente o Legislativo. O uso será indenizatório tão somente após devidamente comprovados os gastos ligados ao mandato e aprovados pelo fiscal da atividade se, e somente, se os gastos foram realizados dentro das normas, submetidas ao controle interno e externo, inclusive do Tribunal de Contas.

Por tudo isso, a Câmara de Vereadores manifesta e reitera o caráter de entrega de serviços à população e a função fiscalizatória deste Poder de forma a garantir o respeito à verdade dos fatos.

DAS COTAS PARLAMENTARES

Desde o ano passado, o Legislativo acabou com a cota de telefonia móvel dos vereadores, não havendo mais celulares funcionais e também desde 2022 não existe mais cota de selos.

Na última sessão legislativa foi criada a cota parlamentar de até R$ 3 mil de reembolso para as hipóteses previstas na resolução e de acordo com as normas nelas previstas.

A partir de 1º de agosto de 2025, as vereadoras e os vereadores poderão usar nessa cota de apoio às atividades parlamentares na forma de reembolso, verba para as seguintes hipóteses:

I – passagens aéreas, hospedagem, alimentação e locomoção em caso de viagem de assessores lotados em seu gabinete, ao acompanharem e/ ou representarem o(a) parlamentar em atividades oficiais; II – material de copa, cozinha e conservação do gabinete; III – inscrição para participação do(a) parlamentar e servidores lotados no gabinete em cursos e palestras, seminários, simpósios, congressos ou eventos congêneres, que tenham relação com a atividade parlamentar; IV – despesas com eventos relacionados à atividade parlamentar; V – serviços postais; V – contratação de serviços de comunicação e divulgação da atividade parlamentar, exceto 120 (cento e vinte) dias anteriores à data das eleições no âmbito federal, estadual ou municipal, salvo se o(a) Vereador(a) não for candidato(a).

Os gastos serão reembolsados conforme comprovação nas condições da resolução e ordem de serviço, que será editada, e estão sujeitos aos controles interno e externo, seja pelo Tribunal de Contas quanto pelo Ministério Público.

Tubias x Corsan

Advogados da Corsan, semana passada, protocolaram no Parlamento um documento solicitando que Tubias seja impedido de atuar à frente da CPI da Corsan por, supostamente, atuar com interesse próprio, parcialidade, agressividade verbal e desinformação, o que comprometeria a legitimidade dos trabalhos da CPI. O documento, que tem 84 páginas, aguarda parecer do procurador jurídico da Casa.

Tubias, por outro lado, divulgou uma nota destacando que a empresa tenta calá-lo e que a ação da Corsan é um ataque direto à democracia e sua função fiscal do povo. Ele afirma que não será silenciado.

Abaixo, confira a íntegra da nota de Tubias:

COMUNICADO À POPULAÇÃO

A Corsan tenta mais uma vez me calar. Agora, de forma absurda, quer meu afastamento da presidência da CPI da Água, alegando que eu teria “interesse pessoal” no caso. Isso é um ataque direto à democracia e à minha função de fiscal do povo.

Segundo a empresa, eu feriria o princípio da impessoalidade por supostamente ter um poço artesiano e estar sendo notificado por isso. Deixo claro, com toda a transparência: nunca fui notificado, não tenho poço artesiano no meu estabelecimento comercial referido e em nenhum dos meus estabelecimentos comerciais. Diga se não são nem de minha propriedade conforme relatado em documento.

E mesmo que isso fosse verdade — o que não é — nada justificaria afastar um vereador eleito pelo povo, que está cumprindo seu dever de investigar e cobrar explicações.

A tentativa de me intimidar não para por aí: a Corsan me acusa de divulgar informações falsas sobre o fornecimento de água suja. Isso é uma afronta não a mim, mas a centenas de moradores que recebem em suas torneiras água imprópria, com cor, cheiro e gosto inaceitáveis. São vídeos, fotos, denúncias e protocolos formais — provas reais, que não podem ser ignoradas nem varridas para debaixo do tapete.

A CPI da Água não foi criada por vaidade ou interesse pessoal. Ela nasceu da indignação popular e da necessidade urgente de respostas.

Reafirmo: não serei silenciado. Sigo na presidência da CPI com coragem, seriedade e compromisso com a verdade. Lutarei até o fim para que a verdade apareça e que os responsáveis, sejam quem forem, prestem contas à justiça.

Não é sobre mim. É sobre o direito de cada cidadão a uma água limpa e digna.

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8 Comentários

  1. Resumo da opera. Sai uma notinha, falam mal dos criticos a boca pequena e continuam gastando dinheiro publico como bem entender.

  2. ‘[…] as vereadoras e os vereadores poderão usar nessa cota de apoio às atividades parlamentares na forma de reembolso, verba para as seguintes hipóteses:[…]’. I-turismo politico para tirar fotos e aparecer na midia e redes sociais; II- cafezinho; III- escolinhas Walitta que mudam nada; IV- eventos eleitoreiros; V- correio? sério? VI- propaganda politica eleitoreira, afinal tem que se reeleger. Alas, dois numeros 5 em romanos.

  3. ‘O uso será indenizatório tão somente após devidamente comprovados os gastos ligados ao mandato […]’Nota fiscal se arruma, é Brasil.

  4. ‘[…] o trabalho dos parlamentares por meio das emendas impositivas, o Poder Legislativo destinou mais de R$ 53 milhões a entidades legalizadas,[…]’. Dinheiro publico, não um osso que a nobreza joga para a patuléia. Alas, quem ve ate pode achar que é um ‘trabalhão’.

  5. ‘[…] faz com que processos licitatórios tenham uma maior complexidade e exigência de um acompanhamento mais especializado.’ ‘[…] criou-se a Diretoria de Planejamento e Licitações […]’. Licitam o quê? Material de escritorio? Burocracia sempre arruma uma desculpa para se expandir.

  6. ‘[…] ma observância às demandas internas da Casa para dar maior fluidez aos processos e prazos.’ Para quê? Moções, medalhas e homenagens?

  7. ‘Tanto que, nos últimos quatro anos, o Legislativo repassou do seu orçamento próprio o montante de R$ 20,3 milhões ao Poder Executivo. A Câmara poderia ter utilizado esse montante para si, […]’. Só porque está no orçamento do Cabidão da Vale Machado não deixa de ser dinheiro publico. São recursos provenientes de tributos ou repasses. Não fizeram mais do que a obrigação. O espirito evidente é ‘dinheiro é nosso, fazemos o que dele quisermos’.

  8. ‘Primeiramente importante enfatizar que esse Poder Legislativo está atento à realidade social e econômica do município e demonstrando cabalmente isso.’ Obvio que não está. Tanto que começou um predio novo sem consultar ninguém e, além dos problemas que ele apresenta, não conseguem terminar a obra.

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